Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Loreau (1989:292) – significatividade [Bedeutsamkeit]

sexta-feira 27 de setembro de 2024

A compreensão se abre para o “em vista de quê”. Ao mesmo tempo, aquilo em vista de quê a compreensão se abre (o mundo) se abre para a compreensão. O que se abre para ela em troca e envia a compreensão de volta para si mesma é a totalidade das relações referenciais que constituem o mundo como mundo e cada uma das quais, por esse mesmo fato, significa (be-deuten) - faz um sinal e mostra uma totalidade de relações referenciais, a saber, o mundo (SZ  :87; 82). Essa totalidade de relações, apreendida na medida em que significa, é o que Heidegger chama de significatividade (Bedeutsamkeit, 87), na qual o Dasein significa a si mesmo, pois é aquilo em que o Dasein se projeta e dá a si mesmo seu ser para ser compreendido. Assim, no movimento em que a compreensão se abre (para o mundo), o que se abre ao mesmo tempo (para o Dasein e nele) é a significatividade. Na medida em que o mundo é aquilo em que o Dasein se refere a si mesmo e compreende a si mesmo, a significatividade é o que constitui tanto a estrutura do mundo quanto o ser-no-mundo do Dasein.

O ser-no-mundo e a significatividade, mutuamente abertos, são a compreensão e juntos encontram seu fundamento nela. E o fato de que o em-vista-de-quê (a abertura do ser-no-mundo) ao mesmo tempo que a significatividade abrem-se de pronto no Dasein significa que o Dasein é esse ser no qual o ser-no-mundo responde a si mesmo e se relaciona consigo mesmo. Na medida em que é “compreensão”, o Dasein tem seu próprio ser em mãos: quando ele se projeta em direção ao mundo em vista de, é a possível significação de seu próprio ser que está em jogo (143).


Ver online : Max Loreau