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Gaboriau (1962:273-274) – "ponto de partida" é necessário?
quinta-feira 17 de outubro de 2024
“Parece que, a menos que abandonemos toda a preocupação com o rigor, precisamos absolutamente encontrar um ponto de partida (para a pesquisa filosófica). O que seria do conhecimento sem um início bem definido e uma base para sustentar o edifício? Hoje, no entanto, os fenomenólogos e existencialistas estão declarando que não há nenhum ponto de partida ao qual possamos nos referir de forma absoluta e exclusiva; todo ponto de partida… remete a outra coisa que precisa para se justificar. Em suma, de acordo com eles, um exame minucioso do status da filosofia nos levaria a esta conclusão aparentemente estranha: que a essa forma de conhecimento não podemos atribuir nenhum ponto de partida, além do qual não é mais possível ou necessário voltar.” [1].
No entanto,
“Nisso, não mais do que em qualquer outro lugar, não se parte de nada; quando pretendemos começar do nada, acabamos apenas por não estar cientes do que estamos começando. A filosofia sem pressuposição é uma das formas do que Schopenhauer corretamente chamou de charlatanismo filosófico.” [2]
[GABORIAU , F. L’Entrée en métaphysique: orientations. Bruxelas: Casterman, 1962]
Ver online : Florent Gaboriau
[1] R. Vancourt, La philosophie et sa structure, Bloud et Gay, (sem data), p. 25
[2] Lalande, Remarques sur le langage de la philosophie, em Rev. Métaph. et Mor. 1947, p. 190