Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA9:189-191 – a liberdade possui o homem

sexta-feira 26 de maio de 2023

Ernildo Stein

No ser-aí se conserva para o homem o fundamento essencial, longamente não fundado, que lhe permite ek-sistir. “Existência” não significa aqui existentia no sentido do acontecer da pura “subsistência” de um ente não humano. “Existência”, porém, também não significa o esforço existencial, por exemplo, moral, do homem preocupado com sua identidade, baseada na constituição psicofísica. A ek-sistência enraizada na verdade como liberdade é a ex-posição ao caráter desvelado do ente como tal. Ainda incompreendida e nem mesmo carecendo de fundamentação essencial, a ek-sistência do homem historial começa naquele momento em que o primeiro pensador é tocado pelo desvelamento do ente e se pergunta o que é o ente. Nesta pergunta o ente é pela primeira vez experimentado em seu desvelamento. O ente em sua totalidade se revela como physis, “natureza”, que aqui não aponta um domínio específico do ente, mas o ente enquanto tal em sua totalidade, percebido sob a forma de uma presença que eclode. Somente onde o próprio ente é expressamente elevado e mantido em seu desvelamento, somente lá onde tal sustentação é compreendida à luz de uma pergunta pelo ente enquanto tal, começa a história. O desvelamento inicial do ente em sua totalidade, a interrogação pelo ente enquanto tal e o começo da história ocidental são uma e mesma coisa; eles se efetuam ao mesmo “tempo”, mas este tempo, em si mesmo não mensurável, abre a possibilidade de toda medida.

Se, entretanto, o ser-aí ek-sistente, como deixar-ser do ente, libera o homem para a sua “liberdade”, quer oferecendo à sua escolha alguma coisa possível (ente), quer impondo-lhe alguma coisa necessária (ente), não é então o arbítrio humano que dispõe da liberdade. O homem não possui a liberdade como uma propriedade, mas antes, pelo contrário: a liberdade, o ser-aí, ek-sistente e desvelados, possui o homem, e isto tão originariamente que somente ela permite a uma humanidade inaugurar a relação com o ente em sua totalidade e enquanto tal, sobre o qual se funda e esboça toda a história. Somente o homem ek-sistente é historial. A “natureza” não tem história.

A liberdade assim compreendida, como deixar-ser do ente, realiza e efetua a essência da verdade sob a forma do desvelamento do ente. A “verdade” não é uma característica de uma proposição conforme, enunciada por um “sujeito” relativamente a um “objeto” e que então “vale” não se sabe em que âmbito; a verdade é o desvelamento do ente graças ao qual se realiza uma abertura. Em seu âmbito se desenvolve, ex-pondo-se, todo o comportamento, toda tomada de posição do homem. É por isso que o homem é ao modo da ek-sistência.

Pelo fato de todo comportamento humano sempre estar aberto a seu modo e se pôr em harmonia com aquilo a que se refere, o comportamento fundamental do deixar-ser, quer dizer, a liberdade, lhe comunicou como dom a diretiva intrínseca de conformar sua apresentação ao ente. O homem ek-siste significa agora: a história das possibilidades essenciais da humanidade historial se encontra protegida e conservada para ela no desvelamento do ente em sua totalidade. Conforme a maneira do desdobramento originário da essência da verdade, irrompem as raras, simples e capitais decisões da história.

Porque a verdade é liberdade em sua essência, o homem historial pode também, deixando que o ente seja, não deixa-lo-ser naquilo que ele é e assim como é. O ente, então é encoberto e dissimulado. A aparência passa assim a dominar. Sob seu domínio surge a não-essência da verdade. Pelo fato de a liberdade ek-sistente como essência da verdade não ser uma propriedade do homem, e ainda pelo fato de o homem não ek-sistir a não ser enquanto possuído por esta liberdade e somente assim tornar-se capaz de história, a não-essência não poderia nascer subsidiariamente da simples incapacidade e da negligência do homem. A não-verdade deve, antes pelo contrário, derivar da essência da verdade. É pelo fato de a verdade e não-verdade não serem indiferentes um para o outro em sua essência, mas co-pertencerem, que, no fundo, uma proposição verdadeira pode se encontrar em extrema oposição com a correlativa proposição não-verdadeira. Por isso, a questão da essência da verdade atinge, somente então, o domínio original do que realmente é perguntado, quando a vista prévia da plena essência da verdade permite englobar também a reflexão sobre a não-verdade no desvelamento da essência da verdade. O exame da não-essência da verdade não vem preencher tardiamente uma lacuna, mas ele constitui o passo decisivo na posição adequada da questão da essência da verdade. Mas como devemos nós conceber a não-essência na essência da verdade? Se a essência da verdade não se esgota na conformidade da enunciação, então a não-verdade também não pode ser igualada com a não-conformidade do juízo. (1999, p. 162-163)

Rivera

En el Da-sein se conserva para el hombre el fundamento esencial, que por largo tiempo [permaneció] infundado, desde el cual el hombre es capaz de ex-sistir. «Existencia» no significa aquí la existentia en el sentido de tener lugar y del estar ahí (estar presente) de un ente. «Existencia» tampoco significa aquí existen-tivamente (existenziell) el afán moral del hombre por su mismidad, afán edificado sobre una [determinada] estructura anímico-corpórea. La ex-sistencia enraizada en la verdad en tanto que libertad es la exposición en el estado de desencubierto de lo ente como tal. Sin ser [aún] conceptualizada, sin necesitar siquiera de una fundamentación esencial, la existencia del hombre histórico se inicia en aquel instante en que el primer pensador, se instala interrogantemente ante el desocultamiento de lo ente con la pregunta «qué es lo ente». En esta pregunta se experimenta por primera vez el desocultamiento. Lo ente en totalidad se devela como physis, «naturaleza»; y esta palabra no mienta todavía aquí un dominio particular de lo ente, sino lo ente como tal y en totalidad, en la significación del estar presente surgiente. Recién allí donde lo ente mismo es elevado expresamente a su desocultamiento, y es custodiado [en este desocultamiento], recién allí donde esta custodia es comprendida desde el preguntar por lo ente como tal, recién allí comienza la historia (Geschichte). El desencubrimiento inicial de lo ente en totalidad, la pregunta por lo ente como tal, y el comienzo de la historia occidental son lo mismo, y [son] contemporáneos en un «tiempo» que siendo el mismo inconmensurable, abre el [dominio] abierto para toda posible medida.

Pero si el Da-sein ex-sistente —en tanto que es un dejar-ser lo ente—, libera al hombre para su «libertad», la cual pone por primera vez ante el Dasein una posibilidad (un ente) como opción y le impone [algo] necesario (un ente) entonces [es claro que] no es el arbitrario humano quien dispone de la libertad. El hombre no «posee» la libertad como una propiedad, sino que a lo sumo, por el contrario, es la libertad, el Dasein existente y descubridor quien posee al hombre, y lo posee de un modo tan originario que únicamente ella confiere a una [determinada] humanidad ese respecto a lo ente en totalidad como tal que fundamenta y caracteriza a todo acontecer histórico. Sólo el hombre exsistente es histórico. La «naturaleza» no tiene historia.

La libertad así entendida, vale decir, como dejar-ser lo ente, realiza en forma plena la esencia de la verdad en el sentido del descubrimiento de lo ente. La «verdad» no es una característica del juicio recto, que un «sujeto humano» enuncia acerca de un «objeto», la cual luego, en alguna parte, no se sabe bien en que dominio tendrá «validez»; sino que la verdad, es el descubrimiento de lo ente, descubrimiento por medio de lo cual se despliega una abertura. En lo abierto de esta última, queda expuesto todo comportamiento humano y toda human actitud. Por esto, el hombre es en el modo de la ex-sistencia.

Dado que todo comportamiento humano está abierto cada vez de un modo peculiar y que se juega en relación con aquello respecto a lo que se comporta, será necesario que ese otro comportamiento fundamental que es el dejar-ser, es decir la libertad, le haya otorgado aquel don de la intimación interior a [buscar] la adecuación del representar con el ente en cada caso en cuestión. Que el hombre existe [288] significa ahora lo siguiente: el acontecer histórico de las posibilidades esenciales de una humanidad histórica, están custodiadas para él en el descubrimiento de lo ente en totalidad. A partir del modo como la esencia originaria de la verdad despliega su ser, surgen las escasas y simple decisiones de la historia.

Pero, puesto que la verdad es en su esencia libertad, por esto mismo el hombre histórico, al dejar-ser lo ente, puede también no dejar-ser al ente el ente que es y cómo es. El ente queda entonces encubierto y desfigurado. El parecer cobra dominio. Y en este dominio la no-esencia de la verdad entra en escena. Pero, como la libertad ex-sistente en tanto que esencia de la verdad, no es una propiedad del hombre, sino que el hombre sólo ex-siste y se torna así capaz de historia, como propiedad de esta libertad, por eso, también la no-esencia de la verdad no puede brotar tan solo ulteriormente de la mera incapacidad y negligencia del hombre. La no-verdad tiene que venir más bien de la esencia de la verdad. Sólo en tanto que verdad y no-verdad en esencia no son indiferentes la una a la otra, sino que se copertenecen, puede un juicio verdadero entrar en rigurosa oposición con el correspondiente juicio no-verdadero. La pregunta por la esencia de la verdad sólo alcanza, por eso, el dominio originario de lo [en ella] preguntado, cuando echando una mirada previa a la plena esencia de la verdad, incorpora en el develamiento de la esencia, la reflexión sobre la no-verdad. La explicación de la no-esencia de la verdad no se lleva a cabo para llenar ulteriormente un vacío, sino que ella constituye el paso decisivo en el planteamiento suficiente de la pregunta por la esencia de la verdad. Sin embargo, ¿cómo vamos a captar la no-esencia en la esencia de la verdad? Si la esencia de la verdad no se agota en la rectitud del enunciado, tampoco puede equipararse la no-verdad con la falta de rectitud del juicio.

Waelhens & Biemel

Dans le Dasein se conserve pour l’homme le fondement essentiel, longtemps non fondé, qui lui permet d’ek-sister. « Existence » ne signifie pas ici existentia comme apparition d’un étant simplement donné [1]. Mais « existence » ne doit pas s’entendre davantage comme l’effort existentiel, par exemple moral, de l’homme soucieux d’une ipséité, basée sur sa constitution psycho-physique. L’ek-sistence, enracinée dans la vérité comme liberté, est l’ex-position au caractère dévoilé de l’étant comme tel. Encore incomprise, n’ayant même pas besoin d’être essentiellement fondée, l’ek-sistence de l’homme historique commence à l’instant où le premier penseur est touché par le non-voilement de l’étant et de demande ce que l’étant est. En cette question, le non-voilement de l’étant est pour la première fois éprouvé. L’étant en totalité se découvre comme φύσις, « nature », terme qui ne vise pas encore ici un domaine particulier de l’étant, mais l’étant comme tel en sa totalité, perçu sous la forme d’une présence en éclosion. Ce n’est que là où l’étant lui-même [178] est expressément élevé et maintenu dans son non-voilement, là où ce maintien est compris à la lumière d’une interrogation portant sur l’étant comme tel, que commence l’histoire. Le dévoilement initial de l’étant dans sa totalité, l’interrogation sur l’étant comme tel et le commencement de l’histoire occidentale sont une seule et même chose ; ils s’effectuent en même « temps », mais ce temps, lui-même non mesurable, ouvre la possibilité de toute mesure.

Si cependant le Dasein ek-sistant, comme laisser-être de l’étant, libère l’homme pour sa « liberté », soit qu’elle offre à son choix quelque possible (étant), soit qu’elle lui impose quelque nécessaire (étant), alors ce n’est pas l’arbitraire humain qui dispose de la liberté. L’homme ne « possède » pas la liberté comme une propriété, mais tout au contraire : la liberté, le Dasein ek-sistant et dévoilant, possède l’homme, et cela si originairement qu’elle seule permet à une humanité d’engendrer la relation à l’étant en totalité et comme tel, sur quoi se fonde et se dessine toute histoire. Seul l’homme ek-sistant est historique. La « nature » n’a pas d’histoire.

La liberté ainsi comprise, comme laisser-être de l’étant, accomplit et effectue l’essence de la vérité sous la forme du dévoilement de l’étant. La « vérité » n’est pas une caractéristique d’une proposition conforme énoncée par un « sujet » relativement à un « objet », laquelle alors « aurait valeur » sans qu’on sache dans quel domaine ; la vérité est le dévoilement de l’étant grâce auquel une ouverture se réalise. Au sein de celle-ci se développe, en s’ex-posant, tout comportement, toute prise de position de l’homme. C’est pourquoi l’homme est selon le mode de l’ek-sistence.

Il faut, puisque tout comportement humain [179] est ouvert à sa manière et se met en harmonie avec ce à quoi il se rapporte, que le comportement fondamental du laisser-être, c’est-à-dire la liberté, lui ait communiqué sous forme de don la directive intrinsèque de conformer son apprésentation à l’étant. L’homme ek-siste signifie maintenant : l’histoire des possibilités essentielles de l’humanité historique se trouve ménagée pour celle-ci dans le dévoilement de l’étant en totalité. Selon la manière dont est présente (west) l’essence originaire de la vérité, naissent les quelques décisions capitales de l’histoire.

Parce que la vérité est liberté en son essence, l’homme historique peut aussi, en laissant être l’étant, ne pas le laisser être en ce qu’il est et tel qu’il est. L’étant, alors, est travesti et déformé. L’apparence affirme sa puissance. En cette puissance surgit la non-essence de la vérité. Puisque la liberté ek-sistante comme essence de la vérité n’est pas une propriété de l’homme mais que celui-ci n’ek-siste qu’en tant que possédé par cette liberté et devient ainsi seulement capable d’histoire, la non-essence de la vérité ne saurait naître subsidiairement de la simple incapacité et de la négligence de l’homme. La non-vérité doit, tout au contraire, dériver de l’essence de la vérité. Ce n’est que parce que la vérité et la non-vérité ne sont point indifférentes l’une à l’égard de l’autre dans leur essence, mais s’appartiennent mutuellement, que, au fond, une proposition vraie peut se trouver en opposition aiguë avec la proposition non-vraie corrélative. La question de l’essence de la vérité n’atteint donc son domaine originel qu’au moment où la vue préalable de la pleine essence de la vérité permet d’englober dans le dévoilement de celle-ci la réflexion sur la non-vérité. L’examen de la non-essence de la vérité [180] ne comble pas une lacune subsidiaire, mais il constitue le pas décisif dans la position adéquate de la question de l’essence de la vérité. Mais comment saisirons-nous la non-essence de l’essence de la vérité? Si l’essence de la vérité ne s’épuise pas dans la conformité de l’énoncé, alors la non-vérité, elle non plus, ne peut être égalée à la non-conformité du jugement. (p. 177-180)

Original

Im Da-sein wird dem Menschen der langehin ungegründete Wesensgrund aufbehalten, aus dem er zu ek-sistieren vermag. »Existenz« heißt hier nicht existentia im Sinne des Vorkommens und »Daseins« (Vorhandenseins) eines Seienden. »Existenz« bedeutet hier aber auch nicht »existenziell« die auf eine leiblich-seelische Verfassung gebaute sittliche Bemühung des Menschen um sein Selbst. Die in der Wahrheit als Freiheit ge-wurzelte Ek-sistenz ist die Aus-setzung in die Entborgenheit des Seienden als eines solchen. Noch unbegriffen, ja nicht einmal einer Wesensgründung bedürftig, fängt die Ek-sistenz des geschichtlichen Menschen in jenem Augenblick an, da der erste Denker   fragend sich der Unverborgenheit des Seienden stellt mit der Frage, was das Seiende sei. In dieser Frage wird erstmals die Unverborgenheit erfahren. Das Seiende im Ganzen enthüllt sich als φνσις, die »Natur«, die hier noch nicht ein besonderes Gebiet des Seienden meint, sondern das Seiende als [190] solches im Ganzen, und zwar in der Bedeutung des aufgehenden Anwesens. Erst wo das Seiende selbst eigens in seine Unverborgenheit gehoben und verwahrt wird, erst wo diese Verwahrung aus dem Fragen nach dem Seienden als solchem begriffen ist, beginnt Geschichte. Die anfängliche Entbergung des Seienden im Ganzen, die Frage nach dem Seienden als solchem und der Beginn der abendländischen Geschichte sind dasselbe und gleichzeitig in einer »Zeit«, die selbst unmeßbar erst das Offene, d.h. die Offenheit, für jegliches Maß eröffnet.

Wenn aber das ek-sistente Da-sein als das Seinlassen von Seiendem den Menschen zu seiner »Freiheit« befreit, indem sie ihm überhaupt erst Möglichkeit (Seiendes) zur Wahl stellt und Notwendiges (Seiendes) ihm aufträgt, dann verfügt nicht das menschliche Belieben über die Freiheit. Der Mensch »besitzt« die Freiheit nicht als Eigenschaft, sondern höchstens gilt das Umgekehrte: die Freiheit, das ek-sistente, entbergende Da-sein besitzt den Menschen und das so ursprünglich, daß einzig sie einem Menschentum den alle Geschichte erst begründenden und auszeichnenden Bezug zu einem Seienden im Ganzen als einem solchen gewährt. Nur der ek-sistente Mensch ist geschichtlich [2]. Die »Natur« hat keine Geschichte.

Die so verstandene Freiheit als das Sein-lassen des Seienden erfüllt und vollzieht das Wesen der Wahrheit im Sinne der Entbergung von Seiendem. Die »Wahrheit« ist kein Merkmal des richtigen Satzes, der durch ein menschliches »Subjekt« von einem »Objekt« ausgesagt wird und dann irgendwo, man weiß nicht in welchem Bereich, »gilt«, sondern die Wahrheit ist die Entbergung des Seienden, durch die eine Offenheit west. In ihr Offenes ist alles menschliche Verhalten und seine Haltung ausgesetzt. Deshalb ist der Mensch in der Weise der Ek-sistenz.

Weil jedes menschliche Verhalten je in seiner Weise offenständig ist und sich einspielt auf das, wozu es sich verhält, muß ihm die Verhaltenheit des Sein-lassens, d. h. die Freiheit, jene [191] Mitgift der inneren Weisung zur Angleichung des Vorstellens an das jeweilige Seiende verliehen haben. Der Mensch ek-sistiert, heißt jetzt: die Geschichte der Wesensmöglichkeiten eines geschichtlichen Menschentums ist ihm verwahrt in der Entbergung des Seienden im Ganzen. Aus der Weise, wie das ursprüngliche Wesen der Wahrheit west, entspringen die seltenen und einfachen Entscheidungen der Geschichte.

Weil jedoch die Wahrheit im Wesen Freiheit ist, deshalb kann der geschichtliche Mensch im Seinlassen des Seienden das Seiende auch nicht das Seiende sein lassen, das es ist und wie es ist. Das Seiende wird dann verdeckt und verstellt. Der Schein kommt zur Macht. In ihr gelangt das Unwesen der Wahrheit zum Vorschein. Weil aber die ek-sistente Freiheit als Wesen der Wahrheit nicht eine Eigenschaft des Menschen ist, sondern der Mensch nur als Eigentum dieser Freiheit ek-sistiert und so geschichtsfähig wird, deshalb kann auch das Unwesen der Wahrheit nicht erst nachträglich dem bloßen Unvermögen und der Nachlässigkeit des Menschen entspringen. Die Unwahrheit muß vielmehr aus dem Wesen der Wahrheit kommen. Nur weil Wahrheit und Unwahrheit im Wesen sich nicht gleichgültig sind, sondern zusammengehören, kann überhaupt ein wahrer Satz in die Schärfe des Gegenteils zum entsprechend unwahren Satz treten. Die Frage nach dem Wesen der Wahrheit reicht daher erst dann in den ursprünglichen Bereich des Erfragten, wenn sie aus dem Vorblick in das volle Wesen der Wahrheit auch die Besinnung auf die Unwahrheit in die Wesensenthüllung einbezogen hat. Die Erörterung des Unwesens der Wahrheit ist nicht nachträgliche Ausfüllung einer Lücke, sondern der entscheidende Schritt in die zureichende Ansetzung der Frage nach dem Wesen der Wahrheit. Doch wie sollen wir das Unwesen im Wesen der Wahrheit fassen? Wenn das Wesen der Wahrheit sich nicht in der Richtigkeit der Aussage erschöpft, dann kann auch die Unwahrheit nicht mit der Unrichtigkeit des Urteils gleichgesetzt werden. (p. 189-191)


Ver online : WEGMARKEN [GA9]


[1Le terme Vorhandensein qui se trouve dans le texte allemand, désigne ici la modalité d’être d’une chose en opposition avec celle du Dasein.

[2Auflage 1945: unzureichend; Wesen der Geschichte aus Geschichte als Ereignis.