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Entborgenheit / Verborgenheit / Unverborgenheit

Unverborgenheit / hors-retrait / desencobrimento / unconcealment / Entborgenheit

Assim, seguiu-se o critério de manter o princípio global de verter o núcleo de sentido de bergen — raiz que perdura na nossa língua no verbo “albergar” e nos substantivos “albergue” e “albergaria” — por “pôr a coberto”, que significa “pôr a salvo”, “dar cobertura”, abrigar, e portanto, indirecta e secundariamente, ocultar, esconder. Estas duas últimas acepções vêm, em alemão, a expressar-se na forma verbal derivada verbergen, que traduzimos, por coerência etimológica e precisão conceptual, por “encobrir”, cujas conotações são notáveis, sobretudo no uso, em português, do particípio. “Encoberto”, verborgen, designa o que dissimula a sua presença mediante disfarce, o que, não estando ausente, guarda oculta, enevoada, a verdade do seu ser, salvaguardando a sua identidade. A verdade ontológica enquanto Unverborgenheit — termo com que Heidegger traduz a aletheia grega — designa, pois, o “não-estar-encoberto” do ser, o seu aparecer à luz enquanto “desencobrimento”, Entbergung, do que está-a-coberto no ente: o ser no seu estar-a-ser essenciante. [Borges-Duarte  , GA5  ]