Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA65:19 – Que significa ser si mesmo?

terça-feira 13 de agosto de 2019

Casanova

Pois o que significa, afinal, então, o ser si mesmo? Será que o homem é ele mesmo, será que nós somos nós mesmos por meio do fato de deixarmos o caminho livre para aquilo que se atém a nós e em que nos vemos presos? Em que sentido o homem é, como nós somos: isto é algo que não se acha de maneira alguma claro. Mesmo o aceno para uma ação e para um efetuar não é suficiente. Todo e qualquer “funcionamento”, toda e qualquer busca no entorno coloca o homem em movimento, e resta a questão de saber se ele com isso já “é”. Em verdade, não pode ser negado que ele é um ente de tal tipo, mas exatamente por isso aguça-se a questão com vistas a se, então, o homem já “é”, quando ele apenas “é” e ocorre assim, se um povo é ele mesmo, na medida em que ele empreende apenas o aumento e a diminuição de sua consistência. Evidentemente pertence “mais” ao “ser” do povo, esse “ser” é marcado em si por uma referencialidade de determinações essenciais, cuja “unidade” permanece com maior razão obscura. De onde deveria vir, por exemplo, o esforço por produzir por meio de instituições e “organizações” o corpo popular presente para a “forma”? O fato de o homem “ser constituído” por corpo – alma – espírito não diz muita coisa. Pois a questão acerca do ser dessa consistência una é contornada com isso, abstraindo-se do fato de esses “componentes” e seu estabelecimento como determinações do homem pressuporem de qualquer modo experiências históricas completamente próprias do homem e de sua relação com o ente. O que reside na “alma” – anima – ψυχή? No espírito – animus, spiritus – πνεύμα? [GA65PT  :52-53]

Fédier

En effet : que demande donc cet être soi-même ? L’être humain est-il, sommes-nous du seul fait que nous laissions ce qui nous est inhérent et ce à quoi nous sommes attachés simplement aller leur cours ? En quel sens l’être humain est-il comme nous sommes, voilà qui n’est pas d’emblée si clair que cela. De même la référence à l’action et à la réalisation ne suffit pas. Tout « affairement», toute agitation, met l’être humain en mouvement ; la question demeure : cela suffit-il pour le faire « être » ? Bien sûr, impossible de nier que de cette façon-là il est pourtant bien un étant ; mais justement, ainsi, la question devient plus aiguë : est-ce que l’être humain, pour « être » ainsi comme quelque chose qui se rencontre, «est» déjà pour de bon? Est-ce qu’un peuple «est» déjà lui-même quand il s’occupe exclusivement de l’accroissement et de la diminution de ses biens et avoirs ? Manifestement il y a bien plus que cela dans l’« être » du peuple ; cet « être » implique en soi une très singulière complexité de relations entre beaucoup de déterminations essentielles, dont l’« unité » reste encore de son côté bien obscure. D’où pourrait donc venir par exemple le dessein de mettre «en forme» le corps populaire, tel qu’il est là-devant, par des dispositions réglementaires, dans la perspective de l’« organisation générale » ? Que l’être humain se « compose » de corps, d’âme et d’esprit, voilà qui n’explique pas grand-chose. De cette manière en effet, est évitée la question qui s’enquiert de l’être de ce composé en tant qu’unité, sans compter que les «éléments» du composé, et leur mise en jeu comme déterminations de l’être humain, présupposent quant à eux des expériences historiales tout à fait spécifiques de ce qu’est l’être humain et de son rapport à l’étant. Qu’y a-t-il au fond de « âme » – anima-ψυχή ? Au fond de « esprit » – animus, spiritus – πνεῦμα ? [GA65FR  :70-71]

Original

Denn was heißt denn nun das Selbst-sein? Ist der Mensch, sind wir lediglich dadurch, daß wir dem, was uns anhaftet und worin wir verhaftet sind, einfach seinen Lauf lassen? In welchem Sinne der Mensch ist, wie wir sind, das ist durchaus nicht klar. Auch der Hinweis auf ein Handeln und Wirken genügt nicht. Jeder »Betrieb«, jedes Sichumtun setzt den Menschen in Bewegung, und es bleibt die Frage, ob er damit schon »ist«. Zwar kann nicht geleugnet werden, daß er solcher Art ein Seiendes ist, aber gerade deshalb verschärft sich die Frage dahin, ob dann der Mensch schon »ist«, wenn er nur so »ist« und vorkommt, ob ein Volk es selbst »ist«, indem es nur die Vermehrung und Abnahme seines Bestandes betreibt. Offenbar gehört »mehr« zum »Sein« des Volkes, dieses »Sein« ist in sich von einer eigenen Bezüglichkeit wesentlicher Bestimmungen, deren »Einheit« erst recht dunkel bleibt. Woher sollte denn z. B. die Bemühung kommen, den vorhandenen Volkskörper durch Einrichtungen und »Organisation« in »Form« zu bringen? Daß der Mensch aus Leib – Seele – Geist »besteht«, sagt nicht viel. Denn die Frage nach dem Sein dieses einigen Bestandes ist damit umgangen, abgesehen davon, daß diese »Bestandstücke« und ihre Ansetzung als Bestimmungen des Menschen doch ganz eigene geschichtliche Erfahrungen des Menschen und seines Verhältnisses zum Seienden voraussetzen. Was liegt in »Seele« — anima — ψυχή?, im Geist — animus, spiritus — πνεῦμα? [GA65  :49-50]


Ver online : SI MESMO