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GA5:321-322 – ver - memória - saber
terça-feira 23 de outubro de 2018
Borges-Duarte
O vidente é aquele que já viu o todo do que está presente no seu estar-presente; dito em latim: vidit; em alemão: er steht im Wissen [“ele está no saber”]. Ter visto é a essência [Wesen] do saber. No ter visto, sempre já entrou em jogo uma outra coisa diferente da execução de um [406] processo óptico. No ter visto, a relação com o-que-está-presente é anterior a todo o tipo de apreensão sensível e não-sensível. É a partir daí [dessa relação anterior] que o [322] ter visto está relacionado com o estar-presente que clareia.
O ver não se determina a partir do olho, mas sim a partir da clareira do ser. A insistência [Inständigkeit] [1] nela é a estrutura de todos os sentidos humanos. O estar-a-ser como ter visto é o saber. Este mantém a vista. Recorda o estar-presente. O saber é a memória do ser. E por isso que Μνημοσύνη é a mãe das Musas. O saber não é a ciência no sentido moderno. O saber é a preservação a descoberto do domínio do ser que se preserva a descoberto [das Gewahren der Wahmis des Sems]. (p. 405-406)
Cortés & Leyte
El vidente es aquel que ya ha visto el todo de lo presente en la presencia; dicho en latín: vidit; en alemán: «er steht im Wissen» [2]. Haber visto es la esencia del saber. En ese haber visto siempre ha entrado ya en juego otra cosa distinta a la consumación de un proceso óptico. En el haber visto, la relación con lo presente ha regresado de toda suerte de captación sensible e insensible. A partir de ahí, el haber visto está referido a la presencia que se ilumina. El ver no 322 se determina a partir del ojo, sino a partir del claro del ser. Estar dentro de él articula todos los sentidos humanos. La esencia del ver como haber visto es el saber. Este conserva la visión. Se acuerda de la presencia. El saber es la memoria del ser. Por eso, Μνημοσύνη es la madre de las musas. Saber no es ciencia en sentido moderno. Saber es la salvaguarda pensante de la guarda del ser. (p. 258)
Brokmeier
Le voyant est celui qui a déjà vu le tout du présent dans la présence ; en latin : vidit ; en allemand : er steht im Wissen (il se tient dans le savoir). Avoir-vu est l’essence du savoir. Dans l’avoir-vu est toujours déjà entré en jeu autre chose que l’accomplissement d’un processus optique. Dans l’avoir-vu, notre rapport à ce qui est présent est toujours déjà revenu de toute espèce de perception sensible ou non sensible. A partir de là, l’avoir-vu a trait à la présence s’éclaircissant. Le voir ne se détermine pas à partir de l’œil mais à partir de l’éclaircie de l’être. L’instance en elle constitue la structure de tous les sens humains. L’essence du voir en tant qu’avoir-vu, c’est le savoir. Celui-ci retient la vision. Il se souvient de la présence. Le savoir est la mémoire de l’être. C’est pourquoi Μνημοσύνη est la mère des Muses. Savoir n’est pas science au sens moderne. Savoir est sauvegarde pensante de la garde de l’être.
Young & Haynes
The seer is he who has already seen the totality of what presences in its presencing. In Latin vidit, in German “er steht im Wisen [he stands in knowledge].” Having seen is the essence of knowledge. In this having seen [262] there is always something more in play than the completion of an optical process. In the having seen, the relationship to what presences has gone behind every kind of sensory and non-sensory apprehension. What follows is that the having seen is related to the self-illuminating presencing. The seeing is determined, not by the eye but by the lighting of being. Standing within this lighting is the structure of all human senses. The essence of seeing, as having seen, is knowledge. This retains sight. It remains mindful of presencing. Knowledge is the remembrance of being. This is why Μνημοσύνη is the mother of the muses. Knowledge is not science in the modem sense. Knowledge is the thoughtful awareness of the preservation of being. (p. 261-262)
Original
Der Seher ist derjenige, der das All des Anwesenden im Anwesen schon gesehen hat; lateinisch gesprochen: vidit; deutsch: er steht im Wissen. Gesehenhaben ist das Wesen des [349] Wissens. Im Gesehenhaben ist stets schon Anderes ins Spiel getreten als der Vollzug eines optischen Vorganges. Im Gesehenhaben ist das Verhältnis zum Anwesenden hinter jede Art von sinnlichem und unsinnlichem Erfassen zurückgegangen. Von da her ist das Gesehenhaben auf das sich lichtende 322 Anwesen bezogen. Das Sehen bestimmt sieb nicht aus dem Auge, sondern aus der Lichtung des Seins. Die Inständigkeit in ihr ist das Gefüge aller menschlichen Sinne. Das Wesen des Sehens als Gesehenhaben ist das Wissen. Dieses behält die Sicht. Es bleibt eingedenk des Anwesens. Das Wissen ist das Gedächtnis des Seins. Darum ist Μνημοσύνη die Mutter der Musen. Wissen ist nicht Wissenschaft im neuzeitlichen Sinne. Wissen ist das denkende Gewahren der Wahmis des Seins. (p. 348-349)
Ver online : Holzwege [GA5]
[1] N.T. Inständigkeit é o termo que Heidegger passa a utilizar — a partir de GA31 — para designar aquilo que, em Sein und Zeit, é designado por Existenz como autenticidade (como viver constantemente comprometido com a Entschlossenheit, com a decisão que abre ao Dasein como tal). A tradução por “insistência” pretende dar a ideia de um empenho persistente na abertura ao Dasein como tal e no seu todo.
[2] N. de los T: Expresión que significa ‘ser sabedor de algo’, ya que «Wissen» es ‘saber’.