Excerto de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger. Tr. Francisco Gonçalves. Lisboa: Europa-América, 1993, p. 51-58
Na conferência Da Essência da Verdade, pronunciada pela primeira vez em 1930, Heidegger põe em questão o conceito tradicional de verdade. Esclarece as suas condições de possibilidade e mostra que esse conceito repousa sobre uma verdade mais original, a verdade do ser.
A) O conceito corrente de verdade.— A verdade, no sentido corrente, consiste na adequação ou (…)
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Boutot / Alain Boutot
ALAIN BOUTOT (1953)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
BOUTOT, Alain. Introdução à Filosofia de Heidegger. Lisboa: Europa-América, 1993.
Heidegger et Platon . Le problème du nihilisme. Paris: PUF, 1987
Matérias
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Boutot (1993:51-58) – Da essência da verdade à verdade da essência
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro -
Boutot (1993:104-108) – O crescimento do que salva
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, 1993, p. 104-108
Alguns viram na interpretação heideggeriana da modernidade uma condenação sem apelo equivalente a uma rejeição pura e simples da técnica. Este modo de ver repousa, na realidade, sobre um mal-entendido tenaz que o próprio Heidegger não cessou de denunciar. O discurso heideggeriano não é dirigido contra a técnica e não prega um qualquer retorno à Idade Média ou mesmo à Idade da Pedra, o que seria ridículo, mas (…) -
Boutot (1993:91-93) – ciência moderna como «uma teoria do real»
1º de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroHeidegger propõe definir a ciência moderna como «uma teoria do real». «Teoria» não designa aqui uma contemplação passiva da verdade, mas uma elaboração activa que dá forma ao real. A ciência moderna «provoca» o real, «para-o e interpela-o para que este se apresente em cada circunstância como o conjunto da causa e do que é causado, ou seja nas consequências previstas a partir das causas dadas». Fixa a evolução dos fenômenos em fórmulas matemáticas (leis e teorias) que permitem prever e (…)
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Boutot (1993:27-31) – O tratado Ser e Tempo
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroAlain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger, p. 27-31
A) A estrutura da questão do ser.
O tratado O Ser e o Tempo assenta inteiramente numa única questão fundamental, a do sentido do ser. «A elaboração concreta da questão do sentido do ser», escreve Heidegger no princípio desta obra, «é o objeto do presente trabalho. O seu fim provisório é o de fornecer uma interpretação do tempo como horizonte de toda a compreensão do ser». A questão do ser caiu hoje em dia no esquecimento. Esta (…) -
Boutot (1993:77-82) – Esquecimento do ser
30 de maio de 2017, por Cardoso de CastroA história da filosofia ou da metafísica, termos sinônimos para Heidegger, confunde-se em definitivo com a história da emergência lenta e progressiva do pensar segundo os valores. Esta assimilação do ser ao valor, levada a efeito em várias etapas, é a verdade última, e talvez íntima, da história da metafísica enquanto história do platonismo.
Heidegger distingue três períodos ou épocas fundamentais na história da metafísica: os gregos (Platão e Aristóteles), depois os romanos e a Idade (…) -
Boutot (1993:100-104) – Heidegger, Jünger e Técnica
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroA técnica moderna, no sentido essencial da ordenação, ataca o homem que «no interior do sem-objeto, não é mais que o executante do fundo» e torna-se ele mesmo «um fundo».
Todas estas análises, que descrevem a mobilização total do mundo pela técnica na época moderna, podem fazer pensar nas que Ernst Jünger desenvolvia no seu livro Der Arbeiter (1932). O próprio Heidegger indicou, de resto, tudo o que a sua conferência sobre A Questão da Técnica devia às «descrições de O Trabalhador», e (…)
Notas
- Boutot (1987:155-157) – o Bem (agathon)
- Boutot (1987:157-158) – summum bonum (agathon)
- Boutot (1987:270-272) – Plotino, hipóstases
- Boutot (1987:29-32) – A questão "o que é o ente?" (ti to on)
- Boutot (1987:32-34) – o digno de pensar no ente
- Boutot (1993:22-26) – A estrutura da questão do ser
- Boutot (1993:28-29) – Privilégio do "ser" humano
- Boutot (1993:29-30) – Analítica Existencial
- Boutot (1993:32-33) – In-der-Welt-sein - ser-no-mundo
- Boutot (1993:33) – Zeug - utensílio
- Boutot (1993:34) – Mit-sein - ser-com
- Boutot (1993:35) – Befindlichkeit - disposição
- Boutot (1993:35) – In-sein - sem-em
- Boutot (1993:35-36) – Verstehen - Compreender
- Boutot (1993:36) – Rede - discurso
- Boutot (1993:36-37) – Sorge - cura
- Boutot (1993:38-39) – ser-para-a-morte
- Boutot (1993:39-42) – A significação originariamente temporal do cuidado
- Boutot (1993:42-43) – Temporalidade e quotidianidade e historicidade e intratemporalidade
- Boutot (1993:49-51) – Kehre - Viragem