Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Blattner (1999:52) – ser-fundamento

quarta-feira 25 de setembro de 2024

No §58 sobre "culpa", Heidegger introduz a linguagem do "ser-fundamento" (Grundsein) para sua projeção, do Dasein. O Dasein sempre projeta com base em seu ser-lançado, na maneira como as coisas já importam para ele. Ele escreve,

O Dasein existencialmente é o fundamento de sua capacidade de ser como esse ente, a quem foi entregue e como quem pode existir apenas como o ente que é. Embora não tenha estabelecido por si mesmo o fundamento de sua capacidade de ser, repousa em seu peso, que a sintonização torna manifesto como fardo. (SZ  :284; ET58)

Jones não pode sair de seu ser-lançado, da maneira como as coisas já são importantes para ela. Ela só pode viver como esse fundamento para suas habilidades projetadas. Viver como o fundamento é viver o fundamento, projetar com base no fundamento. O ser-lançado é o fato de sermos jogados, de nos encontrarmos com os modos pelos quais as coisas já importam. E esses modos pelos quais as coisas importam fundamentam a capacidade de ser, fornecendo a determinação afetiva necessária para avançar na capacidade-de-ser.

A facticidade do Dasein, sua determinação, não é o fato de ser tão alto, ter cabelos dessa cor, etc.. Ao invés, sua facticidade é o modo como as coisas já lhe são importantes. Para fazer um paralelo com a Tese da Capacidade, deixe-me formular

A tese da afetividade: A determinação do Dasein consiste no modo como as coisas lhe importam.


Ver online : William Blattner