Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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modos de ser

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

[…] Certamente, uma interpretação mais exata da existência é capaz de mostrar que o homem [Mensch  ] “de mais a mais também vive”, mas que o que constitui o modo de ser [Seinsart  ] do animal e da planta como vida [Leben  ] recebe no interior da existência do homem, porquanto ele possui um corpo [Leib  ], um sentido totalmente diverso e próprio. Diferentemente do modo de ser das coisas [Seinsart der Dinge] como, por exemplo, as pedras e os cascalhos, coisas como o giz, o apagador, o quadro-negro, a porta, a janela possuem um modo de ser [Art zu sein  ] totalmente diverso que designamos como o seu ser à mão [Zuhandensein  ]. Além disso, há coisas do gênero do espaço e do número que tampouco se mostram como um nada e, uma vez que são algo, acabam de alguma forma sendo; deles dizemos que são consistentes [bestehen  ]; eles possuem consistência [Bestand]. Desse modo, considerando esses diversos tipos de ser do ente [Arten des Seins des Seienden  ], podemos realizar a divisão da seguinte forma: o existente [Existierende], os homens; o vivente [Lebende]: as plantas e os animais; o ente por si subsistente [Vorhandene]: as coisas materiais; as coisas que são à mão [Zuhandene]: as coisas de uso no sentido mais amplo possível; as coisas que são consistentes [Bestehende]: o número e o espaço. Segundo esses tipos fundamentais de ser [Grundarten des Seins], podemos caracterizar âmbitos [Bereiche] ônticos, apesar de o aspecto desses âmbitos não ser essencial e primário. O existente, o vivente, o por si subsistente, o que é à mão não são âmbitos impelidos a enfileirar-se um ao lado do outro. Ao contrário, eles são apenas conceitos metódicos de apreensão [methodische   Auffassungsbegriffe]. Completamente diversa dessa apreensão [Auffassung  ] da natureza é a “natureza” no sentido de cosmos ou como conceito oposto à arte; esse problema tem, contudo, um lugar totalmente distinto. [tr. Casanova  ; GA27  :71-72]