Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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milieu

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Milieu  

Mas agora podemos perguntar pela primeira vez efetivamente: como um pensamento [Gedanke] pode ter uma força determinante? “Pensamentos”! Algo tão fugaz deve ser um peso [Schwerpunkt]? Para o homem, o determinante não é inversamente o que está à sua volta, as circunstâncias [Umstände], sua “alimentação” [Nahrung]? Feuerbach não tem razão com a sua famosa frase: o homem é o que “come”? [Der Mensch   ist, was er »ißt«?] E ao lado da alimentação não se deveria colocar o lugar [Ort  ], ou, de acordo com as doutrinas outrora contemporâneas das sociologias [Soziologie] inglesa e francesa, o MILIEU, a arte [Luft] e a sociedade [Gesellschaft  ]? De maneira alguma, porém, pensamentos! Nietzsche   retrucaria a isso: justamente os pensamentos, pois estes determinam o homem ainda mais, eles o determinam pela primeira vez para essa alimentação, para esse lugar, para esse ar e essa sociedade; no “pensamento” se decide se o homem justamente assume e mantém essas circunstâncias ou escolhe de outra maneira, se interpreta as circunstâncias escolhidas desse modo ou de outro, se faz frente a elas desse modo ou de outro. O fato de essa decisão [Entscheidung  ] ser tomada frequentemente em ausência de pensamento [Gedankenlosigkeit  ] não fala contra o domínio do pensamento [Herrschaft des Gedankens], mas a favor dele. O meio por si não esclarece nada [Das Milieu für sich erklärt nichts  ]; não há um meio em si [ein Milieu an sich   gibt es nicht]. Nietzsche diz quanto a isso (A vontade de poder, n. 70, 1885-1886):

“Contra a doutrina da influência [Einfluss] do meio e das causas exteriores [äußeren Ursachen]: a força interna [innere   Kraft  ] é infinitamente superior.” [GA6T1  :241-242; tr. Casanova   (GA6MAC):190]