Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Nietzsche (VP:484) – é pensado, há pensante

quarta-feira 4 de março de 2020

Fernandes & Moraes

“É pensado: consequentemente há pensante”: a isso chega a argumentação de Cartesius [Descartes  ]. Mas isso significa postular nossa crença no conceito de substância já como “verdadeira a priori  ” — que, quando seja pensado, deva haver alguma coisa “que pense” é, porém, apenas uma formulação de nosso hábito gramatical, que põe para um fazer [Tun  ] um agente [Täter]. Em resumo, aqui já se propõe um postulado lógico-metafísico — e não somente há constatação… Pelo caminho de Cartesius não se chega a algo absolutamente certo, mas só a um fato de uma crença muito forte.

Se se reduz a frase a “é pensado, logo há pensamentos”, então se tem uma mera tautologia: e justamente o que está em questão, a “realidade do pensamento” [“Realität   des Gedanken”], não é tocado — desta forma não se pode repudiar a “aparência” do pensamento. Cartesius, porém, queria que o pensamento não tivesse apenas uma realidade [Realität] aparente, mas uma em si.

Original

„Es wird gedacht: folglich giebt es Denkendes”: darauf läuft die Argumentation des Cartesius hinaus. Aber das heisst unsern Glauben an den Substanzbegriff schon als „wahr a priori” ansetzen: — dass  , wenn gedacht wird, es etwas geben muss, „das denkt”, ist einfach eine Formulirung unserer grammatischen Gewöhnung  , welche zu einem Thun einen Thäter setzt. Kurz, es wird hier bereits ein logisch  -metaphysisches Postulat gemacht — und nicht   nur constatirt . . . Auf   dem Wege des Cartesius kommt man nicht zu etwas absolut Gewissem, sondern nur zu einem Faktum   eines sehr starken Glaubens.

Reducirt man den Satz   auf „es wird gedacht, folglich giebt es Gedanken”, so hat man eine blosse Tautologie: und gerade Das, was in Frage   steht, die „Realität des Gedankens”, ist nicht berührt, — nämlich in dieser Form ist die „Scheinbarkeit” des Gedankens nicht abzuweisen. Was aber Cartesius wollte, ist, dass der Gedanke nicht nur eine scheinbare Realität hat, sondern eine an sich  .


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