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Ding
quarta-feira 5 de julho de 2023
Ding, Sache, chose, choses, coisa, coisas, thing, things, cosa, cosas
Ding, "coisa" , se distingue de Sache, "coisa, tema, causa, assunto". Sache, assim como a palavra latina res, denotava originalmente um caso legal ou um assunto de interesse, enquanto que Ding era a "corte" ou "assembleia" diante da qual um caso era discutido (Inwood ).
al hablar del ente como «cosa»; en castellano la expresión «cosa» es absolutamente neutral, y no implica ninguna particular caracterización ontológica. En cambio, en el alemán filosófico la palabra «Ding» está cargada de resonancias metafísicas. [Rivera ; STRivera:Notas]
O pouco que se diz com a afirmação segundo a qual o «isto» é apenas uma característica subjectiva da coisa, pode deduzir-se do facto de podermos dizer, com a mesma legitimidade, que ela é «objectiva», porque objectum significa o que é projectado-para-diante-de. O «isto» visa a coisa na medida em que ela está diante de nós, quer dizer, é objectiva. [34]
O que é um «isto» [Dieses] não depende do nosso capricho ou da nossa vontade, mas, na medida em que depende de nós, depende também, em igual medida, da coisa. Apenas o seguinte se torna compreensível: determinação tais como o «isto», que utilizamos no âmbito da experiência quotidiana das coisas [alltäglichen Erfahrung der Dinge], não são tão evidentes como à primeira vista parece. Permanece totalmente em questão qual o modo de verdade sobre a coisa que está contido na sua determinação como um «isto». Permanece em questão de que gênero é, em geral, a verdade que temos na experiência quotidiana das coisas: se subjectiva, se objectiva, se uma mistura das duas, se nenhuma delas.
Até ao momento, vimos apenas que as coisas, a partir do domínio da experiência quotidiana, se encontram em verdades diferentes (o Sol do pastor e do astrofísico, a mesa de uso quotidiano e a mesa estudada pela ciência). Agora vê-se também que a verdade do Sol para o pastor, a verdade acerca da mesa de uso quotidiano - por exemplo, a determinação «este Sol», «esta mesa» - a verdade do «isto», permanece opaca na sua essência [Wesen]. Como poderíamos querer, alguma vez, dizer algo acerca da coisa sem estarmos suficientemente esclarecidos acerca do modo de verdade [Art von Wahrheit] que lhe é próprio? Podemos, ao mesmo tempo, levantar a questão inversa: como é possível saber algo da verdade própria acerca da coisa, quando não conhecemos a própria coisa, para decidirmos que verdade lhe pode e deve ser atribuída?
Deste modo, torna-se claro que não podemos ir directamente até às próprias coisas; não porque ficássemos detidos no caminho, mas porque as determinações a que chegamos e que atribuímos às próprias coisas - espaço, tempo, o «isto» - se apresentam como determinações que não pertencem à própria coisa.
Por outro lado, não podemos recorrer ao expediente fácil que diz: quando as determinações não são «objectivas», são «subjectivas». Pode ser que elas não sejam nem uma coisa, nem outra, que a diferenciação entre sujeito e objecto e, juntamente com ela, a própria relação sujeito-objecto [Subjekt-Objekt-Beziehung], manifeste um retrocesso da filosofia, altamente questionável, se bem que muito difundido. [GA41CM:34-35]
VIDE: DING E DERIVADOS; SACHE E DERIVADOS
coisa
chose
thing
NT: Thing, thingliness (Ding, Dinglichkeit), 46-49, 54, 63-64, 67-69, 73-74, 79-83, 90-91, 96-100, 114, 121, 124, 130, 203-204, 369, et passim. See also Objective presence; Things at hand; Useful things [BT]
Em SZ a palavra Ding, "coisa", é usada com um tom negativo: uma coisa é invariavelmente vorhanden. "Reificar", verdinglichen, por exemplo, a consciência (SZ , 46, 437), tratá-la como uma coisa quando ela não é uma coisa, é uma falha central dos filósofos do passado. Mais tarde, Ding passa a ser usada positivamente (GA31 , 56ss; COISA, 157ss/165ss). Considerar algo como Ding é deixá-lo ser o que é sem interferência alguma. Heidegger está agora mais preocupado com os danos da tecnologia do que com a reificação dos filósofos. Um tipo de Ding é a obra de arte, que possui alguma afinidade com Zeug e alguma afinidade com a natureza ou Vorhandenes, mas difere de ambos (UK, 10ss/146ss). [DH ]
Uma mera coisa é, por exemplo, este bloco de granito. E duro, pesado, extenso, maciço, disforme, áspero, colorido, em parte baço, em parte polido. Tudo isto que enumerámos pode ser visto na pedra. Assim, tomamos conhecimento das suas notas características. Porém, as notas características dizem respeito àquilo que é próprio da pedra ela mesma. São as suas propriedades. A coisa tem-nas. A coisa? Em que é que pensamos quando consideramos agora a coisa? A coisa não é, manifestamente, apenas o aglomerado das notas características, nem sequer o amontoado das propriedades mediante o qual, somente, o conjunto surge. A coisa é – como todos julgamos saber – aquilo em torno do qual as particularidades se reuniram. Fala-se do núcleo [Kern] das coisas. Os gregos terão chamado a isto τὸ ὑποκείμενον. Este carácter nuclear [Kernhafte] das coisas era, decerto, para eles, o que [está] sempre já anteposto como base [Vorliegende]. Pelo contrário, as notas características chamam-se τα συμβεβηκότα, aquilo que também sempre já se pôs junto àquilo que, em cada caso, está anteposto, e que se apresenta em conjunto com ele. [GA5 :7; Borges-Duarte ]