Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Macquarrie (1994:54) – Notícia sobre "Introdução à Metafísica"

quinta-feira 10 de outubro de 2024

Vimos que Heidegger encerrou a palestra “O que é metafísica?” citando a pergunta de Leibniz  : “Por que existem entes, em vez de nada?”. Essa mesma pergunta forma a frase de abertura do livro de Heidegger, Introdução à Metafísica [GA40  ], de modo que parece razoável considerar esse livro como uma continuação de “O que é metafísica?” [GA9  ]. O livro baseia-se em um curso de palestras ministradas em Freiburg em 1935, revisadas e ampliadas, e finalmente publicadas em 1953.

Nesse livro, Heidegger reintroduz a questão do Ser. Ele afirma que essa é a mais fundamental de todas as questões, e acredita que todos são tocados por ela pelo menos uma vez na vida, embora, é claro, a questão possa assumir muitas formas e talvez não passe de um espanto inarticulado. No início do livro, Heidegger levanta a questão de como essa questão do Ser está relacionada à teologia. Para quem aceita a Bíblia como revelação divina, ele acredita que a pergunta não surge, porque a resposta já é conhecida. Existem entes em vez de nada porque Deus, o ser supremo, criou esses outros entes. O próprio Deus não foi criado: ele é o ser auto-subsistente. Mas a questão do Ser como tal não é levantada de forma alguma na teologia. A doutrina tradicional da criação nunca vai além dos entes. Um ser, reconhecidamente supremo entre os entes, criou os outros. Para uma pessoa que tem essa fé, a filosofia é, como diz Paulo, tolice (I Cor. 1.20). Da mesma forma, para o filósofo, a fé cristã parece tolice.


Ver online : John Macquarrie