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Du communisme au capitalisme

Henry (CC) – a vida e o trabalho vivente

Théorie d’une catastrophe.

domingo 12 de setembro de 2021

Excerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).

Tradução

Marx   está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o que, privado da capacidade de sentir, sofrer, desfrutar e amar, não é senão a morte. Veremos que toda a sua análise econômica será construída sobre essa oposição decisiva. Isso não é de forma alguma um julgamento de valor, alguma visão romântica vaga ou imprecisa, mas a designação mais rigorosa de um dos fatores que entram em qualquer processo real de produção e fazem dele o que é isso. No entanto, esse julgamento é precisamente o fundamento da economia e de todos os fenômenos econômicos em geral. Divide-se entre trabalho vivente, por um lado, e, por outro, os elementos materiais que são os instrumentos de produção e as matérias-primas. Enquanto o primeiro é precisamente designado pela vida, o segundo, como materiais, sempre será afetado por um coeficiente de inércia insuperável que os torna eternamente incapazes de desempenhar um papel ativo no processo de produção, para constituir estritamente falando esta aqui. E isso não é por efeito de algum preconceito, mais uma vez, mas porque só o trabalho vivente é capaz de "produzir" realidade econômica, valor, enquanto os elementos materiais são incapazes de fazê-lo: eles poderiam ser eliminados de um tal processo onde, de qualquer forma, eles não têm de modo algum poder valorizante, e a valorização prossegue apesar de sua ausência. Porque a vida vive sem a morte e se basta a ela mesma. Voltaremos a este ponto decisivo.

Vamos sublinhar, por enquanto, as duas características da vida que acabamos de conhecer: antes de tudo, sua subjetividade, um conceito que não visa nada além do fato de se sentir si mesma, ou seja, precisamente a vida. Toda vida é subjetiva, começa e termina com a subjetividade, a ponto de não ser outra coisa senão ela. Naturalmente, "subjetivo" não deve ser entendido aqui no sentido trivial, como se "tudo é subjetivo" significasse "tudo é relativo", tudo depende da maneira de ver de cada um: "cada um é sua verdade". Longe de designar o modo de pensar variável de um indivíduo, seu ponto de vista particular sobre as coisas, a subjetividade constitui a realidade mais essencial deste indivíduo, sua condição metafísica ou ontológica, seu ser, enquanto este ser é justamente a vida.

A segunda característica da vida é que é uma força, uma força produtiva, quer dizer capaz de criar algo que não existiria sem ela. Até onde vai essa capacidade criativa da vida, é isso que veremos aos poucos. Digamos por um momento que a vida tem antes de tudo a capacidade de modificar a natureza que a cerca e, arrancando alguns de seus elementos e impondo-lhes uma forma específica, dá à luz objetos que nascem graças a ela. Esses objetos são de dois tipos: alguns são usados para esse fim e foram moldados por ela para esse fim: são alimentos, roupas, edifícios destinados à habitação, culto etc. — são chamados "valores de uso"; os outros são instrumentos que servem para produzir o primeiro, mas que são produzidos de maneira idêntica — eles também se enquadram na categoria de "valores de uso". Considerando a vida como uma força, em seu poder produtivo, Marx a chamou de "práxis" em 1845 e imediatamente a qualificou como subjetiva. Ele critica o materialismo por ter compreendido a realidade "apenas na forma de objeto ou de intuição, mas não como uma atividade humana concreta, não como uma prática, de maneira subjetiva"Teses sobre Feuerbach , em A Ideologia Alemã; Marx, Philosophical Works, Costes, Paris, 1937, VI, p. 141; Edições Sociais, Paris, 1968, p. 31.. O termo práxis desaparecerá do vocabulário de Marx, será substituído, em seu trabalho econômico em particular, por conceitos que sublinham muito mais claramente este caráter duplo da vida de ser subjetiva e de ser uma força. Citemo-los desde já: "subjetividade inorgânica", "corpo vivente", "trabalho vivente", "força de trabalho", "força de trabalho subjetiva", "trabalho subjetivo", etc.Essas expressões ocorrem repetidamente, principalmente em Grundrisse e O Capital..

Encontramos então um terceiro caráter da vida que seria suficiente para opor esta às concepções românticas que contaminavam o marxismo muito mais do que o pensamento do próprio Marx. Isso porque, para este último, a vida não é uma entidade universal suscetível de se realizar e de subsistir como tal, enquanto realidade geral. Toda vida, pelo contrário, é individual e é realizada apenas dessa maneira, sob a forma de um indivíduo vivente. Eis porque esta atualização da vida, nisto que é cada vez que um indivíduo obedece à lei de uma reiteração indefinida, dando nascimento a inúmeros indivíduos [1]. É também por isso que raramente encontramos o termo "vida" usado isoladamente nos textos de Marx, mas ao invés aquele de "indivíduos viventes" — indivíduos que, precisamente porque são o único modo possível de realização da vida, serão reconhecidos como o único fundamento de toda a realidade. É sob esse termo de "indivíduos viventes", de "indivíduos reais" que eles são designados na Ideologia alemã como "o pressuposto de toda a história" [2]; de sorte que, reciprocamente, a história não pode ser senão a destes indivíduos, feita e vivida por eles, mesmo se ela escape à vontade deles – sim ela deles escapou pelo menos desde o início até que o socialismo tenta de alguma forma lhes devolver de alguma maneira e de sujeitá-la enfim à liberdade deles.

Na análise econômica que constitui a parte principal do trabalho de Marx após 1847, o termo indivíduo vivente dá lugar ao de trabalhador cujo sentido, estritamente idêntico, só pode ser entendido a partir da vida. A característica distintiva do trabalhador é o trabalho vivente, é a própria vida na forma tripla necessariamente subjetiva, ativa e individual de sua realização. Assim que esquecemos que a essência do trabalhador é a vida no sentido metafísico do que é de outra ordem além da coisa material e é provida, por outro lado, da capacidade ela mesma metafísica de criar isto que ainda não é, desde que consideremos positivamente o indivíduo como um ser empírico, assim como ele advém no marxismo e em todo o cientificismo em geral, não podemos mais entender uma palavra da análise econômica de Marx. E é preciso dizer que o marxismo, que é historicamente uma forma de positivismo e cientificismo, não entendeu nada.

A designação da vida sob o título de "indivíduo vivente" é para Marx algo tão óbvio que ele não se importou muito em justificá-la. Dado que os indivíduos delimitam, como viventes, o fundamento da economia, é importante mostrar, nem que seja brevemente, porque a vida reveste com efeito a forma de uma existência cada vez individual: porque o experienciar que ela faz dela mesma, reduzida à sua pura subjetividade, é necessariamente esta ou aquela, esta experiência singular vivendo e se experienciando si mesma, incluindo nela este Si irredutível a todo outro e que justamente faz dela um indivíduo, no sentido de um indivíduo que é um Si - um Si transcendental, sentindo e então se sentindo si mesmo, constantemente afetado por si e por nada de outro, e que não é ele mesmo nada de outro: nenhuma alteridade, nenhuma objetividade que se possa ver ou tocar, mas, ao contrário, o que vê e toca, o que toma e o que age — nenhum indivíduo empírico, assim como o concebe o marxismo. É apenas um indivíduo entendido desta maneira, vivendo, agindo e se movendo, que pode deter esse poder de criação e produção que constitui o fundamento da economia no sentido de Marx.

Certamente devemos nos precaver de autonomizar este indivíduo vivente, de entendê-lo como um princípio absoluto. Princípio, certamente o é no que diz respeito a tudo o que produz e, em particular, a todos os valores, como seu criador. E é precisamente assim, como criador dos "valores de uso" e, como veremos, dos valores de troca, bens de consumação considerados sob o duplo aspecto de sua realidade material e econômica, que ele é de pronto aquele da ordem econômica por inteira. Mas este indivíduo que cria a economia não se criou ele mesmo, não se propôs ele mesmo no ser. Isto que o caracteriza, pelo contrário, é uma passividade radical em relação ao seu ser próprio, que ele suporta então em um suportar mais forte que todo poder, todo querer e toda liberdade. É precisamente essa passividade radical do indivíduo a respeito dele mesmo que faz dele um vivente. Pois a vida consiste em se experienciar si mesma de tal maneira que este experienciar é insuperável, que ninguém tem o poder dele escapar, de se livrar da vida, de colocá-la ou de mantê-la à distância de qualquer maneira que seja. É enquanto vivente, porque, radicalmente passiva a respeito de si, a vida não pode romper o vínculo que a atém a ela mesma, que o indivíduo é colocado na situação que é a sua, aquela de não ser criado mas de se encontrar ele mesmo, de ser sempre de alguma forma já aí para ele mesmo, como se seu próprio ser o precedesse de uma certa maneira, como se ele fosse secundário não sem dúvida vis-à-vis disto que ele quer cada vez, mas a respeito do transbordar primitivo e ininterrupto da vida nele. Ser um vivente, é ser isso: é nascer da vida, ser levado, engendrado por ela, de sorte que este nascimento e este engendramento não cessem, que o indivíduo não seja outra coisa senão a prova deste engendramento interior ininterrupto que fusiona através dele sem que ele o desejasse e com o qual, no entanto, ele se co-fusiona.

Original

Marx est tellement attentif à ce qui fait que la vie est la vie, au fait qu’elle se sent et s’éprouve, que tout ce qui se trouve dépourvu de cette propriété extraordinaire lui apparaît au contraire comme privé de sens, voire comme une impossibilité. Et autant Marx a aimé tout ce qui est vivant, autant il a rejeté sur un plan inférieur tout ce qui, privé de la capacité de sentir, de souffrir, de jouir et d’aimer, n’est que de la mort. Nous verrons que toute son analyse économique sera construite sur cette opposition décisive. Il ne s’agit là en aucune façon d’un jugement de valeur, de quelque vision romantique vague ou imprécise mais de la désignation la plus rigoureuse de l’un des facteurs qui entrent dans tout procès réel de production et font de lui ce qu’il est. Or un tel procès constitue justement le fondement de l’économie et de tous les phénomènes économiques en général. Il se divise entre le travail vivant d’un côté et, de l’autre, les éléments matériels qui sont les instruments de production et les matières premières. Tandis que le premier se trouve précisément désigné par la vie, les seconds, en tant que matériels, seront toujours affectés d’un coefficient d’inertie insurmontable qui les rend à jamais inaptes à jouer un rôle actif dans le procès de production, à constituer à proprement parler celle-ci. Et cela non par l’effet de quelque préjugé, encore une fois, mais parce que seul le travail vivant est capable de « produire » la réalité économique, la valeur, tandis que les éléments matériels en sont incapables : ils pourraient à la rigueur être éliminés d’un tel procès où ils n’ont en tout état de cause aucun pouvoir valorisant, et la valorisation se poursuivre en dépit de leur absence. Car la vie se passe de la mort et se suffit à soi-même. Nous reviendrons sur ce point décisif.

Soulignons pour le moment les deux caractères de la vie que nous venons de rencontrer : en premier lieu sa subjectivité, concept qui ne vise rien d’autre que le fait de se sentir soi-même, c’est-à-dire précisément la vie. Toute vie est subjective, commence et finit avec la subjectivité, au point de n’être rien d’autre que celle-ci. Naturellement « subjectif » ne doit pas s’entendre ici au sens trivial comme si « tout est subjectif » voulait dire « tout est relatif », tout dépend de la façon de voir de chacun : « à chacun sa vérité ». Loin de désigner la façon de penser variable d’un individu, son point de vue particulier sur les choses, la subjectivité constitue la réalité la plus essentielle de cet individu, sa condition métaphysique ou ontologique, son être, en tant que cet être c’est justement la vie.

Le second caractère de la vie, c’est qu’elle est une force, une force productive, c’est-à-dire capable de créer quelque chose qui n’existerait pas sans elle. Jusqu’où va cette capacité créatrice de la vie, c’est ce que nous n’apercevrons que peu à peu. Disons pour l’instant que la vie a d’abord la capacité de modifier la nature qui l’entoure et, en lui arrachant certains de ses éléments et en leur imposant une forme particulière, elle donne naissance à des objets qui voient le jour grâce à elle. Ces objets sont de deux sortes : les uns servent à son usage et ont été façonnés par elle dans ce but, ce sont des nourritures, des vêtements, des édifices destinés à l’habitation, au culte, etc., - on les appelle des «valeurs d’usage»; les autres sont des instruments qui servent à produire les premiers mais qui sont eux-mêmes produits de façon identique - ils entrent également dans la catégorie des « valeurs d’usage ». Considérant la vie comme force, dans sa puissance productive, Marx l’appelle en 1845 la « praxis » et la qualifie immédiatement de subjective. Il reproche au matérialisme de n’avoir saisi la réalité « que sous la forme d’objet ou d’intuition, mais non en tant qu’activité humaine concrète, non en tant que pratique, de façon subjective » [3]. Le terme de praxis disparaîtra du vocabulaire de Marx, il sera remplacé, dans son œuvre économique notamment, par des concepts qui soulignent beaucoup plus nettement ce double caractère de la vie d’être subjective et d’être une force. Citons-les dès maintenant : « subjectivité inorganique », « corps vivant », « travail vivant », « force de travail », « force subjective de travail », « travail subjectif », etc. [4].

Nous rencontrons alors un troisième caractère de la vie qui suffirait à opposer celle-ci aux conceptions romantiques qui ont contaminé le marxisme beaucoup plus que la pensée de Marx lui-même. C’est que, pour ce dernier, la vie n’est pas une entité universelle susceptible de s’accomplir et de subsister à ce titre, en tant que réalité générale. Toute vie au contraire est individuelle et ne s’actualise que de cette façon, sous la forme d’un individu vivant. C’est pourquoi cette actualisation de la vie dans ce qui est chaque fois un individu obéit à la loi d’une réitération indéfinie, donnant naissance à des individus innombrables [5]. C’est pourquoi aussi on ne trouve que très rarement le terme de « vie » utilisé isolément dans les textes de Marx mais plutôt celui d’« individus vivants », - individus qui, précisément parce qu’ils sont l’unique mode possible de réalisation de la vie, seront reconnus comme le fondement unique de toute réalité. C’est sous ce vocable d’« individus vivants », d’« individus réels » qu’ils sont désignés dans l’Idéologie allemande comme « la présupposition de toute histoire » [6]; en sorte que, réciproquement, l’histoire ne peut être que celle de ces individus, faite et vécue par eux, même si elle échappe à leur volonté - si elle y échappait du moins depuis ses débuts jusqu’à ce que le socialisme tente de la leur rendre en quelque sorte et de la soumettre enfin à leur liberté.

Dans l’analyse économique qui constitue l’essentiel de l’œuvre de Marx après 1847, le terme d’individu vivant cède la place à celui de travailleur dont le sens, rigoureusement identique, ne peut s’entendre qu’à partir de la vie. Le trait distinctif du travailleur, c’est le travail vivant, c’est la vie elle-même sous la triple forme nécessairement subjective, active et individuelle de son accomplissement. Dès qu’on oublie que l’essence du travailleur c’est la vie au sens métaphysique de ce qui est d’un autre ordre que la chose matérielle et se trouve pourvu, d’autre part, de la capacité elle-même métaphysique de créer ce qui n’est pas encore, dès qu’on considère de façon positiviste l’individu comme un être empirique ainsi qu’il advient dans le marxisme comme dans tout scientisme en général, on ne peut plus comprendre un mot à l’analyse économique de Marx. Et il faut dire que le marxisme, qui est historiquement une forme de positivisme et de scientisme, n’y a rien compris.

La désignation de la vie sous le titre d’« individu vivant » est pour Marx quelque chose de si évident qu’il ne s’est guère préoccupé de la justifier. Étant donné que les individus délimitent, en tant que vivants, le fondement de l’économie, il importe de montrer, fût-ce brièvement, pourquoi la vie revêt en effet la forme d’une existence chaque fois individuelle : parce que l’épreuve qu’elle fait d’elle-même, réduite à sa subjectivité pure, est nécessairement celle-ci ou celle-là, cette expérience singulière se vivant et s’éprouvant soi-même, incluant en elle ce Soi irréductible à tout autre et qui fait justement d’elle un Individu, au sens d’un individu qui est un Soi - un Soi transcendantal, sentant et d’abord se sentant soi-même, constamment affecté par soi et par rien d’autre, et qui n’est lui-même rien d’autre : aucune altérité, aucune objectivité qu’on puisse voir ou toucher, mais au contraire ce qui voit et touche, qui prend et qui agit - aucun individu empirique donc tel que le conçoit le marxisme. C’est seulement un individu compris de cette façon, vivant, agissant et se mouvant, qui peut détenir ce pouvoir de création et de production qui constitue le fondement de l’économie au sens de Marx.

Il faut certes se garder d’autonomiser cet individu vivant, de l’entendre comme un principe absolu. Principe, il l’est assurément à l’égard de tout ce qu’il produit et notamment de toutes les valeurs, en tant que leur créateur. Et c’est précisément de cette façon, en tant que créateur à la fois des « valeurs d’usage » et, nous le verrons, des valeurs d’échange, des biens de consommation considérés sous le double aspect de leur réalité matérielle et économique, qu’il est du même coup celui de l’ordre économique tout entier. Mais cet individu qui crée l’économie ne s’est pas créé lui-même, il ne s’est pas posé lui-même dans l’être. Ce qui le caractérise au contraire, c’est une passivité radicale à l’égard de son être propre, qu’il subit d’abord dans un subir plus fort que tout pouvoir, tout vouloir et toute liberté. C’est justement cette passivité radicale de l’individu à l’égard de lui-même qui fait de lui un vivant. Car la vie consiste à s’éprouver soi-même de telle façon que cette épreuve est insurmontable, que nul n’a le pouvoir de lui échapper, de se défaire de sa vie, de la mettre ou de la tenir à distance de quelque façon que ce soit. C’est en tant que vivant, parce que, radicalement passive à l’égard de soi, la vie ne peut rompre le lien qui l’attache à elle-même, que l’individu est placé dans la situation qui est la sienne, celle de ne s’être pas créé mais de se trouver lui-même, d’être toujours en quelque sorte déjà là pour lui-même, comme si son propre être le précédait d’une certaine manière, comme s’il était second non pas sans doute vis-à-vis de ce qu’il veut chaque fois mais à l’égard du jaillissement primitif et ininterrompu de la vie en lui. Être un vivant, c’est être cela : c’est naître de la vie, être porté, engendré par elle, en sorte que cette naissance et cet engendrement ne cessent pas, que l’individu n’est rien d’autre que l’épreuve de cet engendrement intérieur ininterrompu qui fuse à travers lui sans qu’il l’ait voulu et avec lequel cependant il se confond.


Ver online : Philo-Sophia


[1Em suas críticas à monarquia, Marx nega a Hegel o direito de incluir a soberania em um indivíduo em detrimento de todos os outros, insistindo constantemente nessa pluralidade indefinida de indivíduos viventes; cf. Karl Marx, Philosophical Works, op. cit .. Crítica da filosofia do Estado de Hegel, IV, em particular, p. 61: "O indivíduo tem a verdade apenas enquanto houver muitos indivíduos".

[2"O primeiro pressuposto de toda a história dos homens, é naturalmente a existência de indivíduos humanos viventes". E ainda: "As pressuposições pelas quais começamos, são os indivíduos reais". A Ideologia Alemã, op. cit., Costes, VI, p. 154-158; Edições sociais, p. 45-51.

[3Thèses sur Feuerbach, in L’Idéologie allemande ; Marx, Œuvres philosophiques, Costes, Paris, 1937, VI, p. 141; Éditions Sociales, Paris, 1968, p. 31.

[4Ces expressions interviennent de façon récurrente, notamment dans les Grundrisse et Le Capital.

[5Dans sa critique de la monarchie Marx refuse à Hegel le droit d’inclure la souveraineté dans un individu au détriment de tous les autres, insistant sans cesse sur cette pluralité indéfinie des individus vivants; cf. Karl Marx, Œuvres philosophiques, op. cit., Critique de la philosophie de l’État de Hegel, IV, notamment, p. 61 : «L’individu n’a de vérité qu’en tant qu’il est beaucoup d’individus. »

[6« La première présupposition de toute histoire des hommes, c’est naturellement l’existence d’individus humains vivants. » Et encore : « Les présuppositions par quoi nous commençons, ce sont les individus réels. » L’Idéologie allemande, op. cit., Costes, VI, p. 154-158; Éditions Sociales, p. 45-51.