Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Greisch (1994:Intro) – filosofia dos valores aquém de uma arqui-ciência

terça-feira 24 de setembro de 2024

É de fato o problema diltheano da história que ocupa um lugar importante no trabalho de Heinrich Rickert, a quem Heidegger dedica o terceiro capítulo de seu curso (GA56/57, 169-176). Rickert estava, sem dúvida, certo em se interessar pelo problema do status adequado dos conceitos históricos em sua tentativa de desenvolver uma "introdução lógica às ciências da história". Mas sua famosa declaração: "A realidade se torna natureza assim que a consideramos do ponto de vista do universal; ela se torna história assim que a consideramos do ponto de vista do particular e do individual" (GA56/57, 173), não alcança a esfera das questões fenomenologicamente decisivas. Mesmo que o próprio Rickert adote alguns dos temas da fenomenologia emergente, os motivos mais fundamentais dessa fenomenologia não são assumidos (GA56/57, 177). E essa falha não é um acidente. É o fracasso da filosofia dos valores diante do problema do sujeito (GA56/57, 182), é a escolha da lógica como a "pura doutrina dos valores" contra a ontologia (GA56/57, 192) e é a tese de que "conhecer é avaliar e não ver" (GA56/57, 193) que impedem a filosofia dos valores de fundar a ideia da filosofia como uma arqui-ciência, mesmo e principalmente quando admite sentir alguma simpatia pela causa fenomenológica.


Ver online : Jean Greisch