Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA7:284-285 – deuses e homens

segunda-feira 11 de março de 2024

Schuback

[…] Ο fragmento 53 [Heráclito], citado com muita frequência, mas também de maneira muito incompleta, nomeia os imortais e os mortais, numa relação. Diz: πόλεμος, o inter-por-se no outro mediante contraposição (a clareira), mostra alguns dos que estão vigentes como deuses e outros como homens, faz aparecer uns como escravos e outros como livres. Isso diz: a iluminação sustentadora deixa vigorar de tal modo deuses e homens que jamais um deles pode manter-se encoberto. Não porque é sempre observado por alguém, mas somente porque já sempre encontra-se vigente. Deuses possuem um modo de vigência distinto dos homens. Como δαίμονες, θεάοντες os deuses são os que olham fundo, para dentro da clareira iluminadora do que é vigente, do que toca a seu modo os mortais em seu modo, quando estes permitem ao vigente permanecer em sua vigência e resguardá-lo numa atenção.

Nesse sentido, iluminar não é simplesmente clarear e luzir. Isso porque vigorar significa: a partir do encobrimento, durar num descobrimento. Isso porque o clarear que descobre e encobre refere-se ao vigorar do vigente. O fragmento 16 [Heráclito] não fala, porém, sobre toda e qualquer coisa, tí, que poderia ser vigente. Fala, ao contrário, apenas de τίς, de alguém dentre os mortais e os deuses. Parece que o fragmento designa apenas um âmbito limitado do que é vigente. Ou será que, em vez de limitação a um âmbito determinado do [246] que é vigente, o fragmento indica e abre o âmbito de todos os âmbitos? Será que esta indicação é tal que o fragmento se pergunta pelo que, de maneira inexpressa, traz para si e guarda perto de si também o que vige não como algo do âmbito dos homens e dos deuses mas também o que é divino e humano em outro sentido, ou seja, plantas e animais, montanhas, mar e estrelas?

Em que consistiria essa referência a deuses e homens a não ser que eles nunca conseguem manter-se encobertos em sua relação com a clareira e sua luz? Por que não conseguem? Porque sua relação com a clareira nada mais é do que a própria clareira, pois clarear é reunir numa unidade e resguardar deuses e homens à luz da clareira.

A clareira não só clareia e ilumina o vigente como também o reúne e abriga numa vigência. De que modo, porém, vigoram deuses e homens? Na clareira, eles não só clareiam como por ela e para ela se iluminam. Assim é que eles conseguem, a seu modo, plenificar (trazer seu vigor para o pleno) o iluminar e com isso resguardar a clareira e sua luz. Deuses e homens não são apenas iluminados por uma luz que, entendida como suprassensível, significaria apenas que, diante dessa luz, não poderiam esconder-se na escuridão. É em seu vigor que são iluminados. Também num outro sentido pode-se dizer que são iluminados, a saber: reunidos no acontecimento apropriador da clareira e, assim, nunca encobertos, mas já sempre des-cobertos. Da mesma maneira que quem está distante pertence à distância, também os des-cobertos, num sentido ainda a ser pensado, permanecem ligados à clareira que os recobre, que os tem e retém numa relação. Segundo seu vigor, eles são dis-postos, reunidos no encobrimento do mistério de tornar próprio ο Λόγος no ὀμολογείν (fragmento 50).

Original

[…] Insgleichen nennt das oft und meist unvollständig angeführte Fragment 53 die Unsterblichen und die Sterblichen zusammen, indem es sagt: πόλεμος, die Aus-einander-setzung (die Lichtung), zeige die einen der Anwesenden als Götter, die anderen als Menschen, sie bringe die einen als Knechte, die anderen als Freie hervor – zum Vorschein. Dies sagt: die währende Lichtung läßt Götter und Menschen in die Unverborgenheit anwesen, sodaß nie irgendwer von ihnen je verborgen bleiben könnte; dies aber nicht, weil er erst noch von ir-gendwem bemerkt wird, sondern allein schon insofern, als jedwe der anwest. Indessen bleibt das Anwesen der Götter ein anderes als das der Menschen. Jene sind als δαίμονες, θεάοντες die Herein blickenden, herein in die Lichtung des Anwesenden, das die Sterblichen auf ihre Weise an-gehen, indem sie es in seiner Anwesenheit vorliegenlassen und in der Acht behalten.

Demgemäß ist das Lichten kein bloßes Erhellen und Belichten. Weil Anwesen heißt: aus der Verbergung her in die Entbergung vor währen, deshalb betrifft das entbergend verbergende Lichten das Anwesen des Anwesenden. Aber das Fragment 16 spricht nicht von allem und jedem beliebigen etwas, τί, das anwesen könnte, sondern eindeutig nur von τίς, irgendwer der Sterblichen und der Götter. Demnach scheint der Spruch nur einen be schränkten Bezirk des Anwesenden zu nennen. Oder enthält der [285] Spruch statt einer Beschränkung auf einen besonderen Bereich des Anwesenden eine Auszeichnung und Entschränkung, die den Bereich aller Bereiche angeht? Ist diese Auszeichnung gar von einer Art, daß der Spruch solches erfragt, was ungesprochen auch jenes Anwesende zu sich einholt und bei sich einbehält, das zwar gebietsmäßig nicht mehr unter die Menschen und die Götter zu rechnen, aber gleichwohl in einem anderen Sinne göttlich und menschlich ist, Gewächs und Getier, Gebirg und Meer und Gestirn?

Worin anders könnte jedoch die Auszeichnung der Götter und Menschen beruhen, wenn nicht darin, daß gerade sie es niemals vermögen, in ihrem Verhältnis zur Lichtung verborgen zu bleiben? Weshalb vermögen sie dies nicht? Weil ihr Verhältnis zur Lichtung nichts anderes ist als die Lichtung selber, insofern diese die Götter und Menschen in die Lichtung einsammelt und einbe hält.

Die Lichtung beleuchtet Anwesendes nicht nur, sondern sie versammeli. und birgt es zuvor ins Anwesen. Welcher Art ist jedoch das Anwesen der Götter und Menschen? Sie sind in der Lichtung nicht nur beleuchtet, sondern aus ihr zu ihr er-leuchtet.

So vermögen sie es denn auf ihre Weise, das Lichten zu vollbringen (ins Volle seines Wesens bringen) und dadurch die Lichtung zu hüten. Götter und Menschen sind nicht nur von einem Licht, und sei dies auch ein übersinnliches, belichtet, sodaß sie sich vor ihm nie in das Finstere verstecken können. Sie sind in ihrem Wesen gelichtet. Sic sind er-lichtet: in das Ereignis der Lichtung vereignet, darum nie verborgen, sondern ent-borgen, dies noch in einem anderen Sinne gedacht. Wie die Entfernten der Ferne gehören, so sind die in dem jetzt zu denkenden Sinne Entborgenen der bergenden, sie haltenden und verhaltenden Lichtung zu getraut. Sie sind ihrem Wesen nach in das Verbergende des Geheimnisses ver-legt, versammelt, dem Λόγος zu eigen im ὁμολογεῖν (Fragment 50).


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