Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA36-37:210-211 – homem histórico e biológico

segunda-feira 31 de maio de 2021

Carneiro Leão

5. Kolbenheyer não vê nem pode ver que, como povo, o homem é um ser histórico, e que pertence a todo ser histórico decidir-se por um determinado querer ser e destino – empenho de agir, responsabilidade em suportar e perseverar, coragem, confiança, fé, força de sacrifício.

Todos esses comportamentos fundamentais do homem histórico somente são possíveis com base na liberdade

E não basta, porém, reconhecer talvez essas manifestações do ser humano (são mesmo difíceis de serem negadas) para, a seguir, falsificá-las, transformando-as em funções biológicas. Com isso, desvirtuam-se decisão – empenho – liberdade – disposição para o sacrifício – [218] transformando-os num processo imposto de fora e plantado numa realidade biológica, que se supõe ser a única. Não se vê nem se compreende que, ao empenhar-se, sustentar-se e sacrificar-se, domina um outro modo de ser, diferente em princípio do funcionamento de sulcos gástricos e células germinais ou de uma chocadeira. Nem se vê que esse modo de ser não nasce do corpo, por estar ligado ao corpo; que esse ser não se dá simplesmente “junto” com outros no organismo, mas que é justamente o ser responsável historicamente que domina e abarca o empenho e a luta do corpo (nobreza!). Será que a nobreza prussiana brotou apenas como uma maçã na macieira, ou será que nasceu da experiência histórica vigente na realidade espiritual e política do mundo de Frederico, o Grande?

Em princípio, esse modo de pensar não se distingue, em nada, da psicanálise de Freud   e consortes. Também não se distingue, em princípio, do marxismo, que considera o espírito e tudo que é espiritual função do processo de produção econômica; se, em vez disso, tomo o biológico ou outra coisa qualquer, é indiferente para a questão fundamental sobre o modo de ser de um povo histórico.

Original

5. Kolbenheyer sieht nicht und kann nicht sehen, daß der Mensch als Volk ein geschichtliches Wesen ist, daß zum geschichtlichen Sein gehört die Entscheidung zu einem bestimmten Seinwollen und Schicksal — Einsatz des Handelns, Verantwortung im Ertragen und Durchhalten, Mut, Zuversicht, Glaube, Opferkraft.

All diese Grundverhaltungen des geschichtlichen Menschen sind nur möglich auf dem Grunde der Freiheit.

Es genügt aber nicht, diese Erscheinungen menschlichen Seins vielleicht anzuerkennen (sind ja schwerlich wegzuleugnen), um sie dann nur umzufälschen in biologische Funktionsiähigkeiten. Man [211] verkehrt damit Entscheidung — Einsatz — Freiheit — Opfermut zu einem Vorgang, der von außen belastet und in die vorausgesetzte allein maßgebliche biologische Wirklichkeit eingebaut wird, ohne zu sehen und zu begreifen, daß im Sicheinsetzen und Durchhalten und Opfern eine grundsätzlich andere Seinsart mächtig wird als etwa im Funktionieren der Magensäfte und Geschlechtszellen und der Brutpflege. Daß diese Seinsart nicht dem leiblichen Sein entspringt, weil sie an den Leib gebunden ist; daß dieses Sein sich nicht unter anderem »auch« am Leiborganismus abspielt, sondern dcß gerade leiblicher Einsatz und Kampf vom eigentlich geschichtlich verantworteten Sein beherrscht und umgriffen ist (Adel!)· Preußischer Adel nur so gewachsen, wie der Apfel am Baum, oder aus geschichtlicher Erfahrung in der geistig-politischen Wirklichkeit der Welt Friedrichs des Großen?

Grundsätzlich unterscheidet sich diese Denkart in Nichts von der Psychoanalyse von Freud   und Konsorten. Grundsätzlich auch nicht vom Marxismus, der das Geistige als Funktion des wirtschaftlichen Produktionsprozesses nimmt; ob ich statt dessen das Biologische oder etwas anderes nehme, ist für die entscheidende Frage nach der Seinsart des geschichtlichen Volkes gleichgültig.


Ver online : BEING AND TRUTH [GA36-37]