Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA27:110-113 – O desvelamento do ente por si subsistente

sábado 9 de novembro de 2024

Miteinandersein

Verdade (desvelamento) pertence consequentemente ao ser-aí mesmo, ao que esse ente é e como ele é, existe. Como é que a verdade (desvelamento) pertence então ao ser-aí que nós mesmos somos? Se buscamos responder agora a essa pergunta, então temos de nos lembrar que antes disso atribuímos a verdade qua desvelamento ao ente por si subsistente. Dissemos porém, o ente mesmo é primariamente verdadeiro e não a proposição sobre ele. O desvelamento “pertence” por conseguinte ao ente por si subsistente e, agora, ele deve pertencer ao ser-aí como elemento constitutivo de seu SER-UM-COM-O-OUTRO. Ele “pertence” tanto ao ente por si subsistente quanto ao ser-aí ou ele reside mesmo como que “entre” o ente por si subsistente e o ser-aí. Como é que o desvelamento pertence [116] ao ente por si subsistente? Ele lhe pertence de alguma forma? E o que significa aqui “pertencer”? […]

[118] Portanto, o desvelamento do ente por si subsistente não pertence tanto ao ente por si subsistente quanto ao ser-aí. Ao contrário, ele apenas advém ao ente por si subsistente, e, com efeito, não necessariamente; “e” pertence efetivamente ao ser-aí. Sim, o desvelamento advém ao ser-aí e só pode advir a ele porque e na medida em que esse desvelamento pertence ao ser-aí. Mas como é que o desvelamento do ente por si subsistente pertence ao ser-aí? De início veio à tona o seguinte: desvelamento do ente por si subsistente é aquilo que partilhamos entre nós. Mas é afinal necessário que nós, na medida em que existimos como homens e somos como seres-aí, partilhemos entre nós o desvelamento desse giz? Manifestamente não, pois podemos de qualquer forma existir sem que o desvelamento desse giz seja algo comum para nós. Portanto, o desvelamento do ente por si subsistente não pertence essencialmente ao ser-aí. Por fim, contudo, não é necessário que nos mantenhamos uns com os outros junto a esse giz, mas sim junto ao ente por si subsistente, que é então para nós o mesmo. Não é o desvelamento de um giz que pertence à essência do ser-aí; mas não será talvez o desvelamento de um ente por si subsistente que necessariamente partilhamos entre nós em meio ao ser faticamente juntos? Sim, mas somente em meio a este último! Ao SER-UM-COM-O-OUTRO, ou seja, ao ser-aí dos homens, talvez pertença necessariamente um compartilhamento do desvelamento do ente por si subsistente, na medida em que exatamente homens sejam faticamente juntos com homens. Ao SER-UM-COM-O-OUTRO entre ser-aí e ser-aí pertence o desvelamento, mas não ao ser-aí “em si e por si”. Pois um ser-aí não precisa estar junto com os outros necessária e constantemente de maneira fática, ele também pode estar sozinho, solus!


Ver online : Einleitung in die Philosophie [GA27]