Página inicial > Gesamtausgabe > GA29-30:56-58 – A significação técnica de μετά: após (post).

Die Grundbegriffe der Metaphysik. Welt – Endlichkeit – Einsamkeit [GA29-30]

GA29-30:56-58 – A significação técnica de μετά: após (post).

§ 11. A conversão da significação técnica de μετά na palavra “metafísica” em unia significação de conteúdo

quinta-feira 8 de junho de 2023, por Cardoso de Castro

metá significa em grego “por detrás de”, “em seguida a”. Com isto, colocou-se a filosofia autêntica por detrás da “física”: metá ta physika  

Casanova

Nestes séculos de declínio da filosofia antiga, no tempo que vai de 300 a.C. até o século 1 a.C., os escritos de Aristóteles   praticamente [50] desapareceram. Só pouca coisa foi publicada por ele mesmo; o resto se conservou apenas sob a forma de manuscritos, esboços de preleções e anexos. Tudo exatamente como surgiu. À medida que, no primeiro século antes de Cristo, os esforços em torno deste material conjunto da filosofia aristotélica se iniciaram e se começou a querer torná-lo acessível para a escola, as pessoas se viram diante da tarefa de reunir e ordenar em conjunto a parte subsistente dos tratados aristotélicos. Neste momento era óbvio que o material em conjunto deveria ser visto sob o horizonte do que se encontrava à disposição, isto é, sob o fio condutor das três disciplinas: lógica, física e ética. Para os que reuniram os escritos aristotélicos, apresentava-se a tarefa de dividir o conjunto subsistente do material legado nestas três disciplinas; disciplinas que, por sua vez, não foram jamais colocadas em questão.

Se nos colocarmos no lugar destes coletores, então teremos diante de nós o material da filosofia aristotélica e as três disciplinas. Agora, porém, também se encontravam entre os tratados aristotélicos aqueles nos quais Aristóteles vez por outra afirma que eles representavam a prote philosophia  , o filosofar próprio: aqueles que perguntam pelo ente em geral e pelo ente propriamente dito. Os coletores dos escritos aristotélicos não podiam inserir estes tratados em uma das três disciplinas, nas quais dividiam a filosofia escolar. Em virtude da subsistência fixa das três disciplinas da filosofia, as pessoas se viram diante da impossibilidade de acolher o que Aristóteles designa como sendo propriamente a filosofia. No que concerne à compreensão aristotélica da própria filosofia, surgiu o impasse de que ela não pertencia a nenhuma das três disciplinas. Por outro lado, tampouco se podia deixar de lado justamente o que é designado por Aristóteles como sendo propriamente a filosofia. Com isto, surgiu a pergunta: o que fazer com a filosofia propriamente dita no esquema das três disciplinas – um esquema que a escola não estava nem em condições de ampliar nem de alterar? E preciso que tenhamos absoluta clareza em relação a esta situação: o essencial da filosofia não se deixava subsumir. Diante do filosofar, a filosofia escolar cai em um impasse.

Só resta uma saída para este impasse: examinar atentamente se a filosofia autêntica não possui uma relação qualquer com o que é conhecido de modo disciplinar. De fato. Nestes ensaios, encontram-se em parte perguntas similares às da preleção que conforma a fundamentação da “física”. É perceptível que subsiste uma certa [51] familiaridade entre as questões que Aristóteles trata na “filosofia primeira” e as questões que a filosofia escolar discute na “física”; com a diferença, contudo, de que o que é tratado por Aristóteles na “filosofia primeira” é muito mais amplo e fundamental. Assim, não subsiste qualquer possibilidade de ordená-la simplesmente no interior da “física”, mas sim apenas a possibilidade de colocá-la ao lado da, por detrás da “física”: de ordená-la segundo a “física”. metá significa em grego “por detrás de”, “em seguida a”. Com isto, colocou-se a filosofia autêntica por detrás da “física”: metá ta physika  . A filosofia autêntica é classificada de ora avante sob o título ta metá ta physika. Ο essencial aqui é que nos coloquemos diante da situação fatal: através desta designação, não se caracteriza a filosofia propriamente dita segundo o conteúdo, segundo sua problemática particular, mas segundo um título que deveria indicar sua posição na ordenação extrínseca dos escritos: ta metá ta physika. Ο que denominamos “metafísica” é uma expressão que emerge de uma perplexidade, um termo para um impasse, um termo puramente técnico que, por si só, quanto ao seu conteúdo, ainda não diz absolutamente nada. A prote philosophia   é ta metá ta physika.

Esta ordenação dos escritos aristotélicos manteve-se através de toda a tradição e transpôs-se para o interior da grande edição dos escritos aristotélicos, para o interior da edição da Academia de Berlim, na qual aos escritos lógicos seguem os escritos da física, assim como subsequentemente os da metafísica, e a estes os escritos éticos e políticos.

Ciria

En estos siglos de decadencia de la filosofía antigua, en la época desde el 300 antes de Cristo hasta el primer siglo precristiano, los escritos de Aristóteles se daban casi por desaparecidos. Sólo unas pocas cosas las había publicado él mismo, y el resto se había guardado sólo como manuscritos, como proyectos de lecciones y como transcripciones de lecciones, tal como habían surgido. Cuando en el primer siglo precristiano se preocuparon de todo este material de la filosofía aristotélica y quisieron hacerlo accesible para la escuela, se vieron ante la tarea de recopilar todo el inventario de los tratados aristotélicos y de ordenarlo. Entonces resultaba evidente ver todo el material en el horizonte del que se disponía, es decir, al hilo conductor de las tres disciplinas de la lógica, la física y la ética. A los compiladores de los escritos aristotélicos les surgió la tarea de clasificar todo el inventario del material transmitido en estas tres disciplinas, que a su vez no eran cuestionables.

Si nos ponemos en la situación de estos compiladores, tenemos ante nosotros el material de la filosofía aristotélica y las tres disciplinas. Pues bien, entre los tratados de Aristóteles se encontraban también aquellos en los que él mismo dice en ocasiones que representan la πρώτη φιλοσοφία  , el auténtico filosofar, aquellos que preguntan por lo ente en general y por el auténtico ente. Quienes ordenaban los escritos aristotélicos no podían emplazar estos tratados en ninguna de las tres disciplinas en las que se clasificaba la filosofía de escuela. A causa de esta consistencia fija de las tres disciplinas de la filosofía, no se estaba en condiciones de recoger lo que Aristóteles designa como la auténtica filosofía. Ante lo que Aristóteles designaba como auténtica filosofía, se produjo la situación de apuro en la que aquélla no formaba parte de ninguna de las tres disciplinas. Por otra parte, precisamente esto que Aristóteles designa como el auténtico filosofar era lo que menos podía dejarse aparte. Con ello surgió la pregunta: ¿qué hacer con la auténtica filosofía en el esquema de las tres disciplinas, que la escuela no estaba en condiciones de ampliar ni de modificar? Tenemos que ponernos muy en claro esta situación: lo esencial de la filosofía no se podía emplazar. Ante el filosofar, la filosofía de escuela se encontró en una situación de apuro.

Sólo queda una salida de este apuro. Se examina si la auténtica filosofía no tendrá alguna relación con lo conocido escolarmente. En efecto. En estos [65] tratados se encuentran en parte tales preguntas, como en la lección que constituye la fundamentación de la «física». Se aprecia que hay una cierta afinidad entre las preguntas que Aristóteles trata en la Filosofía Primera y las preguntas que la filosofía de escuela aclara en la física, pero no obstante de modo que lo que Aristóteles trata en la Filosofía Primera es mucho más amplio y muchísimo más fundamental. No hay por tanto posibilidad de incluirlo sin más en la física, sino sólo de colocarlo junto a ella, tras la física, de clasificarlo detrás de la física. Tras, detrás, en griego se dice μετά, de modo que la auténtica filosofía se colocó detrás de la física: μετά τὰ φυσικά. La auténtica filosofía se ordena desde ahora bajo el título de τὰ μετά τὰ φυσικά. Lo esencial aquí es que estamos ante la situación fatal de que, con esta designación, la auténtica filosofía no se designa en cuanto a su contenido ni según su problemática especial, sino mediante un título que debería indicar su posición en el orden externo de los escritos: τὰ μετά τὰ φυσικά. Lo que llamamos «metafísica» es un término que surgió de una desorientación, un título para una situación de apuro, un título puramente técnico que aún no dice nada en cuanto al contenido. La πρώτη φιλοσοφία es τὰ μετά τὰ φυσικά.

Este orden de los escritos aristotélicos se ha mantenido a lo largo de toda la tradición, y ha pasado a la gran edición de los escritos aristotélicos, a la edición de la Academia de Berlín, en la que a los escritos sobre lógica le siguen los de la física, luego los de la metafísica, y a ellos los escritos éticos y los políticos.

Panis

En ces siècles de déval de la philosophie antique, à l’époque qui va de 300 avant J.-C. jusqu’au premier siècle pré-chrétien, les écrits d’Aristote ont presque disparu. Quelques-uns seulement avaient été publiés par lui-même, et les autres conservés seulement dans des manuscrits, des projets de cours et des notes de cours, tels qu’ils étaient nés. Quand on s’attacha, au premier siècle pré-chrétien, à tout ce matériel de la philosophie aristotélicienne et qu’on voulut le rendre accessible pour l’enseignement, on se vit placé devant la tâche de rassembler et de mettre en ordre tout le répertoire des traités d’Aristote. Il fut alors évident que tout ce matériel serait considéré selon le point de vue dont on disposait, c’est-à-dire au fil conducteur des trois disciplines : la logique, la physique, l’éthique. Pour les compilateurs des écrits d’Aristote naquit la tâche de répartir l’inventaire complet du matériel transmis, entre ces trois disciplines qui, de leur côté, n’étaient pas remises en question.

Si nous nous replaçons dans la situation   de ces éditeurs, nous avons alors devant nous le corpus   de la philosophie aristotélicienne et les trois disciplines. Mais parmi les traités d’Aristote se trouvaient aussi ceux dans lesquels Aristote lui-même dit parfois qu’ils exposent la πρώτη φιλοσοφία, le philosopher véritable : les traités qui questionnent sur l’étant en général et sur l’étant proprement dit. Ceux qui ont classé les écrits aristotéliciens ne purent ranger ces traités dans l’une des trois disciplines en lesquelles se répartit la philosophie scolaire. Sur la base de cette ferme existence des trois disciplines de la philosophie, on fut incapable d’accueillir ce qu’Aristote désigne comme philosophie véritable. Face à la philosophie véritable d’Aristote naquit l’embarras qu’elle n’avait place dans aucune des disciplines. D’un autre côté, c’est précisément ce qui est désigné par Aristote comme le philosopher véritable qu’on pouvait le moins laisser à l’écart. Ainsi naquit la question suivante : où mettre la philosophie véritable dans le schéma des trois disciplines, schéma que l’enseignement était incapable d’élargir ou de modifier? Nous devons nous rendre tout à fait claire cette situation : l’essentiel de la philosophie ne put être casé. Face au philosopher, la philosophie scolaire tomba dans l’embarras.

Il ne reste qu’une issue pour sortir de cet embarras : voir si la philosophie véritable n’a pas une relation quelconque avec ce qui est connu selon les règles scolaires. Et il en est bien ainsi. Dans les traités d’Aristote mentionnés en dernier lieu se trouvent, en partie, des questions semblables à celles du cours qui jette les fondations de la « physique ». Il apparaît qu’une certaine parenté existe entre les questions qu’Aristote traite dans la philosophie première et les questions que la philosophie scolaire examine dans la physique, mais de telle sorte, toutefois, que ce qu’Aris-tote traite dans la philosophie première est beaucoup plus large et encore beaucoup plus fondamental. Il n’est donc pas possible de classer tout simplement la philosophie première dans la physique ; il est seulement possible de la placer à côté de la physique, derrière la physique, de la ranger après la physique. « Derrière », « après », cela se dit en grec μετά ; si bien qu’on a placé la philosophie véritable derrière la physique : μετά τὰ φυσικά. La philosophie véritable se range désormais sous le titre τὰ μετά τὰ φυσικά. Ce qui est essentiel, ici, c’est que nous sommes devant cette situation fatale : par une telle désignation, on caractérise la philosophie véritable non pas d’après son contenu, non pas d’après sa problématique particulière, mais par un titre qui devait indiquer sa place dans l’ordre extérieur des écrits d’Aristote : τὰ μετά τὰ φυσικά. Ce que nous appelons « métaphysique » est une expression qui est née d’une perplexité ; c’est le titre d’un embarras, un titre purement technique, qui ne dit encore rien sur le fond. La προπη φιλοσοφία, ce sont τὰ μετά τὰ φυσικά.

Cet ordre des écrits d’Aristote s’est maintenu à travers toute la tradition  , et il est passé dans la grande édition des écrits aristotéliciens, dans l’édition de l’Académie de Berlin. Dans [68] cette édition, aux écrits sur la logique succèdent ceux sur la physique, puis viennent ensuite les écrits de la métaphysique, et après cela viennent les écrits éthiques et politiques.

Original

In diesen Jahrhunderten des Verfalls der antiken Philosophie, in der Zeit   von 300 v. Chr. bis in das erste vorchristliche Jahrhundert, waren die Schriften des Aristoteles fast verschollen. Nur weniges war von ihm selbst   überhaupt veröffentlicht, das andere   war nur in Manuskripten, Vorlesungsentwürfen und Vorlesungsnachschriften aufbewahrt, so, wie es entstanden war. Als man sich im ersten vorchristlichen Jahrhundert um dieses gesamte Material der Aristotelischen Philosophie bemühte und es für die Schule zugänglich machen   wollte, sah man sich vor die Aufgabe gestellt, den Gesamtbestand der Aristotelischen Abhandlungen zu sammeln   und zu ordnen. Da war es selbstverständlich  , daß   das gesamte Material unter dem Horizont   gesehen wurde, den man zur Verfügung hatte, d. h. am Leitfaden der drei Disziplinen Logik  , Physik  , Ethik  . Für die Sammler der Aristotelischen Schriften entstand die Aufgabe, den Gesamtbestand des überlieferten Materials in diese drei Disziplinen, die ihrerseits nicht   fraglich waren, aufzuteilen.

Versetzen wir uns in die Lage dieser Sammler, so haben   wir vor uns das Material der Aristotelischen Philosophie und die drei Disziplinen. Nun fanden sich aber unter den Ab-Handlungen [57] des Aristoteles auch jene, in denen er selbst zuweilen sagt, daß sie die πρώτη φιλοσοφία, das eigentliche Philosophieren darstellen, jene, die nach dem Seienden   überhaupt und nach dem eigentlichen Seienden fragen  . Diese Abhandlungen konnten die Ordner der Aristotelischen Schriften nicht in einer der drei Disziplinen, in die sich die Schulphilosophie aufteilte, unterbringen. Aufgrund dieses festen Bestandes der drei Disziplinen der Philosophie war man außerstande, das, was Aristoteles als eigentliche Philosophie bezeichnet, aufzunehmen. Gegenüber der eigentlichen Philosophie des Aristoteles entstand die Verlegenheit  , daß sie in keine der Disziplinen gehörte. Andererseits konnte man gerade dieses, was von Aristoteles als das eigentliche Philosophieren bezeichnet wird, am wenigsten beiseitelassen. Somit entstand die Frage: Wohin   mit der eigentlichen Philosophie im Schema der drei Disziplinen, die zu erweitern oder zu ändern die Schule außerstande war? Wir müssen uns diese Lage ganz klar machen: Das Wesentliche der Philosophie Heß sich nicht unterbringen. Die Schulphilosophie geriet gegenüber dem Philosophieren in eine Verlegenheit.

Es bleibt nur ein Ausweg aus dieser Verlegenheit. Man sieht nach, ob die eigentliche Philosophie nicht irgendeine Beziehung   zu dem schulmäßig Bekannten hat. In der Tat. In diesen Abhandlungen finden sich z. T. solche Fragen wie in der Vorlesung, die die Grundlegung   der »Physik« bildet. Es zeigt sich, daß eine gewisse Verwandtschaft besteht zwischen   den Fragen, die Aristoteles in der Ersten Philosophie behandelt, und den Fragen, die die Schulphilosophie in der Physik erörtert, aber doch so, daß das, was Aristoteles in der Ersten Philosophie behandelt, viel weiter und sehr viel grundsätzlicher ist. Es besteht also keine Möglichkeit  , sie ohne weiteres in die Physik einzuordnen, sondern nur, sie daneben, hinter die Physik zu stellen  , sie der Physik nachzuordnen. Hinter, hintennach heißt im Griechischen μετά, so daß man die eigentliche Philosophie hinter die Physik stellte: μετά τὰ φυσικά. [58] Die eigentliche Philosophie rangiert nunmehr unter dem Titel τὰ μετά τὰ φυσικά. Das Wesentliche ist hier, daß wir vor der fatalen Situation stehen  : Man kennzeichnet die eigentliche Philosophie durch diese Bezeichnung nicht inhaltlich, nicht nach ihrer besonderen Problematik, sondern durch einen Titel, der ihre Stelle in der äußerlichen Ordnung der Schriften anzeigen   sollte: τὰ μετά τὰ φυσικά. Was wir »Metaphysik  « nennen, ist ein Ausdruck  , der einer Ratlosigkeit entsprang, ein Titel für eine Verlegenheit, ein rein technischer Titel, der inhaltlich noch gar nichts sagt. Die πρώτη φιλοσοφία sind τὰ μετά τὰ φυσικά.

Diese Ordnung der Aristotelischen Schriften hat sich durch die ganze   Tradition durchgehalten und ist übergegangen in die große Ausgabe der Aristotelischen Schriften, in die Ausgabe der Berliner Akademie, in der auf   die Schriften zur Logik die der Physik, sodann die der Metaphysik und darauf die ethischen und politischen Schriften folgen.


Ver online : Die Grundbegriffe der Metaphysik. Welt – Endlichkeit – Einsamkeit [GA29-30]