A Patafísica (epi meta ta phusika) tem precisa e explicitamente o seguinte objeto: a grande Virada, a superação da metafísica, o remontar para além ou para aquém, “a ciência do que se acrescenta à metafísica, seja em si mesma, seja fora de si, estendendo-se tão longe para além da metafísica quanto esta da física”. Desse modo, pode-se considerar a obra de Heidegger como um desenvolvimento da patafísica conforme os princípios de Sofrotates, o armênio, e de seu primeiro discípulo, Alfred Jarry. (…)
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Metaphysik / Ende der Metaphysik / Überwindung der Metaphysik
Metaphysik / métaphysique / metafísica / metaphysics / Ende der Metaphysik / fim da metafísica / Überwindung der Metaphysik / dépassement de la métaphysique / superação da metafísica
De acordo com Heidegger, portanto, metafísica é um termo para designar a determinação histórica do ser como o ser do ente ou como o ente enquanto tal, a transformação correlata do ser em um ente entre outros (no ente supremo e detentor de uma presença eterna e imutável) e o consequente acontecimento de um esquecimento da diferença ontológica entre ser e ente. (CASANOVA )
H considera a "metafísica" como equivalente à "ontologia", mas devido à sua associação com Deus, que persidete desde Aristóteles até Hegel , ele frequentemente a designa de "ontoteologia". (Inwood )
METAPHYSIK E CORRELATOS
Matérias
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Deleuze (1997) – Um precursor desconhecido de Heidegger, Alfred Jarry
19 de novembro, por Cardoso de Castro -
Birault (1978:140-142) – Razão [Vernunft]
29 de setembro, por Cardoso de CastroO verbo alemão vernehmen, que traduzimos aqui como “apreender”, dá origem ao substantivo die Vernunft, que mais tarde se tornaria compreensão ou razão. Conhecer e apreender transcrevem aqui, à sua maneira, a palavra grega νοεῖν. O a priori, portanto, não é o que é dado primeiro aos sentidos, mas o que é dado primeiro ao pensamento. Da mesma forma, ele está sob a jurisdição do próprio pensamento. Daí o que poderíamos chamar, se não a origem, pelo menos o caráter fundamentalmente noético dessa (…)
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Ernildo Stein (2008:136-137) – desconstrução
9 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA desconstrução situa-se para além da intenção da analítica existencial. Ela se insere, assim, na história do ser, isto é, ela se aproxima da crítica da metafísica como logocentrismo.
A teoria da desconstrução não se refere, em primeiro lugar, ao campo da semântica e da semiótica, mas sua meta é uma tarefa do pensamento e nesse sentido a desconstrução tem uma raiz filosófica que aponta para o lugar ocupado pela hermenêutica. A desconstrução é precisamente possível porque ela nos situa no (…) -
Macquarrie (1994:50-54) – Posfácio e Introdução a "O que é metafísica?"
10 de outubro, por Cardoso de CastroHá várias obscuridades nessa palestra [O que é Metafísica (GA9) ], especialmente nos últimos parágrafos. Heidegger deve ter se dado conta disso, porque quatorze anos após a palestra ter sido proferida, ele escreveu um posfácio, no qual tentou esclarecer “equívocos” e “dúvidas”. Por exemplo, a palestra (como alguns supunham) reforça as tendências niilistas de seu pensamento inicial ou nos leva a uma direção diferente? Então, seis anos após o Pósfacio e, portanto, vinte anos após a palestra (…)
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Laffoucrière (1968:248-251) – esquecimento da dispensação de presença [Geschick]
28 de setembro, por Cardoso de CastroNa fulguração heraclitiana, o λόγος primitivo era, acima de tudo, aquele em que se produz a presença das coisas presentes [GA7]. “As coisas presentes, o relâmpago as governa levando-as à presença” [GA7]. Mas este momento teve vida curta e a história não conheceu mais nada parecido. Nascida, como lembramos no final de nosso estudo de Aristóteles, da ambiguidade constituída pela própria questão que levantou: o que é o ente? a metafísica esquece desde o início o que a torna tal. É o “ser”, o (…)
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Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroO Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…) -
Stambaugh (1969:8-12) — Identität - Identity
24 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroExcerto da introdução de Joan Stambaugh (p. 8-12) a sua tradução de Identität und Differenz.
As Heidegger remarks, it took philosophy two thousand years to formulate the problem of identity in its fully developed form as mediation and synthesis. With Leibniz and Kant preparing the way, the German Idealists Fichte, Hegel, and Schelling place identity in [9] the center of their thought on the foundation of transcendental reflection. These thinkers are concerned not with the simple unity of (…) -
Sheehan (2015:3-5) – qual o questionamento de Heidegger?
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O tema central e final de Heidegger era o "ser"? Nos seus últimos anos, disse que não era. Quando se trata da "coisa em si" (die Sache selbst) da sua obra, declarou que "já não há espaço nem para a palavra ’ser’". Então o seu tema era algo "ser-a-mais do que ser" (wesender als das Sein)? E poderia talvez ser o "ser em si", das Sein selbst, entendido como "algo que existe por si mesmo, cuja independência é a verdadeira essência do ’ser’"? E se assim for, como é que exatamente o (…) -
MacDowell: O fato da omissão da questão do sentido de ser
12 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de MACDOWELL, João. A Gênese da Ontologia Fundamental de M. Heidegger. São Paulo: Loyola, 1993, p. 166-168.
Capítulo III - A recapitulação da questão do sentido de ser como caminho para as origens da Metafísica
Todo o pensar do Ocidente filia-se, de um ou outro modo, às ideias desenvolvidas por Platão e Aristóteles nas suas inquisições sobre o sentido de ser. A base dos resultados por eles obtidos na esteira dos fenômenos, constituiu-se, a seguir, a Metafísica, como expressão (…) -
Richardson (2003:17-20) – metafísica
27 de setembro, por Cardoso de CastroMas se a metafísica começa com Platão, ela chega ao seu termo no subjetivismo de Descartes e em todo o período moderno. Com a liberação do homem para si mesmo que caracteriza a época, Descartes busca algum fundamentum inconcussum veritatis, pelo qual o próprio homem possa se tornar o árbitro de sua própria verdade. A verdade, então, torna-se não apenas a conformidade, mas a verificação dessa conformidade, ou seja, a certeza. Esse fundamentum estará “subjacente” a todas as verdades e, (…)
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Gaboriau (1962:151-153) – apelo ao questionamento
17 de outubro, por Cardoso de CastroJamais eliminaremos esse privilégio do homem [o questionar], que o torna um “metafísico” em princípio, que é a própria metafísica em princípio. O ponto de partida está garantido, porque o homem sempre terá o poder de duvidar e, portanto, de questionar. Pois questionar é duvidar. Mas de quê? Dúvida sobre o “real”, dúvida sobre a realidade, dúvida sobre a existência? Mas isto é suspender o assentimento a uma realidade, a uma realidade, a uma existência. A própria dúvida — em sua suspensão — (…)
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GA40: Estrutura da Obra
19 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroGA40 / GA40PT / GA40EN / GA40FR / GA40ES
Carneiro Leão I A QUESTÃO FUNDAMENTAL DA METAFÍSICA II SOBRE A GRAMÁTICA E ETIMOLOGIA DA PALAVRA “SER” III A QUESTÃO SOBRE A ESSENCIALIZAÇAQ DO SER IV A DELIMITAÇÃO DO SER V CONCLUSÃO
Pilári 1. La pregunta fundamental de la metafísica 2. La gramática y la etimología de la palabra «ser» I. La gramática de la palabra «ser» II. La etimología de la palabra «ser» 3. La pregunta por la esencia del ser 4. La delimitación del ser I. Ser y devenir II. (…) -
GA29-30: Estrutura da Obra
26 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. brasileira de Marco Antonio Casanova
CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS - A TAREFA DA PRELEÇÃO E A POSTURA FUNDAMENTAL, PARTINDO DE UM ESCLARECIMENTO GENÉRICO SOBRE SEU TÍTULO
Primeiro Capítulo - Os desvios que marcam o caminho de determinação da essência da filosofia (metafísica) e a imprescindibilidade de olhar a metafísica de frente
§1. O caráter incomparável da filosofia
§ 2. A determinação da filosofia a partir dela mesma, tomando como fio condutor uma sentença de Novalis
§3. O (…) -
Lima Vaz (1991:262-265) – Metafísica
14 de outubro, por Cardoso de CastroSegundo Heidegger, no espaço metafísico aberto pela teoria platônica das Ideias, pode ser traçada uma linha contínua que leva pelo menos até Nietzsche. A tese heideggeriana fundamental, já presente em Ser e Tempo, ensina que, entre a ontologia clássica fundamental de proveniência grega e a ontologia moderna a partir de Descartes, verifica-se, tão-somente, a transposição das categorias do ente mundano (ousia) para a esfera do sujeito, operada dentro da mesma visão (noein) e da mesma expressão (…)
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GA41: Estrutura da Obra
9 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTradução portuguesa de Carlos Morujão
PARTE PREPARATÓRIA - Os diferentes modos de perguntar pela coisa
§1 — O questionar filosófico e científico
§2 — Os múltiplos sentidos em que se fala acerca de uma coisa
§3 — A especificidade da questão acerca da coisalidade, em face dos métodos científicos e técnicos
§4 — Experiência quotidiana e experiência científica da coisa; a questão da sua verdade
§5 — Singularidade e «istidade». Espaço e tempo como determinações da coisa
§6 — A (…) -
GA62 – Estrutura da Obra
7 de fevereiro de 2023, por Cardoso de CastroPhänomenologische Interpretationen ausgewählter Abhandlungen des Aristoteles zu Ontologie und Logik (Sommersemester 1922), Anhang : Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles (Anzeige der hermeneutischen Situation). Ausarbeitung für die Marburger und die Göttinger Philosophische Fakultät (1922), ed. Günther Neumann, 2005. / Interprétations phénoménologiques d’Aristote (Tableau de la situation herméneutique), trad. J.-F. Courtine, Mauvezin, TER, 1992. [GA62FR]
VORBEMERKUNG ZU DEN (…) -
Gaboriau (1962:272-273) – busca do "ponto de partida"
17 de outubro, por Cardoso de CastroNa vida do conhecimento, tudo começa com a experiência, tudo o que leva à técnica e à ciência; mas, precisamente porque tudo vem da experiência, a experiência não é o ponto de partida específico da metafísica.
Na medida em que a metafísica tem de fornecer um fundamento para as outras, ela tem de se controlar rigorosamente. Portanto, a filosofia do bem é a busca pelo que é primeiro, a άρχη ou o πρῶτον. Ela pode ter sido chamada de “protologia” (V. Gioberti, Della protologia, 1857); assim (…) -
GA31: Estrutura da Obra
6 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. em português de Marco Antonio Casanaova
CONSIDERAÇÃO PRÉVIA
§ 1. A aparente contradição entre a questão "particular" acerca da essência da liberdade humana e a tarefa "geral" de uma introdução
a) O "particular" do tema e o "universal" de uma introdução à filosofia
b) Supressão das restrições à questão acerca da essência da liberdade humana em direção ao todo do ente (mundo e Deus) na discussão provisória da liberdade "negativa". A peculiaridade do questionamento filosófico em (…) -
Vattimo (1996:101-105) – superação da metafísica
1º de março, por Cardoso de CastroGama
A tendência, intrínseca à metafísica (desde a sua origem), para esquecer o ser e para fazer aparecer em primeiro plano apenas o ente como tal é tendência fundada na conexão essencial de verdade e não-verdade e, realiza-se pois, de maneira perfeita no mundo da técnica. Mas, ao realizar verdadeiramente a sua própria essência de esquecimento, a metafísica alcança também o seu fim, na medida em que já não há nenhum meta, nenhum «mais além»; o ser do ente não é já, nem sequer remotamente, (…) -
GA25: Estrutura da Obra
31 de janeiro de 2023, por Cardoso de CastroMartineau
INTRODUCTION La « Critique de la raison pure » comme re-fondation de la métaphysique comme science
§ 1. Le concept traditionnel de la métaphysique
§ 2. Signification générale de la re-fondation d’une science
a) Interprétation phénoménologique de l’essence de la science
α) Le concept existential de science. Le connaître comme comportement dévoilant par rapport à l’étant; le dévoilement primaire dans l’usage practico-technique; la compréhension pré-scientifique de (…)
Notas
- Birault (1978:364-365) – antes da filosofia, há o pensamento (Method)
- Birault (1978:366-367) – a superação da filosofia
- Birault (1978:367-370) – la technique (Technik - techne)
- Boutot (1987:270-272) – Plotino, hipóstases
- Boutot (1993:74-77) – A essência ontoteológica da metafísica
- Bret Davis (2007:13) – vontade e metafísica
- Bret Davis (2007:xxx-xxxi) – being revealed as will
- Carman (CCHBT) – What does Heidegger mean by "being"?
- Casanova: Seyn
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- GA25: Kritik der reinen Vernunft - Crítica da Razão Pura
- GA40:6-7 – a questão "por quê?"
- GA41:110-111 – Eu penso, princípio diretor
- GA5:75 – A metafísica de uma era
- GA65:168 – ser-aí e seer
- GA65:276 – nunca existe em parte alguma “a” linguagem em geral
- GA65:85 – Superação da metafísica
- GA69: Perguntar pelo sentido do ser
- GA6T2 (24-26): Homem como subiectum
- GA6T2:208-209 – Diferença Ontológica