O Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…)
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Metaphysik / Ende der Metaphysik / Überwindung der Metaphysik
Metaphysik / métaphysique / metafísica / metaphysics / Ende der Metaphysik / fim da metafísica / Überwindung der Metaphysik / dépassement de la métaphysique / superação da metafísica
De acordo com Heidegger, portanto, metafísica é um termo para designar a determinação histórica do ser como o ser do ente ou como o ente enquanto tal, a transformação correlata do ser em um ente entre outros (no ente supremo e detentor de uma presença eterna e imutável) e o consequente acontecimento de um esquecimento da diferença ontológica entre ser e ente. (CASANOVA )
H considera a "metafísica" como equivalente à "ontologia", mas devido à sua associação com Deus, que persidete desde Aristóteles até Hegel , ele frequentemente a designa de "ontoteologia". (Inwood )
METAPHYSIK E CORRELATOS
Matérias
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Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de Castro -
Stambaugh (1969:8-12) — Identität - Identity
24 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroExcerto da introdução de Joan Stambaugh (p. 8-12) a sua tradução de Identität und Differenz.
As Heidegger remarks, it took philosophy two thousand years to formulate the problem of identity in its fully developed form as mediation and synthesis. With Leibniz and Kant preparing the way, the German Idealists Fichte, Hegel, and Schelling place identity in [9] the center of their thought on the foundation of transcendental reflection. These thinkers are concerned not with the simple unity of (…) -
MacDowell: O fato da omissão da questão do sentido de ser
12 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato de MACDOWELL, João. A Gênese da Ontologia Fundamental de M. Heidegger. São Paulo: Loyola, 1993, p. 166-168.
Capítulo III - A recapitulação da questão do sentido de ser como caminho para as origens da Metafísica
Todo o pensar do Ocidente filia-se, de um ou outro modo, às ideias desenvolvidas por Platão e Aristóteles nas suas inquisições sobre o sentido de ser. A base dos resultados por eles obtidos na esteira dos fenômenos, constituiu-se, a seguir, a Metafísica, como expressão (…) -
Richardson (2003:17-20) – metafísica
27 de setembro, por Cardoso de CastroMas se a metafísica começa com Platão, ela chega ao seu termo no subjetivismo de Descartes e em todo o período moderno. Com a liberação do homem para si mesmo que caracteriza a época, Descartes busca algum fundamentum inconcussum veritatis, pelo qual o próprio homem possa se tornar o árbitro de sua própria verdade. A verdade, então, torna-se não apenas a conformidade, mas a verificação dessa conformidade, ou seja, a certeza. Esse fundamentum estará “subjacente” a todas as verdades e, (…)
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Gaboriau (1962:151-153) – apelo ao questionamento
17 de outubro, por Cardoso de CastroJamais eliminaremos esse privilégio do homem [o questionar], que o torna um “metafísico” em princípio, que é a própria metafísica em princípio. O ponto de partida está garantido, porque o homem sempre terá o poder de duvidar e, portanto, de questionar. Pois questionar é duvidar. Mas de quê? Dúvida sobre o “real”, dúvida sobre a realidade, dúvida sobre a existência? Mas isto é suspender o assentimento a uma realidade, a uma realidade, a uma existência. A própria dúvida — em sua suspensão — (…)
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GA40: Estrutura da Obra
19 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroGA40 / GA40PT / GA40EN / GA40FR / GA40ES
Carneiro Leão I A QUESTÃO FUNDAMENTAL DA METAFÍSICA II SOBRE A GRAMÁTICA E ETIMOLOGIA DA PALAVRA “SER” III A QUESTÃO SOBRE A ESSENCIALIZAÇAQ DO SER IV A DELIMITAÇÃO DO SER V CONCLUSÃO
Pilári 1. La pregunta fundamental de la metafísica 2. La gramática y la etimología de la palabra «ser» I. La gramática de la palabra «ser» II. La etimología de la palabra «ser» 3. La pregunta por la esencia del ser 4. La delimitación del ser I. Ser y devenir II. (…) -
Sheehan (2015:3-5) – qual o questionamento de Heidegger?
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O tema central e final de Heidegger era o "ser"? Nos seus últimos anos, disse que não era. Quando se trata da "coisa em si" (die Sache selbst) da sua obra, declarou que "já não há espaço nem para a palavra ’ser’". Então o seu tema era algo "ser-a-mais do que ser" (wesender als das Sein)? E poderia talvez ser o "ser em si", das Sein selbst, entendido como "algo que existe por si mesmo, cuja independência é a verdadeira essência do ’ser’"? E se assim for, como é que exatamente o (…) -
GA29-30: Estrutura da Obra
26 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. brasileira de Marco Antonio Casanova
CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS - A TAREFA DA PRELEÇÃO E A POSTURA FUNDAMENTAL, PARTINDO DE UM ESCLARECIMENTO GENÉRICO SOBRE SEU TÍTULO
Primeiro Capítulo - Os desvios que marcam o caminho de determinação da essência da filosofia (metafísica) e a imprescindibilidade de olhar a metafísica de frente
§1. O caráter incomparável da filosofia
§ 2. A determinação da filosofia a partir dela mesma, tomando como fio condutor uma sentença de Novalis
§3. O (…) -
Lima Vaz (1991:262-265) – Metafísica
14 de outubro, por Cardoso de CastroSegundo Heidegger, no espaço metafísico aberto pela teoria platônica das Ideias, pode ser traçada uma linha contínua que leva pelo menos até Nietzsche. A tese heideggeriana fundamental, já presente em Ser e Tempo, ensina que, entre a ontologia clássica fundamental de proveniência grega e a ontologia moderna a partir de Descartes, verifica-se, tão-somente, a transposição das categorias do ente mundano (ousia) para a esfera do sujeito, operada dentro da mesma visão (noein) e da mesma expressão (…)
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GA41: Estrutura da Obra
9 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTradução portuguesa de Carlos Morujão
PARTE PREPARATÓRIA - Os diferentes modos de perguntar pela coisa
§1 — O questionar filosófico e científico
§2 — Os múltiplos sentidos em que se fala acerca de uma coisa
§3 — A especificidade da questão acerca da coisalidade, em face dos métodos científicos e técnicos
§4 — Experiência quotidiana e experiência científica da coisa; a questão da sua verdade
§5 — Singularidade e «istidade». Espaço e tempo como determinações da coisa
§6 — A (…) -
GA62 – Estrutura da Obra
7 de fevereiro de 2023, por Cardoso de CastroPhänomenologische Interpretationen ausgewählter Abhandlungen des Aristoteles zu Ontologie und Logik (Sommersemester 1922), Anhang : Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles (Anzeige der hermeneutischen Situation). Ausarbeitung für die Marburger und die Göttinger Philosophische Fakultät (1922), ed. Günther Neumann, 2005. / Interprétations phénoménologiques d’Aristote (Tableau de la situation herméneutique), trad. J.-F. Courtine, Mauvezin, TER, 1992. [GA62FR]
VORBEMERKUNG ZU DEN (…) -
Gaboriau (1962:272-273) – busca do "ponto de partida"
17 de outubro, por Cardoso de CastroNa vida do conhecimento, tudo começa com a experiência, tudo o que leva à técnica e à ciência; mas, precisamente porque tudo vem da experiência, a experiência não é o ponto de partida específico da metafísica.
Na medida em que a metafísica tem de fornecer um fundamento para as outras, ela tem de se controlar rigorosamente. Portanto, a filosofia do bem é a busca pelo que é primeiro, a άρχη ou o πρῶτον. Ela pode ter sido chamada de “protologia” (V. Gioberti, Della protologia, 1857); assim (…) -
GA31: Estrutura da Obra
6 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. em português de Marco Antonio Casanaova
CONSIDERAÇÃO PRÉVIA
§ 1. A aparente contradição entre a questão "particular" acerca da essência da liberdade humana e a tarefa "geral" de uma introdução
a) O "particular" do tema e o "universal" de uma introdução à filosofia
b) Supressão das restrições à questão acerca da essência da liberdade humana em direção ao todo do ente (mundo e Deus) na discussão provisória da liberdade "negativa". A peculiaridade do questionamento filosófico em (…) -
Vattimo (1996:101-105) – superação da metafísica
1º de março, por Cardoso de CastroGama
A tendência, intrínseca à metafísica (desde a sua origem), para esquecer o ser e para fazer aparecer em primeiro plano apenas o ente como tal é tendência fundada na conexão essencial de verdade e não-verdade e, realiza-se pois, de maneira perfeita no mundo da técnica. Mas, ao realizar verdadeiramente a sua própria essência de esquecimento, a metafísica alcança também o seu fim, na medida em que já não há nenhum meta, nenhum «mais além»; o ser do ente não é já, nem sequer remotamente, (…) -
GA25: Estrutura da Obra
31 de janeiro de 2023, por Cardoso de CastroMartineau
INTRODUCTION La « Critique de la raison pure » comme re-fondation de la métaphysique comme science
§ 1. Le concept traditionnel de la métaphysique
§ 2. Signification générale de la re-fondation d’une science
a) Interprétation phénoménologique de l’essence de la science
α) Le concept existential de science. Le connaître comme comportement dévoilant par rapport à l’étant; le dévoilement primaire dans l’usage practico-technique; la compréhension pré-scientifique de (…) -
GA29-30:56-58 – A significação técnica de μετά: após (post).
8 de junho de 2023, por Cardoso de Castrometá significa em grego “por detrás de”, “em seguida a”. Com isto, colocou-se a filosofia autêntica por detrás da “física”: metá ta physika
Casanova
Nestes séculos de declínio da filosofia antiga, no tempo que vai de 300 a.C. até o século 1 a.C., os escritos de Aristóteles praticamente [50] desapareceram. Só pouca coisa foi publicada por ele mesmo; o resto se conservou apenas sob a forma de manuscritos, esboços de preleções e anexos. Tudo exatamente como surgiu. À medida que, no (…) -
Boutot (1993:77-82) – Esquecimento do ser
30 de maio de 2017, por Cardoso de CastroA história da filosofia ou da metafísica, termos sinônimos para Heidegger, confunde-se em definitivo com a história da emergência lenta e progressiva do pensar segundo os valores. Esta assimilação do ser ao valor, levada a efeito em várias etapas, é a verdade última, e talvez íntima, da história da metafísica enquanto história do platonismo.
Heidegger distingue três períodos ou épocas fundamentais na história da metafísica: os gregos (Platão e Aristóteles), depois os romanos e a Idade (…) -
Mattéi (1989:200-202) – Geviert
27 de setembro, por Cardoso de CastroO Ser de Heidegger é a coisa mais amplamente compartilhada no mundo. Seguindo o exemplo de Atena, a deusa do crepúsculo a quem ele dedica sua única palestra realizada em solo grego, mais precisamente em Atenas, Heidegger fixa seu olhar de coruja no limite concedido pelo Destino. Μοίρα expressa a finitude do Ser, consagrada na encruzilhada cardeal, sua des-limitação que permanece sob a guarda da filha de Zeus, como visto no relevo votivo no Museu da Acrópole. Apoiando-se firmemente na longa (…)
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GA29-30:58-60 – metafísica
8 de junho de 2023, por Cardoso de Castro[HEIDEGGER, Martin. Os conceitos fundamentais da Metafísica. Mundo – Finitude – Solidão. Tr. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 49-53]
Casanova
Durante muito tempo, ta metá ta physika permaneceu como um termo técnico. Até que um dia, não sabemos quando, como e através de quem, este termo técnico recebeu adjudicadamente uma significação de conteúdo, e a sequência das palavras foi reunida em uma única palavra, no vocábulo latino metaphysica. metá significa em grego (…) -
Fink (2000:215-221) – Los cuatro aspectos trascendentales del problema del ser
3 de junho de 2023, por Cardoso de Castro¿Cómo hemos de definir la relación de Nietzsche con la metafísica?
Al volver la vista atrás a los escritos de Nietzsche que hemos repasado y ver toda su fulgurante riqueza de espíritu y de experiencia vital, de intuición y de psicología sagacísima y de vivencias existenciales auténticas, puede parecer una simplificación inadmisible el que hayamos asentado su filosofía tan sólo en los cuatro temas fundamentales citados. Sin embargo, éstos constituyen, en su recíproca conexión y (…)
Notas
- Birault (1978:364-365) – antes da filosofia, há o pensamento (Method)
- Birault (1978:366-367) – a superação da filosofia
- Birault (1978:367-370) – la technique (Technik - techne)
- Boutot (1987:270-272) – Plotino, hipóstases
- Boutot (1993:74-77) – A essência ontoteológica da metafísica
- Bret Davis (2007:13) – vontade e metafísica
- Bret Davis (2007:xxx-xxxi) – being revealed as will
- Carman (CCHBT) – What does Heidegger mean by "being"?
- Casanova: Seyn
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- GA25: Kritik der reinen Vernunft - Crítica da Razão Pura
- GA40:6-7 – a questão "por quê?"
- GA41:110-111 – Eu penso, princípio diretor
- GA5:75 – A metafísica de uma era
- GA65:168 – ser-aí e seer
- GA65:276 – nunca existe em parte alguma “a” linguagem em geral
- GA65:85 – Superação da metafísica
- GA69: Perguntar pelo sentido do ser
- GA6T2 (24-26): Homem como subiectum
- GA6T2:208-209 – Diferença Ontológica