Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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povo

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Volk  

Essa “transcendência” é negada e o próprio “POVO” – bastante indeterminado em sua essência – é estabelecido como meta e finalidade de toda a história. GA65MAC: 7

O ente pode “ser” ainda no abandono do ser, sob cujo domínio a tangibilidade e a utilidade imediata, assim como a funcionalidade de todo e qualquer tipo (tudo precisa servir ao POVO, por exemplo) constituem obviamente o que é sendo e o que não é. GA65MAC: 10

É nela apenas que é ainda possível um POVO. GA65MAC: 13

Como é que deveria ser possível chegar também a uma visão de mundo “total”, uma vez que algo assim só é possível, para não falar de essencial, algo que ela mesma ultrapassa em profundidade e altitude, vinculando a outras necessidades, que são tão pouco sustentadas de fora, que elas emergem mesmo de seu fundamento velado (por exemplo, da essência do POVO). GA65MAC: 14

Esse início não é a filosofia “do” POVO grego? GA65MAC: 15

E o grande fim da filosofia ocidental, o “Idealismo Alemão” e Nietzsche  , não é a filosofia “do” POVO alemão? GA65MAC: 15

Esse pertencimento elucidativo ao “POVO” seduz para a opinião   de que, com o aceno para ela, também se estaria dizendo algo essencial sobre a filosofia ou mesmo ainda sobre a criação de uma filosofia do futuro. GA65MAC: 15

A expressão terminológica “filosofia de um POVO” revela-se ao mesmo tempo como muito plurissignificativa e obscura. GA65MAC: 15

Por mais que permaneça a princípio totalmente de lado a indeterminação do discurso sobre “POVO”. GA65MAC: 15

Por meio do que um POVO se torna um POVO? GA65MAC: 15

Um POVO se torna apenas o que ele é? GA65MAC: 15

O que é um POVO em geral? GA65MAC: 15

O que é a cada vez este e aquele POVO? GA65MAC: 15

A meditação sobre o caráter do POVO é uma travessia essencial. GA65MAC: 15

O POVO só se torna POVO, quando os seus elementos mais únicos surgem e quando esses começam a pressentir. GA65MAC: 15

Assim, o POVO só se torna livre para a lei a ser conquistada por meio da luta como a última necessidade de seu instante extremo. GA65MAC: 15

A filosofia de um POVO é aquilo que torna POVO o POVO de uma filosofia, que funda o POVO historicamente em seu ser-aí e determina para a guarda da verdade do seer. GA65MAC: 15

A filosofia “de” um POVO é aquele elemento livre e único, que tanto se abate sobre o POVO, quanto vem “do” POVO, na medida em que ele já se decide para si mesmo, para o ser-aí. GA65MAC: 15

A filosofia “de” um POVO não se deixa, por isto, computar e receber prescrições a partir de disposições e de capacidades quaisquer, mas, ao contrário, popular é aqui o pensar sobre a filosofia apenas, quando ele concebe que a filosofia tem de saltar por sobre sua origem mesma mais própria e isto nunca pode acontecer senão se a filosofia em geral ainda pertencer ao seu primeiro início essencial. GA65MAC: 15

Somente assim ela consegue voltar o “POVO” para a verdade do seer, ao invés de, inversamente, ser cultivada de maneira indigente para a sua inessência por um suposto POVO como um POVO que é. GA65MAC: 15

Nós visamos a nós mesmos como o próprio POVO? GA65MAC: 19

Mas mesmo então, não somos os únicos, mas, enquanto POVO, somos com outros POVOs. GA65MAC: 19

E por meio do que se determina a essência de um POVO? GA65MAC: 19

Em verdade, não pode ser negado que ele é um ente de tal tipo, mas exatamente por isso aguça-se a questão com vistas a se, então, o homem já “é”, quando ele apenas “é” e ocorre assim, se um POVO é ele mesmo, na medida em que ele empreende apenas o aumento e a diminuição de sua consistência. GA65MAC: 19

Evidentemente pertence “mais” ao “ser” do POVO, esse “ser” é marcado em si por uma referencialidade de determinações essenciais, cuja “unidade” permanece com maior razão obscura. GA65MAC: 19

Caso se dê e se queira dar aqui um passo de todos o mais imediato em direção a uma clareza que se estende para além da mera terminologia tosca, então crescem tarefas essenciais de clarificação, que não são indiferentes, por fim, para a assunção e a realização do ser do homem e do POVO, mas que são pela primeira vez decisivas. GA65MAC: 19

A ipseidade do homem – do homem histórico tanto quanto do POVO – é um âmbito de acontecimento, no qual ele só se mostra a-propriado, se ele mesmo alcança o tempo-espaço aberto, no qual pode acontecer uma apropriação. GA65MAC: 19

Aqui, de fato, o questionamento da questão: quem somos nós é mais perigoso do que toda e qualquer adversidade diversa, que tenha vindo um dia ao nosso encontro no mesmo plano de uma certeza sobre o homem (a forma final do marxismo, que não tem algo em comum em sua essência nem com o judaísmo, nem muito menos com o imperialismo russo; se é que dormita ainda em algum lugar um espiritualismo não desdobrado, então isso acontece no POVO russo; o bolchevismo é originariamente ocidental, europeu; a emergência das massas, a indústria, a técnica, a extinção do Cristianismo; na medida, porém, em que o domínio da razão como equiparação de todos é apenas a consequência do Cristianismo e esse no fundo é de origem judaica [cf. GA65MAC: 19

Onde essa interpretação do ser do homem (e, com isso, também de um ser do POVO) impera, falta todo e qualquer ponto de apoio e toda e qualquer pretensão a uma chegada do deus. GA65MAC: 24

Não a decomposição diversamente dirigida da essência do homem, não a indicação de outros modos de ser do homem – tudo considerado por si como antropologia aprimorada – é o que produz aqui a auto-meditação, mas é a questão acerca da verdade do ser que prepara o âmbito da ipseidade, na qual, atuando historicamente e agindo, o homem – nós –, assumindo a figura do POVO, chega ao seu si mesmo. GA65MAC: 30

Impera sobre ela o reinado a cada vez diverso do acontecimento apropriador, no qual se prepara uma reunião originária, na qual e como a qual se toma histórico aquilo que pode ser denominado um POVO. GA65MAC: 45

Esse POVO é em sua origem e em sua determinação unicamente de acordo com a unicidade do próprio seer, cuja verdade ele tem de fundar uma única vez junto a um único sítio em um único instante. GA65MAC: 45

No entanto, o que aconteceria se no interior dessas ocorrências e, em parte, segundo o seu estilo, fosse instituída uma reunião do POVO ou de sua consistência com vistas a ele mesmo? GA65MAC: 45

Tal ser-aí enquanto fundamento de um POVO carece da mais longa preparação a partir do pensar inicial; mas esse pensar permanece sempre a cada vez apenas um caminho do reconhecimento, que começa ao mesmo tempo por muitas vias, da indigência. GA65MAC: 45

Nessa direção de decisão, não é característica a tecnicização da “cultura” e a imposição da “visão de mundo”, mas sim o fato de a “cultura” e de a “visão de mundo” se tornarem meios da técnica de luta para uma vontade, que não quer mais nenhuma meta; pois conservação do POVO não é nunca uma meta possível, mas apenas condição do estabelecimento de uma meta. GA65MAC: 45

Cultura” e “visão de mundo” não perdem o seu caráter por meio do fato de elas serem colocadas a serviço da política; quer elas sejam consideradas como valores “em si” ou como valores “para” o POVO, a cada vez a meditação, se é que ela é efetivamente uma tal meditação, está firmemente encravada no não querer as metas originárias, isto é, a verdade do seer, na qual se decide pela primeira vez sobre a possibilidade e a necessidade de “cultura” e “visão de mundo”. GA65MAC: 45

Por exemplo, tudo o que significa a palavra “POVO”: o elemento comunitário, o elemento racial, o baixo e o inferior, o nacional, o permanente; por exemplo, tudo aquilo que é chamado de “divino”. GA65MAC: 56

E, por isso, se tem uma vez mais “metas”, ainda que essas metas não apontem senão para o fato de que o que pode ser em todo caso um meio para o estabelecimento de metas e para a sua persecução é alçado à categoria de uma meta: o POVO, por exemplo. GA65MAC: 72

E, por isso, justamente lá onde se acredita ter uma vez mais metas, lá onde se é uma vez mais “feliz”, lá onde se passa a tornar uniformemente acessível a todo o “POVO” os “bens culturais” até aqui vedados à “maioria” (cinemas e viagens para banhos de mar), precisamente aí, nessa embriaguês “vivencial” barulhenta, é que está o maior de todos os niilismos, o fechar os olhos organizado ante a ausência de metas do homem, o desviar “sempre pronto a entrar em ação” diante de toda decisão que estabeleça uma meta, o medo diante de toda e qualquer região de decisão e de sua abertura. GA65MAC: 72

Ao se reportar aos “resultados” e à sua utilidade, “a” ciência precisa buscar a partir de si a ratificação de sua necessidade (não faz em essência nenhuma diferença se, nesse caso, “a ciência” se justifica como “valor cultural” ou como “serviço ao POVO” ou como “ciência política”, razão pela qual, então, todas as justificativas e “dotações de sentido” desse tipo correm umas através das outras e se comprovam cada vez mais, apesar da aparente inimizade, como se copertencendo). GA65MAC: 76

A filosofia como “filosofia de um POVO”). GA65MAC: 89

Nietzsche, porém, isso pesa mais de saída, pressentiu o platonismo em suas figuras mais obscuras: o Cristianismo e suas secularizações são por toda parte “platonismo para o POVO”. GA65MAC: 110

Só a partir do ser-aí é possível conceber a essência do POVO e isso significa ao mesmo tempo saber que o POVO nunca pode ser meta e fim e que tal opinião não é senão uma ampliação “populista” da ideia “liberal” de “eu” e da representação econômica da conservação da “vida”. GA65MAC: 196

A essência do POVO, porém, é sua “voz”. GA65MAC: 196

A voz do POVO fala raramente e apenas em poucos, e será que eles ainda estão em condições de deixá-la ressoar? GA65MAC: 196

A dissolução do “eu” na “vida” como POVO: aqui, a superação do “eu” é viabilizada a partir do abandono da primeira condição de tal superação, a saber, a meditação sobre o ser-si-mesmo e sobre sua essência, que se determina a partir da atribuição apropriadora e da sobreapropriação. GA65MAC: 197

Mas a verdade só se essencia na clareira mais plena do mais distante encobrir-se sob o modo do abrigo segundo todos os caminhos e maneiras, que pertencem a esse abrigo, que suportam e conduzem historicamente a exposição jurisdicional do ser-aí e que constitui, assim, o ser do POVO. GA65MAC: 243

Um POVO só é um POVO, se ele mantém propriamente na descoberta de seu deus a sua história, aquele deus que ele obriga a se lançar para além de si e que ele recoloca assim no ente. GA65MAC: 251

Mas como ele deve encontrar o deus, se não houver aqueles que buscam por ele silenciosamente e que precisam se encontrar como esses buscadores até mesmo segundo a aparência contra o “POVO” ainda não popular! GA65MAC: 251

A essência do POVO está fundada na historicidade dos que se pertencem a partir do pertencimento ao deus. GA65MAC: 251

As mais simples oposições, e, porém, as oposições mais extremas, esse deus estabelecerá sobre o seu POVO como as vias, nas quais ele se encaminha para além de si, a fim de encontrar ainda um dia sua essência e esgotar o instante de sua história. GA65MAC: 252

A renovação historiológica da “cultura” é “conclamada” para essa transfiguração e seu enraizamento no “POVO” é empreendido, assim como a comunicação para todos é aspirada. GA65MAC: 275

A sentença de Schinkel: “Foi junto ao sentido do POVO grego, deixando para trás por toda parte a recordação de sua existência e de sua atuação para o mundo posterior, que surgiu a atividade artística multifacetada…” GA65MAC: 278

b) grego, para o próprio POVO, o que significa, porém, então, nenhuma “eternidade”, não que justamente os posteriores (quaisquer ou mesmo o Ocidente) tenham disso historiologicamente uma memória, “recordação” (pensamento rememorante), mas manter junto a si os próprios gregos como sua posse; permanecer presente em sua presentação (doxa), também não “nacional”, mas metafísico. GA65MAC: 278