Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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metáfora

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Todas as propriedades [Eigenschaft  ] deste gênero (propriedades afinadoras tais como entediante [langweilig], sereno [heiter], triste [traurig] (acontecimento), divertido [lustig] (jogo)) estão ligadas ao sujeito em um sentido específico. Mais ainda: elas se derivam diretamente do sujeito e de seus estados [Zuständ]. As tonalidades afetivas [Stimmung  ], que as coisas provocam em nós, são por nós transportadas em seguida até as próprias coisas. Desde a Poética de Aristóteles há para isto a expressão ‘‘Metáfora” (μεταφορά  , metaphora  ). Aristóteles já tinha visto em sua Poética que há, tanto na linguagem quanto na apresentação poética, determinadas proposições e cunhagens nas quais transportamos (μεταφέρειν, metaphorein) a partir de nós mesmos até as próprias coisas as tonalidades afetivas que as coisas provocam em nós: a tristeza [Traurigkeit], a serenidade [Heiterkeit], o tédio [Langweiligkeit]. Aprendemos certamente na escola que a linguagem dos poetas [Sprache   der Dichter  ], assim como o uso cotidiano da linguagem estão impregnados por tais METÁFORAs. Nós falamos sobre um “campo alegre” e não temos em vista que o próprio campo está alegre: sobre um “quarto sereno”, sobre uma “paisagem melancólica”. Mas a paisagem não é ela mesma melancólica, ela apenas nos afina deste modo, ela causa em nós esta tonalidade afetiva. Analogamente dá-se com o “livro entediante”. [tr. Casanova  ; GA29-30  :127]