Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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horizonte

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Horizont  

A iluminação da essência da vida a partir do asseguramento da subsistência constante que lhe é próprio conduziu até a referência ao caráter perspectivístico fundamental da vida. O vivente encontra-se e mantém-se em um ponto de vista que se dirige a uma esfera de possibilidades fixadas a cada vez desta ou daquela maneira, seja como o verdadeiro do conhecimento, seja como “obra” da arte. A cada vez, essa delimitação, esse estabelecimento de um HORIZONTE é: o erigir de uma aparência. O que é configurado assume a aparência do que é real. No entanto, enquanto algo configurado e fixo, ele não é mais caos. Ao contrário, ele se mostra agora como afluxo pulsional que se fixou. A aparência surge no espaço da respectiva perspectiva no interior da qual a cada vez vige um determinado ponto de vista; um ponto de vista ao qual o HORIZONTE é “relativo”. De acordo com isso, Nietzsche   diz no n. 567 (1888):

“É o elemento perspectivístico que fornece o caráter de ‘semblância’! Como se um mundo ainda restasse depois que deduzimos o elemento perspectivístico! Com isso, ter-se-ia deduzido a relatividade!” [GA6MAC:438]


P – A relação com a Região é o aguardar. E aguardar significa: envolver-se no aberto da Região.

E – Portanto, entrar na Região.

I – Isso soa como se tivéssemos estado anteriormente fora da Região.

P – Estivemos e não estivemos. Não estamos nem nunca estamos fora da Região, uma vez que, como seres pensantes, ou seja, ao mesmo tempo, ao representar transcendentalmente, permanecemos no HORIZONTE da transcendência. O HORIZONTE é, porém, o lado da Região virado para o nosso poder de re-presentação [48] (Vor-stellen  ). A Região rodeia-nos e mostra-se-nos como HORIZONTE.

E – Acho antes que ela se oculta (verhullt) como HORIZONTE.

P – Certamente; mas, não obstante, estamos na região ao representar transcendentalmente, saindo para o HORIZONTE. E, por outro lado, não estamos dentro dela uma vez que ainda não tínhamos acedido a ela própria como Região. [GA16BD:Serenidade:48-49]