Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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entediante

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

[…] não queremos forçar em um só impulso uma mera definição do tédio [Langweiligkeit] e da determinação essencial do que entedia, mas sim compreender o problema. Por menos alentador que possa ser o resultado à primeira vista, nós experimentamos de qualquer modo algo essencial: 1. o ENTEDIANTE [Langweilige] não recebe este nome porque produz simplesmente em nós o efeito tédio. O livro não é a causa exterior e o tédio o resultado do efeito no interior; 2. com isto, precisamos nos abstrair da relação causa-efeito [Ursache  -Wirkung  ] em meio ao esclarecimento do fato; 3. mas o livro precisa igualmente se tornar vigente. Se não como uma causa atuante, ao menos como o que nos afina. Aqui está a questão; 4. se o livro é ENTEDIANTE, então esta coisa possui em si, em sua posição fora da alma, algo da possível tonalidade afetiva [Stimmung  ] em nós: da tonalidade afetiva que é mesmo mantida reprimida. Apesar de estar no interior, a tonalidade afetiva gira ao mesmo tempo em torno da coisa no exterior; e isto sem que exportemos e transportemos até a coisa uma tonalidade afetiva produzida a partir do interior; 5. por fim, a coisa só pode ser ENTEDIANTE porque a tonalidade afetiva já gira em torno dela. Ela não causa o tédio, mas tampouco o retém através de uma atribuição do sujeito. Em resumo: o tédio – assim como, em última análise, toda e qualquer tonalidade afetiva – é uma essência híbrida; uma essência em parte objetiva, em parte subjetiva. [tr. Casanova  ; GA29-30  :131-132]