Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > SZ:401-403 – A alma de toda filosofia é a paideia

SZ:401-403 – A alma de toda filosofia é a paideia

domingo 23 de abril de 2017

Castilho

A clara penetração no caráter-fundamental da história como “virtualidade”, Yorck a obteve do conhecimento do caráter-de-ser do Dasein   humano ele mesmo, não, portanto, precisamente por epistemologia do objeto da consideração-da-história: “Que a totalidade do que nos é dado psicofisicamente não é (ser = subsistência da natureza — observação de Heidegger), mas, ao contrário, vive, é o ponto seminal da historicidade. E uma reflexão-sobre-si dirigida não a um eu abstrato, mas ao pleno   do meu si-mesmo, me encontrará determinado por conhecimento-histórico do mesmo modo como a física me conhece cosmicamente determinado. Precisamente como sou natureza, sou também história […]” (p. 71). E Yorck, que põe a descoberto todas as inautênticas “determinações-de-relação” e todos os relativismos “sem solo”, não hesita em tirar a última consequência de sua penetração na historicidade do Dasein: “Mas, por outro lado, uma sistemática que se isola do conhecimento-histórico é metodologicamente inadequada em relação à historicidade interna da consciência-de-si. Assim como a fisiologia não pode fazer abstração da física, a filosofia — precisamente quando é crítica — não pode fazê-lo da historicidade […]. O comportamento do si-mesmo e a [1085] historicidade estão entre si como a respiração e a pressão atmosférica, e — o que pode soar em certa medida como um paradoxo — a não-historicização da filosofia me parece em relação ao método como um resto metafísico” (p. 69). “Porque filosofar é viver, há por isso, na minha opinião   — não se assuste o senhor —, uma filosofia da história — quem poderá escrevê-la!” “Não decerto da maneira como foi concebida e foi tentada até agora, contra o que o senhor se declarou de modo irrefutável. As questões até agora formuladas eram precisamente falsas, mais do que isso, eram impossíveis, mas não são as únicas. Por isso, de agora em diante, não pode haver nenhum filosofar efetivamente real que não seja conhecimento-histórico. A separação de filosofia sistemática e sua apresentação histórica é incorreta em sua essência” (p. 251). “O poder-tornar-se-prática é certamente o fundamento de direito próprio de toda ciência. Mas a prática matemática não é a única. A finalidade prática do nosso ponto de vista é a pedagógica, no sentido mais amplo e profundo da palavra. É a alma de toda verdadeira filosofia e a verdade de Platão   e de Aristóteles  ” (pp. 42 ss.). “O senhor sabe o que sustento sobre a possibilidade de uma ética como ciência. Entretanto sempre se pode fazer algo melhor. Para quem são propriamente tais livros? Arquivos e mais arquivos! O único digno de nota é o impulso de ir da física para a ética” (p. 73). “Se se concebe a filosofia como manifestação de vida, não como expectoração de um pensar sem solo, que aparece sem solo porque o olhar se desviou do solo-da-consciência, então a tarefa, além de magra em resultados, é também complicada e árdua em sua execução. A liberdade-de-preconceito é a pressuposição e já está difícil de obter” (p. 250). (

Que Yorck ele mesmo se tenha posto a caminho para apreender categorialmente o conhecimento-histórico em oposição ao ôntico (ocular) e elevar “a vida” a um adequado entendimento científico, é o que se torna claro pela indicação da [1087] espécie de dificuldade de tais investigações: o modo-de-pensar estético-mecanicista “encontra mais facilmente a expressão vocabular, dada a ampla provenienda das palavras de origem ocular, do que uma análise que retrocede para aquém da intuição… Ao oposto, o que tende a penetrar no fundamento do vivo é refratário a uma exposição exotérica, de onde resulta, pois, que toda a sua terminologia não possa ser comumente entendida, sendo simbólica e inevitável. Da espécie particular do pensamento filosófico deriva a particularidade de sua expressão linguística” (pp. 70 ss.). “Mas o senhor conhece minha predileção pelo paradoxo, que justifico porque o paradoxal é um sinal que marca a verdade e porque a communis   opinio nunca está com certeza na verdade, como o precipitado elementar de um semientendimento generalizante cuja relação com a verdade é a do vapor sulfuroso que o raio deixa para trás. A verdade nunca é elemento. Uma tarefa pedagógica do Estado seria a de dissipar a opinião pública elementar, possibilitando ao máximo a formação pela educação da individualidade do ver e do considerar. Então, ao invés da denominada consciência pública — exteriorização radical da consciência —, havería de novo consciências individuais, isto é, a consciência prevalecería” (pp. 249 ss.). (p. 1085, 1087)

Schuback

É pelo conhecimento do caráter ontológico da própria presença humana e não por uma epistemologia ligada ao objeto da consideração histórica que Yorck alcança a compreensão penetrante e clarividente do caráter fundamental da história enquanto “virtualidade": “O ponto nevrálgico da historicidade reside em que a totalidade dos dados psicofísicos não é (é = ser simplesmente dado da natureza. Observação do autor), mas vive. E uma reflexão sobre si mesmo, que não se dirige a um eu abstrato mas à plenitude do meu si-mesmo, é que haverá de me encontrar historicamente determinado tal como a física me reconhece cosmologicamente determinado. Tanto quanto natureza, eu sou história…” (p. 71). E Yorck, que via com profundidade toda a inautenticidade da “determinação de relações” e toda a “falta de solidez” dos relativismos, não hesita em tirar as últimas consequências desta visão profunda da historicidade da presença. “Mas, por outro lado, para a historicidade interior da autoconsciência é, metodologicamente, inadequada uma sistemática separada da história. Assim como a psicologia não pode abstrair da física, também a filosofia — e justamente quando é crítica — não pode abstrair da historicidade… — A atitude consigo mesmo e a historicidade são como a respiração e a pressão do ar e por mais paradoxal que possa parecer — no aspecto metodológico, a não historização me parece um resto metafísico” (p. 69). “Em minha opinião, existe uma filosofia da história — não se assuste — porque filosofar é viver — quem poderia escrevê-la! Decerto, não no sentido em que até agora se concebeu e buscou, contra o que o senhor irrefutavelmente se pronunciou. Falso, até impossível, embora não seja o único, tem sido o questionamento até hoje existente. Por isso já não há nenhum filosofar real que não seja histórico. A [495] separação entre filosofia sistemática e exposição histórica é, essencialmente, incorreta” (p. 251). “O poder tornar-se prática é, sem dúvida, o fundamento próprio e justo de toda ciência. Mas a práxis matemática não é a única. A finalidade prática de nosso ponto de vista é a pedagógica, no sentido mais amplo e profundo do termo. Ela é a alma de toda verdadeira filosofia e a verdade de Platão e Aristóteles” (p. 42s). “O senhor sabe o que eu acho a respeito da possibilidade de uma ciência da ética. Apesar disso, sempre se pode fazer algo melhor. Para quem são propriamente esses livros? Arquivos e arquivos! O único valor digno de nota é o élan de passar da física para a ética” (p. 73). “A filosofia é manifestação da vida e não a expectoração de um pensamento, que não possui nem manifesta solidez por desviar a visão do solo da consciência. Nessa concepção, a tarefa será parcimoniosa em resultados mas complexa e trabalhosa em sua conquista. Liberdade dos preconceitos é a pressuposição, que já é muito difícil de se adquirir” (p. 250).

Yorck se empenhou em apreender categorialmente o histórico por oposição ao ôntico (ocular) e, assim, elevar a “vida” a uma compreensão científica adequada. Isso fica claro a partir da referência ao tipo de dificuldade com que tais investigações se deparam: o modo estético-mecanicista de pensar “encontra mais facilmente as palavras, mediante o esclarecimento disseminado da proveniência ocular das palavras, do que uma análise que remonta aquém da intuição… O que, ao contrário, penetra até o fundo da vida furta-se a uma exposição exotérica e, por isso, a terminologia não é compreendida pelo senso comum, sendo, inevitavelmente, simbólica. É da especificidade do pensamento filosófico que decorre a especificidade de sua expressão verbal” (p. 70s). “Mas o senhor conhece minha predileção pelo paradoxo. Eu a justifico observando que o paradoxo é uma marca da verdade e que a communis opinio certamente nunca está na verdade, pois é o sedimento elementar da generalização de uma meia-compreensão que se relaciona com a verdade, tal como o rastro de enxofre que o raio deixa atrás de si. A verdade nunca é um elemento. A tarefa pedagógica do Estado seria desfazer a opinião pública elementar e possibilitar, tanto quanto possível, a formação da individualidade no ver e no perceber. Ao invés do que se chama de consciência moral   pública — essa alienação radical [496] — voltamos a consciências singulares, que fortaleceriam a consciência moral” (p. 249s). (p. 495-496)

Vezin

Pénétrer clairement le caractère fondamental de l’histoire comme « virtualité », Yorck y parvient grâce à la connaissance du caractère d’être du Dasein humain lui-même, donc justement pas de l’objet de la considération historique, comme le voudrait la théorie de [466] la science. « Le donné psychophysique en sa totalité n’est pas [être = être là-devant de la nature. Note de l’auteur] mais vit, voilà le noyau de rhistoricité. Et une méditation de soi qui n’est pas axée sur un je abstrait mais sur mon je dans sa plénitude va me trouver historiquement déterminé, de même que la physique me reconnaît cosmi-quement déterminé. Exactement comme je suis nature, je suis histoire… » (p. 71). Et Yorck qui s’y connaissait pour percer à jour toutes les « déterminations de rapport » douteuses et tous les relativismes « sans base » ne tarde pas, une fois pénétrée l’historialité du Dasein, à en tirer l’ultime conséquence. « Mais, d’autre part, pour ce qui est de l’intime historicité de la conscience de soi, une systé- 402 matique tirée par abstraction de l’historiographie est méthodologiquement inadéquate. De même que la physiologie ne peut faire abstraction de la physique, de même la philosophie   - précisément quand elle est critique - ne peut s’abstraire de l’historicité… Le comportement référé à soi-même et l’historicité sont comme la respiration et la pression atmosphérique; et - ce qui peut faire, dans une certaine mesure, l’effet d’un paradoxe - philosopher sans y incorporer l’histoire me semble être, pour ce qui est de la méthode, une survivance métaphysique » (p. 69). « Parce que philosopher, c’est vivre, il y a à mon avis - ne vous effrayez pas - une philosophie de l’histoire - bien malin qui pourra l’écrire ! - Certes elle n’a pas grand-chose à voir avec ce qui a été conçu et tenté jusqu’ici sous ce nom, et contre quoi vous vous êtes expliqué de façon irréfutable. Telle qu’elle était posée jusqu’à maintenant, la question était une fausse question, impossible dans son principe, mais ce n’est pas la seule manière de la poser. C’est pourquoi il n’y a pas non plus de philosophie réelle qui n’ait été historique. Séparer philosophie systématique et exposition historique n’est, par définition, pas juste » (p. 251). « Pouvoir passer dans la pratique, c’est là désormais la justification par excellence de toute science. Mais la mise en pratique des mathématiques n’est pas la seule. Le but pratique que poursuit notre point de vue est pédagogique au sens le plus large et le plus profond du mot. Il est l’âme de toute vraie philosophie et la vérité de Platon et d’Aristote » (p. 42 sq.). « Vous savez quel cas je fais de la possibilité d’une éthique en tant que science. Il n’empêche qu’on peut toujours faire mieux. Pour qui de tels livres sont-ils donc faits? Empilage d’archives! La seule chose à y remarquer, c’est la tendance à aller de la physique à l’éthique » (p. 73). « Si l’on conçoit la philosophie comme manifestation de la vie, non comme l’expectoration d’une pensée sans base, apparaissant sans base parce que le regard est détourné des bases de la conscience, autant la tâche est modique [467] dans ses résultats, autant elle est compliquée et ardue dans sa façon de les obtenir. Être libre de préjugé est la condition mais il est déjà difficile d’y arriver » (p. 250).

Yorck se mettait lui-même à l’ouvrage pour arriver à saisir caté-gorialement l’historique par opposition à l’ontique (le visuel) et à élever « la vie » à une entente scientifique appropriée; c’est ce qui ressort clairement si on se réfère au type de difficulté de telles recherches : la manière de penser esthétique et mécaniste « quand les mots pour le faire proviennent en majorité du domaine visuel, trouve plus facilement à s’exprimer clairement qu’une analyse remontant derrière l’intuition… Ce qui, en revanche, pénètre dans le fond de la vitalité échappe à une exposition exotérique, d’où il s’ensuit que toute terminologie n’est pas vulgarisable, qu’elle est symbolique et inévitable. Étant donné le genre particulier de la pensée philosophique, son vocabulaire est très particulier » (p. 70 sq.). « Mais vous connaissez ma prédilection pour le paradoxe, prédilection que je justifie en disant que le paradoxal est une marque de la vérité, que la communis opinio n’a aucune chance d’être dans la vérité, n’étant qu’un sédiment élémentaire de généralités à demi comprises dans lequel les relations à la vérité sont comme la vapeur sulfureuse que l’éclair laisse derrière lui. Jamais la vérité n’est un élément. Ce serait une tâche pour l’enseignement d’État que de dissoudre l’opinion publique élémentaire et de permettre par l’éducation de se faire, autant que possible, une vue et un regard individualisés. Alors, au lieu d’une conscience morale qu’on dit publique - cette radicale extériorisation - on en reviendrait à une conscience morale individuelle, c’est-à-dire on en reviendrait à maîtriser la conscience morale » (p. 249 sq.). (p. 467-468)

Macquarrie

Yorck gained his clear insight into the basic character of history as ‘virtuality’ from his knowledge of the character of the Being which human Dasein itself possesses, not   from the Objects of historical study, as a theory of science would demand. ‘The entire psycho  -physical datum is not one that is (Here “Being” equals the Being-present-at-hand   of Nature. — Author’s remark) but one that lives; this is the germinal point of historicality. [1] And if the consideration of the Self is directed not at an abstract “I” but at the fulness of my Self, it will find me Historically determined, just as physics knows me as cosmically determined. Just as I am Nature, so I am history . . .’ (p. 71). And Yorck, who saw through all bogus ‘defining of relationships’ and ‘groundless’ relativisms, did not hesitate to draw the final conclusion from his insight into the historicality of Dasein. ‘But, on the other hand, in view of the inward historicality of self-consciousness, a systematic that is divorced from History is methodo- 402 logically inadequate. Just as physiology cannot be studied in abstraction from physics, neither can philosophy from historicality — especially if it is a critical philosophy. Behaviour and historicality are like breathing and atmospheric pressure; and — this may sound rather paradoxical — it seems to me methodologically like a residue from metaphysics not to historicize one’s philosophizing’ (p. 69). ‘Because to philosophize is to live, there is, in my opinion (do not be alarmed!), a philosophy of history — but who would be able to write it ? Certainly it is not the sort of thing it has hitherto been taken to be, or the sort that has so far been attempted; you have declared yourself incontrovertibly against all that. Up till now, the question has been formulated in a way which is false, even impossible; but this is not the only way of formulating it. Thus there is no longer any [454] actual philosophizing which would not be Historical. The separation between systematic philosophy and Historical presentation is essentially incorrect’ (p. 251). ‘That a science can become practical is now, of course, the real basis for its justification. But the mathematical praxis   is not the only one. The practical aim of our standpoint is one that is pedagogical in the broadest and deepest sense of the word. Such an aim is the soul of all true philosophy, and the truth of Plato and Aristotle’ (pp. 42 f.). ‘You know my views on the possibility of ethics as a science. In spite of that, this can always be done a little better. For whom are such books really written ? Registries about registries! The only thing worthy of notice is what drives them to come from physics to ethics’ (p. 73). ‘If philosophy is conceived as a manifestation of life, and not as the coughing up of a baseless kind of thinking (and such thinking appears baseless because one’s glance gets turned away from the basis of consciousness), then one’s task is as meagre in its results as it is complicated and arduous in the obtaining of them. Freedom from prejudice is what it presupposes, and such freedom is hard to gain’ (p. 250).

It is plain from Yorck’s allusion to the kind of difficulty met with in such investigations, that he himself was already on the way to bringing within our grasp categorially the Historical as opposed to the ontical (ocular), and to raising up ‘life’ into the kind of scientific understanding that is appropriate to it. The aesthetico-mechanistic way of thinking [2] ‘finds verbal expression more easily than does an analysis that goes behind intuition, and this can be explained by the wide extent to which words have their provenience in the ocular . . . On the other hand, that which penetrates into the basis of vitality eludes an exoteric presentation; hence all its terminology is symbolic and ineluctable, not intelligible to all. [SZ  :403] Because philosophical thinking is of a special kind, its linguistic expression has a special character’ (pp. 70 f.). ‘But you are acquainted with my liking for paradox, which I justify by saying that paradoxicality is a mark of truth, and that the communis opinio is nowhere in the truth, but is like an elemental precipitate of a halfway understanding which makes generalizations; in its relationship to truth it is like the sulphurous fumes which the lightning leaves behind. Truth is never an element. -To dissolve elemental public opinion, and, as far as possible, to make possible the moulding of individuality in seeing and looking, would be a pedagogical [455] task for the state. Then, instead of a so-called public conscience — instead of this radical externalization — individual consciences — that is to say, consciences — would again become powerful’ (pp. 249 f.). (p. 453-455)

Original

Die klare Einsicht in den Grundcharakter der Geschichte   als »Virtualität« gewinnt Yorck aus der Erkenntnis   des Seinscharakters des menschlichen Daseins selbst  , also gerade nicht   wissenschaftstheoretisch am Objekt   der Geschichtsbetrachtung: »Daß   die gesammte psycho-physische Gegebenheit   nicht ist [Sein   = Vorhandensein der Natur  . Anm. d. Vf.] sondern lebt, ist der Keimpunkt der Geschichtlichkeit. Und eine Selbstbesinnung, welche nicht auf   ein abstraktes Ich   sondern auf die Fülle meines Selbstes gerichtet ist, wird mich historisch bestimmt finden, wie die Physik   mich kosmisch bestimmt erkennt. Gerade so wie Natur bin ich Geschichte …« (S. 71.) Und Yorck, der alle unechten »Verhältnisbestimmungen« und »bodenlosen« Relativismen durchschaute, zögert nicht, die letzte Konsequenz aus der Einsicht in die Geschichtlichkeit des Daseins zu ziehen. »Andererseits aber bei   der inneren Geschichtlichkeit des Selbstbewußtseins ist eine [402] von der Historie abgesonderte Systematik methodologisch inadaequat. Wie die Physiologie von der Physik nicht abstrahieren kann, so die Philosophie — gerade wenn sie eine kritische   ist -nicht von der Geschichtlichkeit … Das Selbstverhalten und die Geschichtlichkeit sind wie Athmen und Luftdruck — und — es mag dies einiger Maßen paradox klingen — die Nicht-Vergeschicht-lichung des Philosophirens erscheint mir in methodischer Beziehung   als ein metaphysischer Rest«. (S. 69.) »Weil philosophiren leben   ist, darum — erschrecken   Sie nicht — giebt es nach meiner Meinung eine Philosophie der Geschichte — wer   sie schreiben könnte! — Gewiß nicht so wie sie bisher aufgefaßt und versucht worden ist, wogegen unwiderleglich Sie Sich erklärt haben  . Die bisherige Fragstellung war eben eine falsche, ja unmögliche, aber ist nicht die einzige. Darum weiter giebt es kein wirkliches Philosophiren, welches nicht historisch wäre. Die Trennung zwischen   systematischer Philosophie und historischer Darstellung ist dem Wesen   nach unrichtig.« (S. 251.) »Das Praktisch werden   können ist ja nun allerdings der eigentliche Rechtsgrund aller Wissenschaft  . Aber die mathematische   Praxis ist nicht die alleinige. Die praktische Abzweckung unseres Standpunktes ist die paedagogi-sche, im weitesten und tiefsten Wortsinne. Sie ist die Seele   aller wahren   Philosophie und die Wahrheit   des Platon und Aristoteles«. (S. 42 f.) »Sie wissen was ich von der Möglichkeit   einer Ethik als Wissenschaft halte. Trotzdem kanns immer etwas besser gemacht werden. Für wen eigentlich   sind solche Bücher? Registraturen über Registraturen! Das einzig Bemerkenswerthe der Trieb   von der Physik zur Ethik zu kommen  .« (S. 73.) »Wenn man Philosophie als Lebensmanifestation begreift, nicht als Expektoration eines bodenlosen Denkens, bodenlos   erscheinend, weil der Blick von dem Bewußtseinsboden abgelenkt wird, so ist die Aufgabe wie knapp im Resultate, so verwickelt und mühsam in seiner Gewinnung. Vorurtheilsfreiheit ist die Voraussetzung   und schon diese schwer   zu gewinnen.« (S. 250.)

Daß York selbst sich auf den Weg   machte, gegenüber dem Ontischen (Okularen) das Historische kategorial in den Griff zu bringen   und »das Leben« in das angemessene wissenschaftliche Verständnis   zu heben, wird aus dem Hinweis auf die Art der Schwierigkeit solcher Untersuchungen deutlich: ästhetisch  -mechanistische Denkweise »findet leichter wörtlichen Ausdruck  , bei der breiten Provenienz der Worte aus der Okularität erklärlich, als eine hinter die Anschauung   zurückgehende Analysis… Was dagegen in den Grund   der Lebendigkeit eindringt, ist einer exoterischen Darstellung entzogen, woher   denn alle Terminologie nicht gemeinverständlich, symbolisch   und [403] unvermeidlich. Aus der besonderen Art des philosophischen Denkens folgt die Besonderheit ihres sprachlichen Ausdrucks.« (S. 70 f.) »Aber Sie kennen meine Vorliebe für das Paradoxe, die ich damit rechtfertige, daß Paradoxie ein Merkmal der Wahrheit ist, daß communis opinio gewißlich nirgends in der Wahrheit ist, als ein elementarer Niederschlag verallgemeinernden Halbverstehens, in dem Verhältnisse zu der Wahrheit wie der Schwefeldampf, den der Blitz zurückläßt. Wahrheit ist nie Element. Staatspaedagogische Aufgabe wäre es die elementare öffentliche Meinung zu zersetzen und möglichst die Individualität des Sehens und Ansehens bildend   zu ermöglichen. Es würden dann   statt eines so genannten öffentlichen Gewissens — dieser radikalen Veräußerlichung, wieder Einzelgewissen, das heißt Gewissen   mächtig werden«. (S. 249 f.) (p. 401-403)


Ver online : SER Y TIEMPO


[1Yorck’s text reads as follows: ‘Das die gesammte psychophysische Gegebenheit nicht ist sondern lebt, ist der Keimpunkt der Geschichtlichkeit’. Heidegger plausibly changes ‘Das’ to ‘. . . dass’ in the earlier editions, to ‘Dass’ in the later ones.

[2Yorck is here discussing Lotze and Fechner, and suggestiong that their ‘rare talent for expression’ was abetted by their ‘aesthetico-mechanistic way of thinking’, as Heidegger calls it. The reader who is puzzled by the way Yorck lumps together the ‘aesthetic’, the ‘mechanistic’, and the ‘intuitive’, should bear in mind that here the words ‘aesthetic’ and ‘intuition’ are used in the familiar Kantian sense of immediate sensory experience, and that Yorck thinks of ‘mechanism’ as falling entirely within the ‘horizon’ of such experience without penetrating beyond it.