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Como a memória é possível? Numa nota que precede quase imediatamente a primeira formulação do eterno retorno, Nietzsche responde: "A nossa memória baseia-se no ver como igual e no tomar como igual: em outras palavras, numa visão imprecisa; é originalmente da maior grosseria e considera quase tudo como igual. — O fato de as nossas representações funcionarem como excitações desencadeadoras advém de representarmos e experimentarmos sempre numerosas representações como iguais (das (…)
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Gedächtnis / Erinnerung
Gedächtnis / mémoire / memória / memory / Erinnerung / recordação / recuerdo / lembrança / remembering
Matérias
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Didier Franck (1998:380-383) – a memória
12 de janeiro, por Cardoso de Castro -
Figal (O:§31) – ser no tempo
12 de janeiro, por Cardoso de CastroCasanova
Algo acontece, mas ele acontece a alguém ou por meio deste alguém mesmo. As duas coisas juntas também são possíveis, até mesmo habituais: nós podemos fazer algo e nos transformar em meio a este fazer. Ou fazemos algo e nos transformamos aí sem uma intenção prévia; só constatamos subsequentemente o fato de termos nos tornado outros. Tal como todo e qualquer movimento, aquilo que fazemos acontece no tempo e possui o seu tempo. Todavia, sempre experimentamos o tempo e a nós mesmos no (…) -
Ricoeur (1991:151-152) – identidade em Locke
2 de fevereiro, por Cardoso de CastroLucy Moreira Cesar
1. Os filósofos de língua inglesa e de cultura analítica aprenderam em primeiro lugar em Locke e em Hume que sem o fio condutor da distinção entre dois modelos de identidade e sem o auxílio da mediação narrativa, a questão da identidade pessoal perde-se nos arcanos de dificuldades e de paradoxos paralisantes.
Do primeiro, a tradição ulterior reteve a equação entre identidade pessoal e memória. Mas é preciso ver ao preço de que inconsistência na argumentação e de que (…) -
Ricoeur (2000:5-7) – Memória e Imaginação (nota inicial)
28 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroAo submeter-se ao primado da questão "o quê", a fenomenologia da memória confronta-se desde logo com uma formidável aporia que a linguagem corrente suporta: a presença em que parece consistir a representação do passado parece ser, de facto, a de uma imagem. Dizemos indistintamente que representamos um acontecimento passado ou que temos uma imagem dele, que pode ser visual ou auditiva.
En se soumettant au primat de la question « quoi ? », la phénoménologie de la mémoire se voit confrontée (…) -
GA60:185-186 – memória - cogitar - aprender
18 de fevereiro de 2020, por Cardoso de CastroExtrato das Confissões de Agostinho.
Comentário traduzido de HEIDEGGER, Martin. The phenomenology of religious life. Tr. Matthias Fritsch & Jennifer Anna Gosetti-Ferencei. Bloomington: Indiana University Press, 2004, p. 135-136.
XI, 18. Descobrimos, quanto a isso, que aprender algo de que não recebemos imagens pelos sentidos, mas que discernimos interiormente sem imagens, assim como é, por ele mesmo – aprender isso não é senão, por assim dizer, recolher cogitando aquilo que a (…) -
GA89:89-95 – tornar presente [Vergegenwärtigung]
17 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro[…] Trata-se do esclarecimento da diferença que já foi discutida várias vezes aqui, a diferença entre recordar [Erinnerung] e tornar presente [Vergegenwärtigung]; para começar, a interpretação suficiente do fenômeno do tornar presente. […] Tornamos presente agora, cada um para si, a Estação Central de Zurique. Colocamos duas questões que cada um deve responder por si. Primeiro: para onde me dirijo ao tornar presente a Estação Central de Zurique? O que é tornado presente, em que penso no (…)
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Schutz (1979:63-65) – experiências enquanto estão presentes
17 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA lembrança de uma experiência do mundo exterior é relativamente nítida, uma sequência de acontecimentos externos, um movimento talvez, pode ser lembrada numa livre reprodução, isto é, escolhendo-se arbitrariamente determinados pontos da duração. A reprodução de experiências da percepção interior é incomparavelmente mais difícil; aquelas percepções internas próximas do amago absolutamente privado da pessoa são irrecuperáveis no que diz respeito a seu “Como”, e no máximo pode-se apreender o (…)
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Haar (1990:143-148) – rememoração (Andenken)
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroAlves
O salto, porque volta ao mesmo lugar, porque só deixa o ponto de partida para melhor se reapropriar dele, é ao mesmo tempo rememoração (Andenken). «O salto só se mantém salto se rememorar» (als andenkender). O segundo acto que define a essência do pensamento é a memória (Gedächtnis), a rememoração da História do Ser, o ser como história. Porque deve o «passo atrás», o movimento que volta da metafísica à sua essência impensada, a diferença ontológica , também revestir a (…)
Notas
- Arendt (RJ:165) – objeto do pensar
- Fuchs (2018:56-58) – Memória situativa
- Fuchs (2018:60-61) – Memória incorporativa
- GA65:136 – Wirklich - efetivo
- GA7:129 – A memória é a concentração do pensamento.
- GA8:13 – Mnemosyne - memória - mémoire - memory
- GA8:3 – pensamento e memória
- Krell (1989) – memória
- Merleau-Ponty (1955/2015:Cours du lundi) – o problema da memória
- Ruin (2019:18-20) – lembrança do morto
- Ruin (2019:20-21) – a morte do outro em Levinas