As ideias musicais ou sensíveis, exatamente porque são negatividade ou ausência circunscrita, não são possuídas por nós, possuem-nos. Já não é o executante que produz ou reproduz a sonata; ele se sente e os outros sentem-se a serviço da sonata, é ela que através dele canta ou grita tão bruscamente que ele precisa “precipitar-se sobre seu arco” para poder segui-la.
Gianotti & Oliveira
Com a primeira visão, o primeiro contato, o primeiro prazer, há iniciação, isto é, não posição de (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Merleau-Ponty (2003:146-150) – ideia
17 de maio de 2020, por Cardoso de Castro -
Nancy (1996:19-21) – sentido e "nós"
15 de maio de 2020, por Cardoso de Castrotradução do inglês
Hoje em dia se costuma dizer que perdemos o sentido, que ele nos falta e, como resultado, precisamos e esperamos por ele. Aquele que fala desta maneira esquece que a própria propagação deste discurso é ela mesma cheia de sentido. Lamentar a ausência de sentido em si mesmo tem sentido. Mas tal lamento não tem sentido apenas neste modo negativo; negar a presença de sentido afirma que se sabe qual seria o sentido, aí estivesse, e mantém o domínio e a verdade do sentido em (…) -
Nancy (2002:66) – o pensamento da ética em Heidegger
5 de maio de 2020A filosofia não se encarrega de prescrever normas ou valores: deve pensar a essência ou o sentido do que faz a ação [l’agir] como tal, em outras palavras, do que coloca a ação na posição de ter que escolher normas ou valores. Talvez, aliás, esse próprio entendimento da filosofia já seja de origem heideggeriana, ou pelo menos para nós, hoje, é necessariamente heideggeriano na modalidade.
nossa tradução
Apresentar o pensamento da ética em Heidegger envolve uma dificuldade tríplice, cujos (…) -
Agamben: vida nua
26 de abril de 2020Excerto de AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fim: notas sobre a política. Tr. Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica, 2015
Davi Pessoa
1. Os gregos não tinham um termo único para exprimir o que entendemos pela palavra vida. Serviam-se de dois termos semântica e morfologicamente distintos: zoé, que manifestava o simples fato de viver, comum a todos os viventes (animais, homens ou deuses), e bios, que significava a forma ou maneira de viver própria de um indivíduo ou de um grupo. Nas línguas (…) -
Foucault (HS1:182-191) – bio-política e anátomo-política do corpo humano
25 de abril de 2020Excerto de FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I. A Vontade de Saber. Tr. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. São Paulo: Graal, 1999.
Albuquerque & Albuquerque
Concretamente, esse poder sobre a vida desenvolveu-se a partir do século XVII, em duas formas principais; que não são antitéticas e constituem, ao contrário, dois polos de desenvolvimento interligados por todo um feixe intermediário de relações. Um dos polos, o primeiro a ser formado, ao que (…) -
Flusser: fazer - verbo auxiliar (to do)
4 de abril de 2020Excerto de FLUSSER, Vilém. O Último Juízo: Gerações II. Castigo & Penitência. Tr. Rodrigo Maltez Novaes & Rodrigo Petronio. São Paulo: É Realizações, 2017, p. 34-39
Ao descrever a passagem do barroco para o romantismo, aventurei a seguinte hipótese ousada: a mudança da estrutura do pensamento e da vida que marca essa passagem é articulada pela tradução do verbo auxiliar francês “être” pelo verbo auxiliar alemão “werden”. O historicismo, antropologismo, e biologismo do romantismo é (…) -
Sloterdijk (E1:119-126): o homem-máquina, ainda uma referência
24 de março de 2020Excerto de SLOTERDIJK, Peter. Esferas I. Bolhas. Tr. José Oscar de Almeida Marques. Rio de Janeiro: Estação Liberdade, 2016, p. 119-126.
Entre os representantes da nova mentalidade antimetafísica, destaca-se o médico, filósofo e satirísta Julien Offray de La Mettrie (1709-1751), por seu irônico radicalismo e a agressividade de sua imagem mecanicista do mundo e do ser humano. Mesmo os mais liberais de seus contemporâneos consideravam-no, por seu temperamento anárquico e cético, um (…) -
Arendt (LM:26-30) – o valor da superfície
13 de março de 2020, por Cardoso de CastroAbranches, Almeida & Martins
O mundo cotidiano do senso comum, do qual não se podem furtar nem o filósofo nem o cientista, conhece tanto o erro quanto a ilusão. E, no entanto, nem a eliminação de erros, nem a dissipação de ilusões pode levar a uma região que esteja além da aparência. “Pois quando se dissipa uma ilusão, quando se rompe subitamente uma aparência, é sempre em proveito de uma nova aparência que retoma, por sua própria conta, a função ontológica da primeira… A des-ilusão é (…) -
Arendt (RJ:164-166) – discriminar certo e errado - habilidade de pensar
5 de março de 2020nossa tradução
Se a habilidade de distinguir o certo do errado deve ter algo a ver com a habilidade de pensar, devemos ser capazes de "demandar" seu exercício em todas as pessoas sãs, por mais eruditas ou ignorantes, por mais inteligentes ou estúpidas que sejam. Kant, a este respeito quase só entre os filósofos, ficou muito incomodado com a opinião comum de que a filosofia é apenas para poucos, precisamente por causa das implicações morais dessa opinião. Nesse sentido, ele observou certa (…) -
Gordon Graham: certo e errado
2 de março de 2020Excerto de GRAHAM, Gordon. Theories of Ethics: An Introduction to Moral Philosophy with a Selection of Classic Readings. London: Taylor & Francis, 2011, p. 1-2.
nossa tradução
Este é um livro sobre ética, sobre certo e errado, e sobre bem e mau na vida humana. Mas podemos realmente ditar o moralmente certo do errado? Muitas pessoas pensam que a moralidade não é como a ciência, que trata de fatos, mas uma questão de valores, sobre os quais só podemos ter opiniões pessoais. De acordo (…)