Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Fenomenologia > De Libera (AS:70-71) – toda ação supõe um sujeito que a realiza

De Libera (AS:70-71) – toda ação supõe um sujeito que a realiza

quinta-feira 19 de novembro de 2020

A implicação mútua de PDSA [“princípio da denominação do sujeito pelo acidente”] e de PSAPa [“princípio da su-jeição da ação na potência de um agente”] é a substância histórica das teses condensadas nas duas versões, francesa e inglesa, do termo menor do silogismo gramatical de Nietzsche  , isto é:

m: toda ação supõe um sujeito que a realiza

m: every activity requires an agency that is active

Do complexo formado por PDSA, PSAPa e o conjunto dos princípios ou teoremas que eles comandam ou dos quais abrem a possibilidade teórica, pode-se de fato deduzir, como será o caso da Idade Média à modernidade, as seguintes proposições, que serão discutidas continuamente de um extremo a outro do nascimento do sujeito, a saber:

a. toda ação requer um agente

b. toda ação requer um sujeito

c. toda ação requer um agente que é um sujeito

a. toda ação requer um sujeito que é seu agente

Essas discussões seguirão as linhas desenhadas previamente pelas possibilidades de inferência de uma proposição na outra, no caso:

[1] o que é que autoriza (legitima, explica) a passagem de (a) a (b)?

[2] o que é que autoriza (legitima, explica) a passagem de (a)-(b) a ©-(d)? [70]

A história do nascimento do sujeito moderno, de sua emergência e do encadeamento regrado de suas figuras até o momento presumidamente fundador da “reivindicação” pelo “eu” ou o “mim” do título exclusivo de “sujeito”, onde Heidegger vê a quintessência do cartesianismo, pode ser pensada em função da relação que se estabeleceu progressivamente entre as diversas formulações dos princípios (a), (b), © e (d), introduzidos da Idade Média à Segunda Escolástica, e aquelas, não menos diversas, que a noção de subiectum conheceu ao longo desse período.

[DE LIBERA, Alain. Arqueologia do Sujeito. Nascimento do Sujeito. Tr. Fátima Conceição Murad. São Paulo: Fap-Unifesp, 2013, p. 70-71]


Ver online : SUJEITO