Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA6T1:117-118 – estado corporal

quinta-feira 31 de março de 2022

Casanova

Onde fica o fisiológico, o elemento relativo ao estado corporal? Por fim, não podemos cindir as coisas de tal modo como se estivesse alocado em um pavimento inferior o estado corporal, e, em um outro superior, o sentimento. O sentimento como um sentir-se é, precisamente, a maneira como somos corporais; ser corporal não significa que um apêndice chamado corpo é simultaneamente ligado à alma, mas no sentir-se o corpo está desde o princípio coinserido em nosso si próprio, e, com efeito, de um modo tal que ele permeia a nós mesmos em seu estar em tal ou tal estado. Não “temos” um corpo assim como portamos a faca na bolsa; o corpo também não é um corpo físico que apenas nos acompanha e que também constatamos aí ao mesmo tempo, expressamente ou não, como simplesmente dado. O sentimento como sentir-se pertence à essência desse ser. O sentimento efetua de antemão a inserção implicativa do corpo em nossa existência. Mas como o sentimento como sentir-se é sempre de maneira igualmente essencial o ter sentimento para o ente na totalidade, arroja-se a cada vez concomitantemente em todo estado corporal um modo como interpelamos ou não interpelamos discursivamente as coisas à nossa volta e os homens conosco. Uma “indisposição” estomacal pode estabelecer uma atmosfera de trevas sobre todas as coisas. O que de outro modo apareceria como indiferente se mostra, repentinamente, como irritante e perturbador. O [81] que de outro modo seria recebido de maneira jocosa nos paralisa. Não há dúvida de que a vontade pode intervir e suprimir a indisposição, mas não pode despertar e criar imediatamente a tonalidade afetiva contrária: pois tonalidades afetivas são sempre apenas superadas e transformadas uma vez mais por outras tonalidades afetivas. Essencialmente, o que se precisa continuar observando aqui é o seguinte: o sentimento não é nada que transcorra apenas na “interioridade”, mas é aquele modo de ser fundamental de nosso ser-aí, por força do qual e de acordo com o qual já sempre somos alçados para além de nós mesmos em direção ao ente na totalidade, ao ente que nos diz ou não respeito de um modo ou de outro. Tonalidade afetiva não é nunca um mero ser afinado em uma interioridade estabelecida por si, mas é sempre, em primeiro lugar, um deixar-se determinar afinadoramente e um deixar-se afinar em meio a tal ou tal tonalidade afetiva. A tonalidade afetiva é, precisamente, o modo de ser fundamental como nós nos encontramos fora de nós mesmos. No entanto, é assim que somos essencial e constantemente.

O estado corporal oscila em tudo isso, alça-nos ao mesmo tempo para além de nós mesmos ou deixa o homem preso e embotado em si mesmo. Não somos inicialmente “viventes” e temos então, além disso, ainda um aparato denominado corpo. Ao contrário, vivemos na medida em que conquistamos um corpo. Essa conquista de um corpo é algo essencialmente diverso de um estar apenas de posse de um organismo. A maior parte das coisas que conhecemos nas ciências naturais sobre o corpo e sobre a conquista de um corpo são constatações nas quais o corpo é, antes de mais nada, transformado em corpo físico por meio de uma falsa interpretação. Na medida em que se faz isso, é possível descobrir muitas coisas. No entanto, o essencial e determinante já se acha sempre fora de consideração e de apreensão; e a busca subsequente do “psíquico” pertencente ao corpo que já foi antes falsamente interpretado como corpo físico já desconheceu esse estado de coisas. [HEIDEGGER, Martin. Nietzsche   (volume único). Tr. Marco Antonio Casanova  . Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014, p. 80-81]

Vermal

¿Dónde queda lo fisiológico, lo referente a los estados corporales? En realidad, no debemos separarlos como si en la planta baja habitara un estado corporal y en la planta superior el sentimiento. El sentimiento, en cuanto sentirse, es precisamente el modo en el que somos corporales; ser corporal no quiere decir que al alma le esté añadida una masa llamada cuerpo, sino que en el sentirse el cuerpo está de antemano contenido en nuestro sí-mismo, de manera tal que en sus estados nos atraviesa a nosotros mismos por completo. No «tenemos» un cuerpo como llevamos una navaja en el bolsillo; el cuerpo tampoco es simplemente un cuerpo físico que nos acompaña y del que constatamos, expresamente o no, que está también allí delante. No «tenemos» un cuerpo, sino que «somos» corporales. A la esencia de ese ser le pertenece el sentimiento en cuanto sentirse. El sentimiento realiza de antemano la continente inclusión del cuerpo en nuestra existencia. Pero puesto que el sentimiento, en cuanto sentirse, es de modo igualmente esencial el tener en cada caso un sentimiento del ente en su totalidad, en cada estado corporal vibra un modo en el que nos dirigimos a las cosas que nos rodean y a los seres humanos que están con nosotros. Una pesadez estomacal puede tender un velo de sombra sobre todas las cosas. Lo que normalmente nos parece indiferente resulta de pronto irritante y molesto. Lo que normalmente se hace con facilidad, queda paralizado. La voluntad puede interponerse, puede contener la desazón, pero no puede despertar y crear inmediatamente el temple de ánimo contrario: en efecto, los temples de ánimo siempre son superados y transformados sólo por otros temples de ánimo. Es esencial aquí prestar atención a que el sentimiento no es algo que se desenvuelva sólo en el «interior», sino que es el modo fundamental de nuestro existir en virtud del cual y de acuerdo con el cual estamos siempre ya llevados más allá de nosotros mismos hacia el ente en su totalidad, que nos afecta o nos deja de afectar de tal o cual manera. El temple de ánimo no es nunca un mero estar templado en un interior cerrado sobre sí, sino que es primariamente un dejarse templar [Stimmen] y determinar [Be-stimmen] de tal o cual manera en el temple de ánimo [Stimmung]. El temple de ánimo es precisamente el modo fundamental en el que estamos fuera de nosotros mismos. Pero así estamos esencialmente y siempre.

En todo ello vibra el estado corporal, nos eleva y lleva más allá de nosotros mismos, o bien deja al hombre apático y prisionero de sí mismo. No estamos en primer lugar «vivos» y después tenemos un aparato llamado cuerpo, sino que vivimos [leben] en la medida en que vivimos corporalmente [leiben]. Este vivir corporalmente es algo esencialmente diferente del mero estar sujeto a un organismo. La mayoría de lo que sabemos del cuerpo y del correspondiente vivir corporalmente en las ciencias naturales son comprobaciones en las que el cuerpo ha sido previamente malinterpretado como mero cuerpo físico. De ese modo pueden encontrarse muchas cosas, pero lo esencial y decisivo queda siempre ya fuera de la mirada y la comprensión; la búsqueda que va detrás de lo «anímico» para un cuerpo que previamente ha sido malinterpretado como cuerpo físico desconoce ya la situación real.

Original

Wo bleibt das Physiologische, das Leibzuständliche? Am Ende dürfen wir nicht so trennen, als hauste in einem unteren Stockwerk ein Leibzustand und im oberen das Gefühl. Das Gefühl als das Sichfühlen ist gerade die Weise, wie wir leiblich sind; leiblich sein heißt nicht, daß einer Seele noch ein Klotz, genannt Leib, angehängt sei, sondern im Sichfühlen ist der Leih im vorhinein einbehalten in unser Selbst, und zwar so, daß er in seiner Zuständlichkeit uns selbst durchströmt. Wir »haben« einen Leib nicht so, wie wir das Messer in der Tasche tragen; der Leib ist auch nicht ein Körper, der uns nur begleitet und den wir dabei zugleich, ausdrücklich oder nicht, als auch vorhanden feststellen. Wir »haben« nicht einen Leib, sondern wir »sind« leiblich. Zum Wesen dieses Seins gehört das Gefühl als das Sichfühlen. Das Gefühl leistet im vorhinein den einbehaltenden Einbezug des Leibes in unser Dasein. Weil aber das Gefühl als Sichfühlen gleichwesentlich je das Gefühl-haben für das Seiende im Ganzen ist, deshalb schwingt in jeder Leibzuständlichkeit jeweils eine Weise mit, wie wir auf die Dinge um uns und die Menschen mit uns ansprechen oder nicht ansprechen. Eine Magen-»Verstimmung« kann eine Verdüsterung über alle [118] Dinge legen. Was sonst als gleichgültig erscheint, ist plötzlich ärgerlich und störend. Was sonst spielend geht, stockt. Der Wille kann sich zwar ins Mittel legen, er kann die Verstimmung niederhalten, aber er kann nicht unmittelbar die Gegenstimmung erwecken und schaffen: denn Stimmungen werden immer nur durch Stimmungen wieder überwunden und verwandelt. Wesentlich bleibt hier zu beachten: das Gefühl ist nichts, was nur im »Innern« sich abspielt, sondern das Gefühl ist jene Grundart unseres Daseins, kraft deren und gemäß der wir immer schon über uns weggehoben sind in das so und so uns angehende und nicht angehende Seiende im Ganzen. Stimmung ist nie ein bloßes Gestimmtsein in einem Innern für sich, sondern ist zuerst ein so und so sich Be-stim-men- und Stimmenlassen in der Stimmung. Die Stimmung ist gerade die Grundart, wie wir außerhalb unserer selbst sind. So aber sind wir wesenhaft und stets.

In all dem schwingt der Leibzustand, hebt uns mit über uns weg   oder läßt den Menschen sich in sich selbst verfangen und stumpf werden. Wir sind nicht zunächst »lebendig« und haben dann dazu noch eine Apparatur, genannt Leib, sondern wir leben, indem wir leiben. Dieses Leiben ist etwas wesentlich anderes als nur ein Behaftetsein mit einem Organismus. Das Meiste, was wir in der Naturwissenschaft vom Leib und seinem Leiben kennen, sind Feststellungen, bei denen der Leib zuvor zum bloßen Körper mißdeutet wird. Dabei läßt sich sehr viel finden, nur ist das Wesentliche und Bestimmende immer schon außerhalb des Blickes und des Griffes; das hinterherlaufende Suchen nach dem »Seelischen« zu dem vorher als Körper mißdeuteten Leib hat den Sachverhalt schon verkannt.


Ver online : NIETZSCHE I [GA6T1]