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Rausch

Rausch / embriaguez. O estado estético fundamental é a embriaguez que pode ser, por sua vez, uma embriaguez condicionada, disparada e promovida de maneiras diversas. [GA6T1MAC:78]

A pergunta fundamental de uma estética como fisiologia da arte – e isso significa como fisiologia do artista – precisa ter, com isso, por meta mostrar antes de mais nada aqueles estados na essência da natureza corporal e psíquica, isto é, vivente, nos quais o fazer e o ver artísticos se realizam como que naturalmente e conforme à natureza. Em meio à determinação do estado estético fundamental não nos manteremos inicialmente junto ao texto de A vontade de poder, mas junto ao que Nietzsche   diz em um dos últimos textos por ele mesmo publicados (O crepúsculo dos ídolos, 1888, VIII, 122). A passagem é a seguinte:

“Para a psicologia do artista. Para que haja a arte, para que haja um fazer e uma visualização estética, é incontornável uma precondição fisiológica: a embriaguez. A embriaguez precisa ter elevado primeiramente a excitabilidade de toda a máquina: senão não se chega à arte. Todos os modos mais diversamente condicionados da embriaguez ainda possuem a força para isso: antes de tudo, a embriaguez da excitação sexual, a mais antiga e originária forma de embriaguez. Do mesmo modo, a embriaguez que nasce como consequência de todo grande empenho do desejo, de toda e qualquer afecção forte; a embriaguez da festa, do combate, dos atos de bravura, da vitória, de todo e qualquer movimento extremo; a embriaguez da crueldade; a embriaguez na destruição; a embriaguez sob certas condições meteorológicas, por exemplo, a embriaguez primaveril; ou sob a influência de narcóticos; por fim, a embriaguez da vontade, a embriaguez de uma vontade acumulada e dilatada.”

Podemos resumir essas observações na sentença genérica: o estado estético fundamental é a embriaguez que pode ser, por sua vez, uma embriaguez condicionada, disparada e promovida de maneiras diversas. [GA6T1MAC:78]