Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA66:60 – humanização do homem

segunda-feira 19 de fevereiro de 2024

Casanova

Toda determinação da essência do homem está suspensa na questão: como é que concebemos o ente na totalidade ao qual o ente – chamado homem – está enquadrado? Assim, a tarefa de demarcação essencial desse ente é salva e transportada para uma interpretação do ente na totalidade já realizada ou pouquíssimo pensada em suas condições de realização. Contudo, se essa interpretação deve emergir de uma meditação, então se anuncia ao mesmo tempo como repercussão dessa meditação a questão: quem somos nós que determinamos aí justamente o ente na totalidade e o tomamos até mesmo por suficientemente determinado por meio de uma explicação a partir de uma causa suprema? Deste modo, a questão acerca do homem retorna uma vez mais. O problema é que ela se transformou ou se encontra à beira de uma transformação incontornável; incontornável com certeza apenas para a vontade de meditação. Se renunciamos a essa meditação, então tudo permanece em meio a uma oscilação infrutífera entre uma interpretação do ente na totalidade e uma interpretação do ente “particular”, que nós achamos conhecer como o homem.

Para a meditação, porém, emerge a experiência: o homem só pode determinar o ente na totalidade e a si mesmo como o ente que ele é com base no assinalamento à verdade do seer. O seer mesmo precisa ter se superapropriado do homem segundo o fundamento de sua essência para a verdade do seer. Somente este acontecimento apropriativo porta aquela clareira na qual o ente na totalidade e o homem podem se encontrar, a fim de medir o quão longe se encontram.

Se o homem se subtrai àquela meditação – e quem pretenderia detê-lo então ele se salva por fim na explicação de todo ente como um construto da “imaginação” humana; a antropomorfização do ente em geral é a primeira e última sabedoria: o antropologismo. E quanto mais livre se arroga a humanização do homem, [139] quanto mais exclusivamente o homem se explica a partir daquilo que se encontra nele situacionalmente presente à vista e previamente dado de maneira objetiva, a partir do animal como o animal racional que aparece, tanto mais incondicionada e tenazmente se afirma a antropomorfização do ente na totalidade.

A humanização do homem, contudo, é apenas a nuvem de poeira que segue o redemoinho da fuga velada e selvagem do homem ante a sua essência, uma fuga que porta a máscara de uma vitória, que se anuncia como libertação da completa e específica autodeterminação do animal “homem” e requisita a autoevidência como a característica de sua verdade.

A humanização do homem, porém, não é apenas o fundamento da antropomorfização do ente na totalidade, mas ao mesmo tempo a deificação do mundo. Nesta figura fatídica, o “antropologismo” alcança sua essência metafísica irrestrita.

Como é possível, no entanto, superar a humanização do homem? Somente a partir da decisão pela fundação da verdade do seer. Com ela, o homem não é apenas distinto como ente em relação a um ente. Ao contrário, ele também é transposto por ela na clareira do seer e reunido de antemão com o seer com base no acontecimento de uma apropriação do ser do homem pelo seer, uma apropriação que já aconteceu, mas que ainda não foi sondada de maneira fundamental.

Emad & Kalary

Every determination of man’s ownmost is tied up with the question, “How do we grasp ‘beings in the whole’ unto which the being called man is allocated?” The task of the fundamental delimitation of this being is thus rescued by delivering it over to an interpretation of ‘beings in the whole’ – an interpretation that is either already carried out or the conditions of whose enactment are hardly thought through. If this interpretation were to arise out of mindfulness, then immediately there arises the counter-question: “Who are ‘we’, who straightaway determine ‘beings in the whole’ and even assume the ‘beings in the whole’ to be sufficiently determined by an explanation in terms of a supreme cause?” Thus, the question concerning man comes back, except that this question is now either changed or is at the threshold of an unavoidable transformation – unavoidable, of course, only for the will to mindfulness. If we renounce this will, then everything remains within a barren back and forth between an interpretation of ‘beings in the whole’ and an interpretation of the “particular” being that we believe to know as man.

However, the experience to be mindful of is this: only on the basis of allottedness unto the truth of be-ing can man determine ‘beings in the whole’ and himself as the being that he is. Considering man’s ownmost ground, be-ing itself has to have ‘owned’ man ‘over’ unto the truth of be-ing. This en-owning alone yields that clearing wherein ‘beings in the whole’ and man can encounter each other in order to assess their remoteness.

If man evades that mindfulness – and who wants to prevent this? – then at the end he rescues himself into an explanation of all beings as a product of human “imagination”. In that case, ‘dis-humanization’ of beings in general is the first and last wisdom. And the more unconstrainedly the ‘dis-humanizing’ of man bears itself; the more exclusively he explains himself in terms of that which is neutrally extant and objectively found in him; the more he explains himself in terms of [G154] the animal which occurs as animal rationale, the more unconditionally and stubbornly ‘dis-humanization’ of ‘beings in the whole’ asserts itself.

However, devoid of any goal, the unbridled ‘dis-humanization’ of man is the cloud of dust that trails behind the hidden and reckless flight of man from his ownmost – a flight which flaunts the mask of a victory that proclaims a liberation of man for a total self-determination that accords with the species “man animal”, and claims self-evidence as designation for its truth.

‘Dis-humanization’ of man is not only the ground of ‘dis-humanization’ of ‘beings in the whole’, but also at the same time the ground of de-godding of the world. In this insidious gestalt, “anthropologism” obtains its illimitable metaphysical ownmost.

But how can the ‘dis-humanization’ of man be overcome? Only from out of the decision to ground the truth of be-ing. With this grounding not only will man be distinguished as a being from other beings, but he will be transferred into the clearing of be-ing and beforehand placed together with be-ing on the ground of an enownment of human being by be-ing that has already taken place, but not yet en-grounded.

Original

Jede Bestimmung des Wesens des Menschen hängt in der Frage: Wie begreifen wir das Seiende im Ganzen, dem das Seiende — genannt Mensch – eingeordnet ist? Die Aufgabe der Wesensumgrenzung dieses Seienden wird so hinübergerettet in eine schon vollzogene oder in ihren Vollzugsbedingungen kaum bedachte Auslegung des Seienden im Ganzen. Soll diese jedoch einer Besinnung entspringen, dann meldet sich sogleich als Rückschlag die Frage: wer sind »wir«, die wir da so geradezu das Seiende im Ganzen bestimmen und gar durch eine Erklärung aus einer obersten Ursache für hinreichend bestimmt halten? So kehrt die Frage nach dem Menschen wieder. Allein, sie hat sich gewandelt oder sie steht auf der Schwelle einer unausweichlichen Verwandlung; unausweichlich allerdings nur für den Willen zur Besinnung. Entsagen wir diesem, dann bleibt alles in dem fruchtlosen Hin und Her zwischen einer Deutung des Seienden im Ganzen und einer Auslegung des »besonderen« Seienden, das wir als den Menschen zu kennen meinen.

Für die Besinnung aber entspringt die Erfahrung: Der Mensch kann nur auf dem Grunde der Zugewiesenheit in die Wahrheit des Seyns das Seiende im Ganzen und sich selbst als das Seiende, das er ist, bestimmen. Das Seyn selbst muß den Menschen dem Wesensgrunde nach in die Wahrheit des Seyns übereignet haben. Dieses Er-eignis bringt allein jene Lichtung, in der das Seiende im Ganzen und der Mensch sich begegnen können, um ihre Ferne zu ermessen.

Entzieht sich der Mensch jener Besinnung – und wer will ihn davon zurückhalten —, dann rettet er sich zuletzt in die Erklärung alles Seienden als eines Gebildes menschlicher »Einbildung«; die Vermenschlichung des Seienden überhaupt ist die erste und letzte Weisheit: der Anthropologismus. Und je ungebundener die Vermenschung des Menschen sich gebärdet, je ausschließlicher der Mensch sich aus dem in ihm zuständlich Vorhandenen und gegenständlich Vorfindlichen erklärt, aus [154] dem Tier als dem vorkommenden animal rationale, um so bedingungsloser und hartnäckiger behauptet sich die Vermenschlichung des Seienden im Ganzen.

Die ungezügelte und jeglichen Zieles beraubte Vermenschung des Menschen ist jedoch nur die nach wirbelnde Staubwolke einer verborgenen wilden Flucht des Menschen vor seinem Wesen, welche Flucht die Maske eines Sieges zur Schau trägt, der sich als Befreiung zur völligen und artgemäßen Selbstbestimmung des Tieres »Mensch« verkündet und die Selbstverständlichkeit als das Kennzeichen seiner Wahrheit in Anspruch nimmt.

Die Vermenschung des Menschen ist aber nicht nur der Grund der Vermenschlichung des Seienden im Ganzen, sondern zugleich der Vergötterung der Welt. In dieser verfänglichen Gestalt erreicht der »Anthropologismus« sein uneingeschränktes metaphysisches Wesen.

Wie aber läßt sich die Vermenschung des Menschen überwinden? Nur aus der Entscheidung zur Gründung der Wahrheit des Seyns. Mit ihr wird der Mensch nicht nur als Seiendes gegen Seiendes unterschieden, sondern durch sie in die Lichtung des Seyns versetzt und mit diesem zuvor zusammengestellt auf dem Grunde einer schon geschehenen, aber noch nicht ergründeten Ereignung des Menschenwesens durch das Seyn.


Ver online : Besinnung [GA66]