Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA24:338 – Aristóteles foi o último grande filósofo

sexta-feira 23 de abril de 2021

Já acentuamos o fato de que, nas duas interpretações antigas levadas a termo por Aristóteles e Agostinho  , acha-se dito o essencial daquilo que pode ser dito no interior da compreensão vulgar do tempo. Comparativamente, as investigações de Aristóteles são por um lado conceitualmente mais rigorosas e mais fortes, enquanto Agostinho vê por outro lado de maneira mais originária algumas dimensões do fenômeno do tempo. Nenhuma tentativa de desvendar o enigma do tempo terá o direito de se dispensar de uma confrontação com Aristóteles, visto que ele deu pela primeira vez e por muito tempo uma forma conceitual inequívoca à compreensão vulgar de tempo, de tal modo que sua concepção de tempo corresponde ao conceito natural de tempo. Aristóteles foi o último grande filósofo a ter os olhos e ver, e, o que é ainda mais decisivo, a ter a energia e a tenacidade para impor sempre uma vez mais o caminho de volta aos fenômenos e ao visto e para desprezar fundamentalmente todas as especulações violentas e levianas, por mais adoradas que elas pudessem ser para o senso comum. [GA24  ; HEIDEGGER, Martin. Os problemas fundamentais da fenomenologia. Tr. Marco Antônio Casanova  . Petrópolis: Vozes, 2012, p. 338]


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