Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Ernildo Stein (2003:27-28) – Analítica Existencial e Antropologia Filosófica

segunda-feira 13 de novembro de 2023

No primeiro esforço de aproximação entre analítica existencial e Antropologia Filosófica procuramos estabelecer, em lugar de destaque, a ideia de compreensão do ser como elemento determinante do modo de ser-no-mundo do ser humano. Dessa primeira ideia decorrem então os dois teoremas de finitude: o círculo hermenêutico e a diferença ontológica. Temos, nestes dois pilares da Filosofia Hermenêutica, um novo modo de fundação e um novo modo de dar-se de todo ente. A diferença ontológica constitui o como (wie) tudo é acessível, vem ao encontro, mas ela mesma é inacessível ao pensamento objetificador. Todo nosso modo de pensar e conhecer o ente passa por aquilo que é sua condição de possibilidade. Mas esse todo, a dar-se nesse como (wie) [28] é articulado no enquanto (als), no algo enquanto algo da estrutura da compreensão que é o modo de ser do Dasein, a dimensão hermenêutica do círculo do hermenêutico. A articulação desses dois teoremas da finitude, que são os elementos determinantes presentes em todo conhecimento humano, constitui o modo de ser e o modo primeiro de conhecer do ser do Dasein. A Antropologia Filosófica, a partir da analítica existencial, encontra, nos dois teoremas da finitude, seu estatuto filosófico.

[STEIN, Ernildo. Nas proximidades da antropologia : ensaios e conferências filosóficas. Ijuí: Unijuí, 2003, p. 27-28]


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