Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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não-mais-presente

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Presença significa o constante permanecer que se endereça ao homem, que o alcança e é alcançado [Reichen e erreichen, dois termos com que Heidegger joga em toda a conferência, vêm traduzidos por "alcançar", que significa, ao mesmo tempo, a) chegar a, atingir (eneichen); b) estender (reichen). (N. do T.)] Mas de onde vem este alcançar que alcança, ao qual pertence o presente como presença, na medida em que há presença? Na verdade, o presentar de tudo que se presenta sempre aborda o homem, sem que ele atente propriamente nisto ao presentar como tal. Mas com a mesma freqüência, isto é, constantemente, também nos aborda o ausentar. De início aborda-nos de maneira tal que muita coisa não mais se presenta de forma que conhecemos do presentar, no sentido do presente. E, contudo, também este NÃO-MAIS-PRESENTE imediatamente em seu ausentar, a saber, ao modo do "que foi" e nos aborda. Este não desaparece do anterior agora, como o puramente passado. O que foi se presenta, entretanto, à sua maneira própria. No que foi é alcançado presentar. TEMPO E SER

Mas a partir de onde se determina agora a unidade das três dimensões do tempo autêntico, quer dizer, de seus três modos de alcançar o presentar que a cada um é próprio, sendo reciprocamente enviscerados? Já ouvimos: Tanto no advento do ainda-não-presente, como no que foi do NÃO-MAIS-PRESENTE, e, mesmo no próprio presente, sempre estão em jogo uma espécie de abordagem e um trazer para, isto é, presentar. Não podemos, evidentemente, atribuir este presentar, a ser assim pensado, a uma das três dimensões do tempo, a saber - o que parece óbvio - ao presente. Esta unidade das três dimensões repousa, muito antes, no proporcionar-se cada uma à outra. Este proporcionar-se mostra-se como o autêntico no alcançar que impera no que é próprio do tempo, portanto, como uma espécie de quarta dimensão - não apenas uma espécie, mas uma dimensão efetivamente real. TEMPO E SER

No tempo autêntico e seu espaço-se-tempo, mostrou-se o alcançar do que foi, portanto, do NÃO-MAIS-PRESENTE, a recusa deste. No alcançar do futuro, mostrou-se, portanto, do ainda-não-presente, a retenção deste. Recusa e retenção revelam o mesmo traço que a suspensão no destinar: a saber, o subtrair-se. TEMPO E SER