Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Safranski (HC:13-14) – ser-em-o-mundo

segunda-feira 17 de agosto de 2020

tradução

Heidegger não pretende expor as estruturas iniciais da consciência que determinam todos os processos de conhecimento. O conhecimento é, segundo Heidegger, uma determinada modificação de nosso ser-no-mundo-cotidiano. O conhecer - assim poderia ser formulada a essência de sua ontologia fundamental - não começa na vida real como conhecimento do conhecimento, mas nasce de trato com o mundo cotidiano e cuidadoso; um trato em que diferentes formas de ver ou "Sichten": Vorsicht   (ver prévio = cuidado, precaução), Umsicht (ver em torno - circunspecção, prudência), Hinsicht (dirigir ou fixar a vista = consideração, respeito), etc. O conhecimento científico é apenas uma forma altamente especializada de tal "Sichten". O começo do conhecimento está inscrito no âmbito e nos afazeres da vida cotidiana. A marcha até os "fundamentos" conduz Heidegger ao famoso "sempre-já" (immer schon  ). "Sempre" que o Dasein   ou ser-aí começa algo, tinha começado já. E começa com o seu ser-em-o-mundo, onde "sempre já" nos encontramos. O inicial é este ser-em-o-mundo. Para entender devidamente o significado deste elemento inicial, não há que começar nem pelo "objeto" - o mundo como tal, os objetos, a natureza, etc. -, nem pelo “sujeito” entendido como sujeito de conhecimento. A ontologia fundamental deve evitar incorrer na sempre tão fácil separação sujeito e objeto e na escolha de um ponto de partida "subjetivo" ou "objetivo". A análise do elementar e prévio ser-em, de nosso encontrar-nos-em, força Heidegger a fazer estranhas reviravoltas terminológicas. São suas famosas e temidas palavras compostas ligadas por hífens, autênticos monstros lexicais criados para designar estruturas impossíveis de decompor antes da separação entre sujeito e objeto. Alguns exemplos: "ser-em-o-mundo" (In-der-Welt-Sein  ) significa que o ser-aí não se confronta ao mundo, mas está "sempre já" nele. "ser com outros" (Mitsein   mit Anderen  ) significa que ser-aí se encontra sempre já com outros em situações comuns. "Anteceder-a-si-mismo" (Sich-vorweg-sein  ) significa que o ser-aí olha do ponto de vista do agora, não ocasionalmente, mas continuamente e com previsão, para o futuro. Em Heidegger, o ser-aí é como uma colônia de algas, não importa onde se a agarre: sempre a extrai inteira.

Joaquín Chamorro

Heidegger no pretende sacar a la luz las estructuras iniciales de la conciencia que determinan todos los procesos del conocimiento. El conocimiento es, según Heidegger, una determinada modificación de nuestro ser-en-el-mundo cotidiano. El conocer – así se podría formular la esencia de su ontología fundamental – no empieza en la vida real como conocimiento del conocimiento, sino que brota del Irato con el mundo cotidiano y cuidadoso·, un trato en el que se dan distintas formas de ver o «Sichten»: Vorsicht (ver previo = cuidado, precaución), Umsicht (ver en torno – circunspección, prudencia). Hinsicht (dirigir o fijar la vista = consideración. respeto), etc. El conocimiento científico no es sino una forma altamente especializada de tales «Sichten». El comienzo del conocimiento se inscribe en el ámbito y en los quehaceres de la vida cotidiana. La marcha hacia los «fundamentos» conduce a Heidegger al célebre «siempre-ya» (immer schon). «Siempre» que el Dasein o ser ahí comienza algo, ha comenzado «ya». Y comienza con su ser-en-el-mundo, donde «siempre ya» nos encontramos. Lo inicial es este ser-en-el-mundo. Para entender debidamente el significado de este elemenlo inicial no hay que empezar ni por el [14] «objeto» – el mundo como tal, los objetos, la naturaleza, etc. –, ni por el «sujeto» entendido como sujeto de conocimiento. La ontología fundamental debe evitar incurrir en la separación, siempre tan fácil, de sujeto y objeto y en la elección de un punto de partida o bien «subjetivo», o bien «objetivo». El análisis del elemental y previo ser-en, de nuestro encontrarnos-en, obliga a Heidegger a realizar extrañas torsiones terminológicas. Son sus famosas y temidas palabras compuestas unidas por guiones, auténticos monstruos léxicos creados para designar estructuras imposibles de descomponer previas a la separación de sujeto y objeto. Algunos ejemplos: «ser-en-el-mundo» (In-der-Welt  -Sein) significa que el ser-ahí no se enfrenta al mundo, sino que se encuentra «siempre ya» en él. «Ser con otros» (Mitsein mit Anderen) significa que el ser-ahí se encuentra siempre ya con otros en situaciones comunes. «Pre ser se» (Sich-vorweg-sein  ) significa que el ser mira desde el punto de vista del ahora, no ocasionalmente, sino continua y previsoramente, al futuro. En Heidegger, el ser-ahí es como una colonia de algas, no importa por dónde la agarre uno: siempre la extrae entera.

[Excerto de SAFRANSKI  , Rüdiger. Heidegger y el comenzar. Madrid: Círculo de Bellas Artes, 2006, p. ]


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