Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Pegoraro: A ipseidade do ser-no-mundo

quarta-feira 31 de maio de 2017

Ao criticar a concepção kantiana de eu, Heidegger explicita a concepção fenomenológica da ipseidade.

Kant  , conforme a interpretação heideggeriana  , considera o eu como a consciência que acompanha cada conceito. Portanto, o eu é o sujeito transcendental   do pensamento. O sujeito (ego  ) pensa seus pensamentos. Em suma, o eu kantiano significa "eu penso".

Na concepção fenomenológica da ipseidade, o cuidado é a unidade de todas as estruturas do ser-aí. Este existe unitariamente e totalmente em cada um dos modos e possibilidades de seu ser. O ser-aí é o eu que é sempre o mesmo.

Portanto, o eu (das Ich  ) "mantém unida (Zusammenhalten) a totalidade das estruturas do cuidado e do ser-no-mundo". Para Heidegger, o eu não é mais um "eu penso o pensamento", mas "eu penso alguma coisa". Isso mostra a familiaridade do eu com o mundo. O ser do eu é explicitado assim: "eu-sou-no-mundo".

Heidegger propõe assim uma interpretação original do eu ou da ipseidade. O ser-aí, enquanto eu, é explicitado como "eu-sou-no-mundo". A partir desse momento, o eu não se define mais como res cogitans   ou como animal racional. Mas a ipseidade se constitui por sua abertura ao mundo: é "eu-no-mundo". Enfim, o eu será apresentado como extaticidade em si e para si, que, temporalizando-se em três modos, caracteriza os modos de ser como existência, faticidade e queda. A ipseidade assim entendida existe sob o modo do tempo original. A imaginação transcendental desvela o eu como ser-aí essencialmente aberto a…; explicita o eu como "eu-sou-no-mundo" com outrem e no meio dos entes.


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