Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Nancy (1996:21) – "nós"

domingo 21 de janeiro de 2024

tradução do inglês

Digamos "nós" para todo o ente, isto é, para cada ente, para todos os entes um a um, cada vez no singular do seu plural essencial. A linguagem fala por todos e de todos: para todos, no seu lugar, no seu nome, incluindo aqueles que não têm nome. A linguagem diz o que há do mundo, da natureza, da história e da humanidade, e fala também por eles e em vista deles, a fim de conduzir aquele que fala, aquele através do qual a linguagem vem a ser e acontece ("homem"), a todo o ente, que não fala, mas que não deixa de ser — pedra, peixe, fibra, massa, fenda, bloco e respiração. O orador fala pelo mundo, o que significa que o orador fala para ele, em nome dele, para o tornar um "mundo". "Como tal, o falante está "no seu lugar" e "segundo a sua medida o falante ocorre como seu representante, mas também, ao mesmo tempo (e isto tem todos os valores de pro em latim), em antecipação a ele, antes dele, exposto a ele como à sua própria consideração mais íntima. A linguagem diz o mundo; isto é, perde-se nele e expõe como "em si mesmo se trata de se perder para ser dele, com ele, para ser o seu sentido — que é todo o sentido.

Richardson & O’Byrne

(Let us say we for all being, that is, for every being, for all beings one by one, each time in the singular of their essential plural. Language speaks for all and of all: for all, in their place, in their name, including those who may not   have a name. Language says what there is of the world, nature, history and humanity, and it also speaks for them as well as in view of them, in order to lead the one who speaks, the one through whom language comes to be and happens (”man “), to all of being, which does not speak but which is nevertheless—stone, fish, fiber, dough, crack, block, and breath. The speaker speaks for the world, which means the speaker speaks to it, on behalf of it, in orderte make it a “world. “As such, the speaker is “in its place” and “according to its measure the speaker occurs as its representative but also, at the same time (and this has all the values of pro in Latin), in anticipation of it, before it, exposed to it as to its own most intimate consideration. Language says the world; that is, it loses itself in it and exposes how “in itself it is a question of losing oneself in order to be of it, with it, to be its meaning—which is all meaning)

Original

(Disant nous pour tout l’étant, c’est-à-dire pour tout étant, pour tous les étants un par un, chaque fois au singulier de leur pluriel essentiel. Pour tous, à leur place, en leur nom — y compris ceux qui n’ont peut-être pas de nom —, le langage parle pour tous et de tous, il dit ce qu’il en est du monde, nature, histoire et homme, et aussi il parle pour eux comme en vue d’eux, pour mener celui qui parle, celui par qui le langage arrive et passe (« l’homme ») vers ce tout de l’étant qui ne parle pas mais qui n’en est pas moins — pierre, poisson, fibre, pâte et fissure, bloc et souffle. Le parlant parle pour le monde, ce qui veut dire vers lui, en direction de lui, en faveur de lui, donc afin de le faire « monde », et ainsi « à sa place », et « à sa mesure », comme son représentant, mais aussi, du même coup (toutes les valeurs du pro latin), au-devant de lui, devant lui, exposé à lui comme à sa plus propre et plus intime considération. Le langage dit le monde, c’est-à-dire se perd en lui, et expose comment « en lui » il s’agit de se perdre pour être de lui, avec lui, pour être de son sens qui est tout le sens).

[NANCY  , Jean-Luc. Être singulier pluriel. Paris: Galilée, 1996]


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