Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Milet (2000:52-53) – a técnica moderna

quarta-feira 15 de junho de 2016

Nossa tradução

Existe outra essência da técnica? A determinação da essência da técnica como poiesis  , fundada no desvelamento, vale apenas para os gregos? Ela deixa de ser verdadeira para a técnica moderna?

"Diz-se que a técnica moderna é diferente de todas as do passado, a ponto de não poder lhes ser comparada, porque é fundada sobre a moderna e exata ciência da natureza. Nesse meio tempo, ficou claro que o inverso também é verdadeiro: a física moderna, como um experimento, depende de equipamento técnico e está ligada ao progresso na construção do aparato. Essa relação recíproca da técnica e da física é muito exata; mas a constatação que dela é feita permanece uma simples constatação histórica dos fatos e nada nos diz do fundamento dessa relação recíproca. A questão decisiva permanece portanto: qual é então a essência da técnica moderna para que essa possa se dar conta de utilizar as ciências exatas da natureza? " [GA7  ]

As ciências exatas se apresentam sob a forma de teorias matematizadas. O que quer dizer "matemático" deverá fazer o objeto de um exame separado. É a caracterização da técnica moderna que deverá conduzir a destacar seu traço propriamente "matemático". Ora, a questão decisiva, Heidegger responderá em dois tempos. Deve-se respeitar o ritmo e a métrica da análise, se se quiser apreender o que está em jogo: o risco não é cair na armadilha da explicação do texto linear, mas de passar ao largo do essencial.

A essência da técnica moderna aparece então como 1. pró-vocação; 2. como arrazoamento.

Original

Y a-t-il une autre essence de la technique ? La détermination de l’essence de la technique comme poiesis, fondée dans le dévoilement, ne vaut-elle que pour les Grecs ? Cesse-t-elle d’être vraie de la technique moderne ?

«On dit que la technique moderne est différente de toutes celles d’autrefois, au point de ne pouvoir leur être comparée, parce qu’elle est fondée sur la science moderne, exacte, de la nature. Entre temps, on a vu clairement que l’inverse aussi était vrai : la physique moderne, en tant qu’expérimentale, dépend d’un matériel technique, et est liée au progrès de la construction des appareils. Cette relation réciproque de la technique et de la physique est bien exacte ; mais la constatation qui en est faite demeure une simple constatation historique de faits et elle ne nous dit rien du fondement de cette relation réciproque. La question décisive demeure pourtant : quelle est donc l’essence de la technique moderne pour que celle-ci puisse s’aviser d’utiliser les sciences exactes de la nature ? »

Les sciences exactes se présentent sous la forme de théories mathématisées. Ce que veut dire «mathématique» devra faire l’objet d’un examen séparé. C’est la caractérisation de la technique moderne qui devra conduire à dégager son trait proprement «mathématique». Or, à la question décisive, Heidegger répondra en deux temps. Il faut respecter le rythme et les scansions de l’analyse si l’on veut en saisir les enjeux : le risque n’est pas de tomber dans le piège de l’explication de texte linéaire, mais de passer à côté de l’essentiel.

L’essence de la technique moderne apparaît donc 1. comme pro-vocation ; 2. comme arraisonnement. (MILET  , 2000, p. 52-53)


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