Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Fenomenologia > Kierkegaard (Parábolas) – a carta ilegível

Kierkegaard (Parábolas) – a carta ilegível

sábado 8 de outubro de 2022

A que devemos comparar o pathos   da solidão de luto?

Se um homem possuísse uma carta que ele sabia, ou acreditava, continha informações sobre o que ele deveria considerar como a felicidade de sua vida, mas a escrita era pálida e fina, quase ilegível — então ele a leria com inquieta ansiedade e com toda a paixão possível, em um momento recebendo um significado, no seguinte outro, dependendo de sua crença de que, tendo distinguido uma palavra com certeza, ele poderia interpretar o resto; mas ele nunca chegaria a nada além da mesma incerteza com que começou. Ele olhava cada vez mais ansioso, mas quanto mais ele olhava, menos ele veria. Seus olhos às vezes se enchiam de lágrimas; mas quanto mais isso acontecesse, menos ele veria. Com o passar do tempo, a escrita se tornaria mais fraca e mais ilegível, até que finalmente o próprio papel se desmancharia e nada lhe restaria, exceto as lágrimas em seus olhos.

[“A” in Either/Or, I, p. 188 (SF II176)]


Ver online : Søren Kierkegaard