Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA65:7 – transcendência

GA65:7 – transcendência

segunda-feira 22 de maio de 2023

Casanova

Se falamos de deus e de deuses, pensamos segundo um longo hábito da representação sob a forma que é indicada pelo nome que, naturalmente, já diz nele mesmo muitas coisas, o nome de “transcendência”. Tem-se em vista com a “transcendência” algo tal que ultrapassa o ente presente à vista e, entre esse ente, sobretudo o homem. Mesmo lá, onde modos particulares do que ultrapassa e do que é ultrapassado são negados, esse modo de pensar ele mesmo não se deixa de qualquer modo negar. De acordo com ele, é possível até mesmo conquistar uma visão panorâmica sobre as “visões de mundo” atuais:

1. O transcendente (de maneira inexata também chamado de “a transcendência”) é o Deus do Cristianismo.

2. Essa “transcendência” é negada e o próprio “povo” – bastante indeterminado em sua essência – é estabelecido como meta e finalidade de toda a história. Essa “visão de mundo” anticristã é apenas aparentemente não cristã; pois ela concorda, de qualquer forma, no essencial com aquele modo de pensar, que caracteriza o “liberalismo”.

3. O transcendente é aqui uma “ideia” ou “valores” ou um “sentido”, algo pelo que nem se vive, nem se morre, mas que deve se realizar por meio da “cultura”. [28]

4. A cada vez duas dessas transcendências – ideias populistas e Cristianismo, ou ideias populistas e política cultural, ou Cristianismo e cultura – ou, contudo, todas as três encontram-se misturadas em diversos graus de determinação. E esse construto misto é a “visão de mundo” hoje mediana e predominante, na qual tudo é também visado e nada mais pode chegar a uma decisão.

Por mais diversa, porém, que sejam essas visões de mundo e por mais violentamente que elas se combatam velada ou abertamente – se é que o chafurdar no não decidido ainda tem o direito de ser chamado de luta –, todas elas concordam em um primeiro momento, sem que o saibam e sem refletir sobre isso, quanto ao fato de que o homem é estabelecido como aquilo que já se conhece em sua essência, como o ente, com vistas ao qual e a partir do qual toda e qualquer “transcendência” é determinada e, em verdade, como aquilo que o homem deve determinar. Mas isso se tornou fundamentalmente impossível, porque o homem já é fixado em sua determinabilidade, ao invés de determiná-lo para aquilo que precisa ser tres-loucado a partir da fixação até aqui, para assim ser afinado pela primeira vez com vistas à determinabilidade.

Muñoz

Si se habla de Dios y de los dioses, pensamos, conforme a un largo hábito del representar, en la forma que muy tempranamente aún sigue mostrándonos la palabra “trascendencia”, la que por cierto incluso tiene ya múltiples sentidos. Se mienta algo que sobrepasa a los entes allí presentes y, entre éstos, sobre todo al hombre. También allí donde se niegan modos particulares de lo trascendente y del trascender, no se deja negar empero este mismo modo de pensar. Según éste, incluso, puede obtenerse fácilmente un panorama de las “concepciones del mundo” de hoy:

1. Lo trascendente (llamado también, inexactamente, “la trascendencia”) es el Dios del cristianismo.

2. Esta “trascendencia” es negada y el “pueblo” mismo — bastante indeterminado en su esencia — es puesto como meta y finalidad de toda historia. Esta “concepción del mundo” anticristiana es sólo aparentemente no cristiana; pues coincide en lo esencial [24], sin embargo, con aquel modo de pensar que caracteriza al liberalismo.

3. Lo trascendente es aquí una “idea  ” o un “valor” o un “sentido”, algo por lo cual no se puede vivir o morir, pero que debe ser realizado a través de la “cultura”.

4. Cada pareja de estas trascendencias — ideas de pueblo y cristianismo, o ideas de pueblo y política cultural, o cristianismo y cultura — o también las mismas tres son mezcladas en grados diversos de determinación. Y este híbrido [Mischgebilde] es la “concepción del mundo” hoy predominante y medianera, en la cual también está todo junto implicado y ya nada puede llegar a ser decidido.

Por muy diferentes que sean ahora estas “concepciones del mundo” y por vehementemente que se combatan abierta u ocultamente — si el intrigante afanarse en lo indeciso pueda llamarse lucha todavía —, todas ellas coinciden, ante todo, sin saberlo ni pensarlo, en que el hombre es puesto como aquello que ya se conoce en su esencia, como el ente con respecto al cual y desde el cual se define toda “trascendencia”, y precisamente como aquello mismo que primeramente debe determinar al hombre. Pero esto se ha vuelto en el fondo imposible, porque el hombre ya ha sido establecido firmemente en su determinabilidad, en lugar de determinarlo en vistas de aquello que tiene que ser dis-locado [ver-rückt], sacado fuera de la forma establecida hasta ahora, para ser, de ese modo, ante todo, atemperado y definido en una determinabilidad.

Iadicicco

Quando si parla di Dio e degli dèi, secondo una rappresentazione da lungo tempo abituale, pensiamo in quella forma indicata, meglio che da altri nomi, da quello già di per sé ambiguo di «trascendenza». Con essa si intende ciò che è tale da innalzarsi al di là degli enti lì presenti e, tra questi, soprattutto dell’uomo. Anche laddove siano negati certi particolari modi   del trascendente e del trascendere, non è tuttavia possibile rinnegare questo modo di pensare come tale. In base a esso si può anzi facilmente ottenere una prospettiva d’insieme sulle odierne «visioni del mondo»:

1. Il trascendente (imprecisamente chiamato anche «la trascendenza») è il Dio del cristianesimo.

2. Questa «trascendenza» viene negata e si postula che il «popolo» stesso – alquanto indeterminato nella sua essenza – sia meta e scopo di tutta la storia. Tale «visione anticristiana del mondo» è solo apparentemente non cristiana; essa converge infatti essenzialmente con quel modo di pensare che caratterizza il «liberalismo».

3. Il trascendente è qui un’«idea» o dei   «valori» o un «senso», non qualcosa per cui si viva o si muoia, ma qualcosa che deve realizzarsi nella «cultura».

4. A due alla volta, poi, queste trascendenze – idee   di popolo e cristianesimo, oppure idee di popolo e politica della cultura, oppure cristianesimo e cultura – o tutte e tre insieme, vengono combinate tra loro in diverse proporzioni. E tale immagine composita è la «visione del mondo» oggi media e dominante, in base alla quale ci si fa un’opinione di tutto e nulla può più essere deciso.

Per quanto diverse siano queste «visioni del mondo» e per quanto grande sia la violenza con cui, apertamente o nascostamente, si combattono tra loro – sempre che possa ancora chiamarsi lotta questo vagare nell’indeciso –, tutte dapprima si trovano d’accordo, senza saperlo e senza pensarci, sul fatto che l’uomo sia già noto nella sua essenza come l’ente in relazione e in base al quale si determina ogni «trascendenza», e precisamente come l’istanza stessa che deve a sua volta determinare l’uomo. Ma ciò è reso fondamentalmente impossibile perché l’uomo è già fissato nella sua determinabilità, anziché essere determinato come ciò che deve essere spostato (ver-rückt) da quanto è stato finora stabilito per poter solo allora essere disposto a una determinabilità.

Emad & Maly

When we speak of god and gods, we think—according to a longstanding habit of representation—in that form which still indicates primarily and above all the multi-faceted name of "transcendence." By this term one means that which transcends extant beings, including especially human beings. Even where particular ways of transcending and of transcendence are denied, still this way of thinking itself cannot be denied. With this way of thinking one can easily gain an overview of today’s "worldviews":

1. The transcendent one (also imprecisely called "transcendence") is the God of Christianity.

2. This "transcendence" is denied and replaced by the "people" itself—however undetermined the latter is in its way of being—as goal and direction for all history. This counter-Christian "worldview" is only apparently unchristian; for it is essentially in agreement with that way of thinking that is called "liberalism."

3. The transcendent that is meant here is an "idea" or a "value" or a "meaning," something for which one does not   put one’s life on the line, but which is to be realized through "culture."

4. Any two of these meanings of the transcendent—peoples’ ideas and Christianity or peoples’ ideas and a culture-oriented politics or Christianity and culture —or all three of these couplings are mixed up in various degrees of definitiveness. And this mixed product is what is today the average and dominant "worldview," which intends everything but can no longer make a decision about anything.

As varied as these "worldviews" are and as vehemently as they openly or covertly attack one another—if one can still call spinning around in what is undecided an "attack" —these "worldviews," unbeknownst and without thinking, all agree that what is ownmost to man is already known—man as that being unto and from which every [19] "transcendence" is determined and indeed as that which in the end primarily determines man. But this has become fundamentally impossible, because in his determinability man has already been established, instead of determining him as that which needs to be dis-placed from out of his hitherto accepted determination, in order first to be attuned to a determinability.

Original

Wenn von Gott   und den Göttern gesagt wird, denken   wir nach langer Gewohnheit des Vorstellens in der Form, die noch am ehesten der freilich selbst   schon vielmeinende Name »Transzendenz  « anzeigt. Man meint Solches, was das vorhandene Seiende   und unter diesem zumal den Menschen übersteigt. Auch dort, wo besondere Weisen   des Übersteigenden und des Überstiegs geleugnet werden  , läßt sich diese Denkweise selbst doch nicht   verleugnen. Nach ihr läßt sich sogar leicht   ein Überblick über die heutigen »Weltanschauungen« gewinnen:

1. Das Transzendente (ungenau auch »die Transzendenz« genannt) ist der Gott des Christentums.

2. Diese »Transzendenz« wird geleugnet und das »Volk  « selbst — imbestimmt genug in seinem Wesen   — als Ziel und Zweck aller Geschichte   angesetzt. Diese gegenchristliche »Weltanschauung  « ist nur scheinbar unchristlich; denn sie kommt im [25] Wesentlichen dennoch überein mit jener Denkart, die den »Liberalismus« kennzeichnet.

3. Das Transzendente ist hier eine »Idee« oder »Werte  « oder ein »Sinn  «, solches, wofür   sich nicht leben   und nicht sterben   läßt, was aber durch »Kultur  « sich verwirklichen soll.

4. Je zwei dieser Transzendenzen — völkische Ideen und Christentum, oder völkische Ideen und Kulturpolitik, oder Christentum und Kultur — oder aber alle drei werden in verschiedenen Graden der Bestimmtheit   gemischt. Und dieses Mischgebilde ist die heute   durchschnittliche und vorherrschende »Weltanschauung«, in der alles auch gemeint ist und nichts mehr zur Entscheidung   kommen   kann.

So verschieden mm diese »Weltanschauungen« sind und so heftig sie sich offen   oder versteckt bekämpfen — wenn das Sich-umtreiben im Unentschiedenen noch ein Kampf   genannt werden darf —, alle kommen sie zuerst und, ohne es zu wissen   und zu bedenken, darin überein, daß   der Mensch   angesetzt wird als das, was man in seinem Wesen schon kennt, als das Seiende, auf   das zu und von dem her jede »Transzendenz« bestimmt wird und zwar als das, was doch selbst den Menschen erst bestimmen soll. Aber dies ist von Grund   aus unmöglich gemacht, weil der Mensch in seiner Bestimmbarkeit schon festgelegt ist, statt ihn zu jenem zu bestimmen, was aus der bisherigen Festlegung ver-rückt werden muß, um so erst auf eine Bestimmbarkeit gestimmt zu werden.


Ver online : Beiträge zur Philosophie [GA65]