Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA65:51 – vontade

GA65:51 – vontade

segunda-feira 28 de setembro de 2020

tradução do inglês

Vamos falar da era da completa ausência de questionamento, uma era cuja extensão temporal   se estende para trás e para frente, muito além do que acontece hoje. Nesta época, nada de essencial - supondo que essa determinação ainda faça sentido - é impossível ou inacessível. Tudo “é feito” e “pode ser feito”, se apenas a “vontade” para isso for convocada. No entanto, o que desde o início não é reconhecido e nem um pouco questionado é que essa “vontade” é precisamente o que de antemão já postulou e reduziu o que pode ser possível e especialmente o que pode ser necessário. Pois, esta vontade que faz tudo se comprometeu antecipadamente com a maquinação, ou seja, com a interpretação dos entes como representáveis e representados. Representável significa, por um lado, acessível em opinião   e cálculo e, por outro lado, proporcionável em produção e implementação. Tudo isto é pensado com base no fato de que os entes como tais são os representados, e apenas o representado é um ente. O que parece se opor e limitar a maquinação é, para a maquinação ela mesma, meramente material para trabalho posterior, um ímpeto para o progresso e uma oportunidade para expansão e aumento. Dentro da maquinação, não há nada digno de questionamento, nada que pudesse ser considerado digno através de questionamento como tal, único considerado digno e, portanto, iluminado e elevado à verdade. [GA65  :§51; GA65RV]

Casanova

O que é dito seria sobre a era da completa inquestionabilidade, que estende seu espaço de tempo subtemporalmente para além do atual de volta e muito para a frente. Nessa era, nada essencial – caso essa determinação em geral ainda tenha um sentido – é mais impossível ou inacessível. Tudo “é feito” e “se deixa fazer”, contanto que se tenha a “vontade” para tanto. O fato, porém, de ser precisamente essa “vontade”, que já estabeleceu e degradou de antemão aquilo que pode ser possível e, antes de tudo, necessário, já é de antemão desconhecido e deixado fora de toda e qualquer questão. Pois essa vontade, que faz tudo, se prescreveu de antemão a maquinação, aquela interpretação do ente como o re-presentável e re-presentado. Re-presentável significa por um lado: acessível no visar e no calcular; e significa, então: passível de ser trazido à tona na pro-dução e na execução. [107] Tudo isso, porém, pensado a partir do fundamento: o ente enquanto tal é o re-presentado, e apenas o representado é ente. O que estabelece aparentemente uma resistência e um limite para a maquinação é, para ela, apenas a matéria prima para o trabalho ulterior e o impulso para o progresso, a ocasião para a extensão e a ampliação. No interior da maquinação, não há nada digno de questão, algo tal que pudesse ser honrado enquanto tal e honrado sozinho, e, com isso, iluminado e elevado ao nível da verdade. [ibid.; GA65PT]

Dina Picotti

Sea dicho de la época de la plena carencia de cuestionabilidad, que extiende su espacio-tiempo intertemporalmen-te más allá de lo actual, ampliamente hacia atrás y hacia adelante. En esta época, nada esencial – en caso de que la determinación tenga todavía algún sentido – es ya imposible e inalcanzable. Todo es “hecho” y “se deja hacer” cuando sólo se pone la “voluntad” en ello. Pero que esta “voluntad” sea justo la que previamente ya ha fijado y rebajado lo que puede ser posible y ante todo necesario, es por adelantado desconocido y dejado fuera de toda pregunta. Pues esta voluntad, que hace todo, se ha entregado por adelantado a la maquinación de aquella interpretación 109 del ente como re-presentable y re-presentado. Re-presentable significa por una parte: accesible al opinar y calcular; y significa luego: formula-ble en la producción y ejecución. Pero todo ello pensado desde el fundamento: el ente como tal es lo re-presentado y sólo lo representado está siendo. Lo que aparentemente pone una resistencia y un límite a la maquinación, es para ella sólo el material de ulterior trabajo y el impulso al progreso, la ocasión de extensión y engrandecimiento. Al interior de la maquinación no hay nada digno-de ser cuestionado, tal que a través del preguntar pudiera ser dignificado y sólo dignificado y con ello alumbrado y elevado a la verdad. [ibid; GA65DPC]

Rojcewicz & Vallega-Neu

Let us speak of the age of the complete absence of questioning, an age whose temporal span stretches beneath time backward and forward far beyond what happens today. In this age, nothing essential – supposing this determination still makes sense – is any longer impossible or inaccessible. Everything “is made” and “can be made,” if only the “will” to it is summoned up. Yet what is from the start unrecognized and not   in the least questioned is that this “will” is precisely what has in advance already posited and reduced that which may be possible and especially that which may be necessary. For, this will which makes everything has in advance pledged itself to machination, i.e., to that interpretation   of beings as representable and represented. Representable means, on the one hand  , accessible in opinion and calculation and, on the other hand, providable in production and implementation. All this is thought on the grounds that beings as such are the represented, and only the represented is a being. What seems to oppose and limit machination is, for machination itself, merely material for further work, an impetus to progress, and an opportunity for expansion and augmentation. Within machination, there is nothing question-worthy, nothing that could be deemed worthy through questioning as such, alone deemed worthy and thereby illuminated and raised into truth. [ibid.; GA65RV]

Fédier

En fait, ce qui est dit, c’est l’époque qui étend souterrai-nement son espace de temps par-dessus l’aujourd’hui, bien en deçà en arrière et bien loin en avant. En cette époque-là plus rien d’essentiel – au cas où d’abord cette détermination aurait encore un sens – n’est impossible ni inaccessible. Tout est « à fabriquer » et « peut être fabriqué », il suffit pour cela d’en mobiliser la «volonté». Mais le fait que cette «volonté» soit cela qui, d’avance, a déjà posé – mais en l’établissant au plus bas niveau – tout ce qu’il est permis de prendre pour possible et avant tout pour nécessaire, ce fait est d’emblée méconnu et ne fait plus du tout question. Cette volonté en effet, qui fabrique tout, s’est d’emblée livrée corps et âme à la fabrication, cette interprétation de l’étant comme ce qui est par avance [109] représentable et par avance représenté. Représentable par avance signifie d’abord : accessible à l’opinion et à la computation ; et cela signifie ensuite : ce que l’on peut dès l’abord se proposer dans la façon de faire venir à être quoi que soit en suivant un plan de réalisation. Tout cela en le pensant à partir de son fond : l’étant en tant que tel est ce qui est au préalable représenté, et seul ce qui peut être au préalable représenté est étant. Ce qui apparemment oppose à la fabrication une résistance et une limite n’est pour elle que matière à surcroît de travail et aiguillon pour progresser, une occasion pour s’étendre et s’agrandir. Au sein   de la fabrication, rien qui soit digne de question, qui puisse être dignefié par le questionnement en tant que tel et uniquement par lui, et ainsi allégi et élevé à la vérité. [GA65FR]

Original

Gesagt sei vom Zeitalter der völligen Fraglosigkeit, das seinen Zeitraum unterzeitlich über das Heutige hinaus weit zurück und weit nach vorne erstreckt. In diesem Zeitalter ist nichts   Wesentliches – falls diese Bestimmung   überhaupt noch einen Sinn   hat – mehr unmöglich und unzugänglich. Alles »wird gemacht« und »läßt sich machen  «, wenn man nur den »Willen« dazu   auf   bringt. Daß   aber dieser »Wille  « es gerade ist, der im voraus schon gesetzt und herabgesetzt hat, was möglich und vor allem notwendig sein darf, wird schon im voraus verkannt und außer jeder Frage   gelassen. Denn dieser Wille, der alles macht, hat sich im voraus der Machenschaft   verschrieben, jener Auslegung des Seienden   als des [109] Vor-stellbaren und Vor-gestellten. Vor-stellbar heißt einmal: zugänglich im Meinen und Rechnen  ; und heißt dann  : vorbringbar in der Her-stellung   und Durchführung. Dies alles aber aus dem Grunde gedacht: das Seiende als solches   ist das Vor-gesteilte, und nur das Vorgestellte ist seiend. Was der Machenschaft scheinbar einen Widerstand   und eine Grenze   setzt, ist für sie nur der Stoff zur weiteren Arbeit   und der Anstoß   in den Fortschritt  , die Gelegenheit   zur Ausdehnung   und Vergrößerung. Innerhalb   der Machenschaft gibt es nichts Frag-würdiges, solches, was durch das Fragen als solches gewürdigt und allein gewürdigt und damit gelichtet und in die Wahrheit   gehoben   werden   könnte. [GA65:51]


Ver online : Contributions to Philosophy (Of the Event)