Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA54:31-32 – significações fundamentais das palavras

quarta-feira 19 de julho de 2017

Wrublevski

Na tentativa de sondar as significações fundamentais das palavras e das palavras fundamentais, frequentemente nos deixamos orientar por representações inadequadas acerca da linguagem em geral, o que contribui para os juízos correntes e equivocados sobre a pesquisa em relação aos significados fundamentais. Não devemos pensar que as palavras fundamentais de uma linguagem possuiriam, originariamente, um significado fundamental puro e este viria a se perder e desfigurar com o passar do tempo. O significado fundamental e proveniente da raiz permanece, nesta perspectiva, oculto, e aparece somente nas assim chamadas “derivações”. Mas esta teoria já nos conduz a uma errância, pois pressupõe, justamente, que existiria em si o “puro significado fundamental”, do qual, então, outros significados seriam “derivados”. Essas representações errôneas, que [40] dominam ainda hoje nas ciências da linguagem, têm sua origem no fato de que a primeira reflexão sobre a linguagem, sobre a gramática grega, tenha se desenvolvido sob a guia da “lógica”, isto é, da teoria das sentenças declarativas, como teoria de proposições. De acordo com essa teoria, proposições são formadas de palavras, e as palavras designam “conceitos”. Estes últimos indicam o que é representado “em geral” na palavra. Este “geral” do conceito é, portanto, considerado como “o significado fundamental”. As “derivações” são particularizações do geral.

Quando, porém, em nossa investigação buscamos pensar o significado fundamental, somos guiados por uma compreensão completamente diversa da palavra e da linguagem. Entender que operamos uma, assim chamada, “filosofia de palavras”, a qual elabora cada coisa a partir do mero significado verbal, é, certamente, não apenas uma opinião   muito cômoda, mas, também, uma visão muito superficial, de tal modo que não pode ser caracterizada senão como opinião falsa. O que chamamos de significado fundamental das palavras é o seu originário, que não aparece primeiro, mas por último, e que, também, nunca se mostra como uma formação separada, um exemplar que poderíamos representar como algo em si mesmo. O assim chamado significado fundamental vige escondido em todos os modos de dizer da respectiva palavra fundamental.

Schuwer & Rojcewicz

In the attempt to trace the basic meanings of words and word-forms we are often guided, of course, by inadequate ideas of language in general, which then contribute to the current misjudgments about the very inquiry into basic meanings. We are wrong to think that the word-forms of a language originally possessed the pure basic meaning, which then got lost with the passage of time and became distorted. The basic and root meaning, on this view, remains quite hidden and only appears in the so-called "derivations." But this theory already leads us astray, for it presupposes that there would exist somewhere the "pure basic meaning" in itself, from which then other meanings would be "derived." These erroneous ideas, reigning supreme in linguistics even today, originate in the circumstance that the first reflection on language, Greek grammatics, was developed under the guiding lines of "logic," i.e., the theory of declarative assertions, propositional theory. Accordingly, propositions are composed out of words, and the latter denote "concepts." These indicate what is represented "in general" in the word. This "general" of the concept is then considered to be the "basic meaning." And the "derivations" are particularizations of the general.

Even though our thoughtful inquiry is aiming here at a basic meaning, we are nevertheless guided by an entirely different conception of the word and of language. To claim we are involved in a so-called "word-philosophy," which sorts out everything from mere verbal meanings, is admittedly very convenient, but it is also such a superficial view it does not   even deserve to be labeled false. What we are calling the basic meaning of words is their beginning, which does not appear at first, but at last  , and even then never as a detached formation, a specimen we could represent as something for itself. The so-called basic meaning holds sway in a veiled manner in all the modes of saying the respective word. (p. 21)

Original

Beim Versuch  , den Grundbedeutungen der Wörter und Worte nachzuspüren, leiten   uns allerdings nicht   selten unzureichende Vorstellungen von der Sprache   überhaupt, woraus dann   geläufige Fehlurteile über das Fragen   nach den Grundbedeutungen entstehen  . Wir dürfen nicht meinen, die Wörter einer Sprache besäßen ursprünglich   die reine Grundbedeutung   und diese ginge mit der Zeit   verloren und werde verunstaltet. Die Grund  - und Wurzelbedeutung bleibt gerade verborgen   und erscheint nur in dem, was man die »Ableitungen« nennt. Aber diese Bezeichnung führt schon irre  , weil sie eben voraussetzt, es gäbe irgendwo für sich die »reine Grundbedeutung«, aus der anderes dann »abgeleitet  « wird. Diese irrigen Vorstellungen, die auch heute   noch die Sprachwissenschaft beherrschen, haben   ihren Ursprung darin, daß   die erste Besinnung über die Sprache, die griechische Grammatik, am Leitfaden der »Logik  «, d. h. der Lehre vom Sagen der Aussagen  , als Satzlehre entfaltet wurde. Sätze sind darnach aus Wörtern zusammengesetzt, und die Wörter bezeichnen »Begriffe«. Diese geben an, was beim Wort   »im allgemeinen« vorgestellt wird. Dieses »Allgemeine« des Begriffes sieht man dann als »die Grundbedeutung« an. Die »Ableitungen« sind Besonderungen des Allgemeinen.

Doch wenn wir bei   unserem Fragen auf   die Grundbedeutung hindenken, bleibt eine ganz andere   Auffassung   des Wortes und der Sprache leitend. Zu meinen, wir betrieben eine sogenannte »Wortphilosophie«, die alles aus bloßen Wortbedeutungen herausklaubt, ist freilich eine sehr bequeme Meinung, aber auch eine so oberflächliche, daß sie nicht einmal [32] mehr als falsche Meinung bezeichnet werden   kann. Was wir die Grundbedeutung der Wörter nennen, ist ihr Anfängliches, was nicht zuerst, sondern zuletzt erscheint, und auch dann nie als ein abgelöstes und präpariertes Gebilde, das wir für sich vorstellen   könnten. Die sogenannte Grundbedeutung waltet verhüllt in allen Sageweisen der jeweiligen Worte. (p. 31-32)


Ver online : Parmenides [GA54]