Ernst Benz (Romantismo:12-13) – Boehme e Baader

Foi Franz von Baader   novamente quem descobriu a teosofia de Jacob Boehme na Alemanha, ao mesmo tempo que Saint-Martin. Ele considerou como sua missão pessoal reintroduzir a filosofia especulativa de Jacob Boehme na filosofia natural e religiosa de seu tempo. Em suas próprias relações com Boehme, ele passou por uma verdadeira conversão. Após sua primeira descoberta da obra de Jacob Boehme, em sua juventude, ele ficou tão enojado com a leitura que acabou jogando o volume contra a parede de seu escritório com um grito de horror. Mais tarde, o “filósofo teutônico”, inicialmente desprezado e maltratado, tornou-se leitura favorita. Ele deu inúmeras palestras sobre Jacob Boehme e preparou uma edição de suas obras, com uma introdução geral às suas ideias e com notas sublinhando a importância atual de sua filosofia, tudo com a intenção de levar a filosofia especulativa alemã de seu tempo de volta à sua mística. fontes.

A Varnhagen von Ense escreveu:

É um grande prazer escandalizar nossos tolos estudiosos com este sapateiro”.

Em outra ocasião escreveu:

Se chamo aqui nosso “filósofo teutônico” o reformador da filosofia religiosa, faço-o antecipando um futuro não muito distante; e afirmo que os escritos e os princípios de Jacob Boehme prestarão um excelente serviço nesta reforma puramente filosófica. Desejo convencer pelo menos algumas cabeças capazes de que, no movimento idealista contemporâneo da filosofia alemã, não será mais permitido ignorar os escritos como sendo apenas para os ignorantes.

O mesmo Baader está tão absorvido pelas ideias de Boehme que se considera à luz das profecias de Boehme. A era da teologia idealista, da qual ele se gaba de ser o iniciador, aparece para ele como a realização e cumprimento das profecias de Boehme, o “tempo iminente dos lírios”. Baader disse:

Sem dúvida, o tempo dos lírios, de que Boehme tanto fala, e quando sua própria escrita será, disse ele, aceita e estimada, já começou.