Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Ernildo Stein (2015:109-110) – entender e compreender

segunda-feira 4 de dezembro de 2023

Tugendhat liga o antropológico ao entender, já o compreender tem a ver com uma ontologia fundamental, isto é, com uma teoria sobre como a compreensão do ser faz parte da existência humana e do seu modo de se compreender no mundo. E chamada por Heidegger de analítica existencial ou ontologia fundamental: uma análise das estruturas prévias a priori   das condições de possibilidade do discurso. Esse é o seu campo próprio.

Isso posto,podemos descrever o compreender. Podemos primeiro perguntar: O que é o compreender? É um antecipar de sentido. Com o sentimento de situação, estamos ancorados; é a afecção que nos liga ao compreender. [110] Esse compreender está ligado ao falar, ao mundo, à significatividade, às nossas estruturas de significação. Podemos explicar o compreender como uma estrutura fundamental do ser humano. Esse compreender o ser sempre acompanhará todos os enunciados sobre os entes. Aqui está a ontologia fundamental (não desenvolvida, mas esboçada). Podemos afirmar, então, que a ontologia fundamental trabalha com as condições de possibilidade dos enunciados, mas não com as condições de possibilidade do conhecimento ou de conhecimento dos objetos. São as condições do nosso modo de ser no mundo, analisadas pela fenomenologia hermenêutica.

Todos os enunciados que acabam aparecendo no campo do puro entender são elementos que ou se produzem dentro de um contexto fechado (lógica) ou no contexto dos enunciados de caráter afirmativo ou negativo (nível apofântico). O que está por trás disso é o fato de que não há sinonímia perfeita. A referência é aquilo com que nos referimos ao objeto. Se não há sinonímia perfeita — nenhuma palavra pode se sobrepor perfeitamente à outra — , então a referência nunca traz a última explicação das razões, porque chamamos um objeto por determinado nome.


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