Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Fenomenologia > Agamben (2001:II) – intelecto e psique

Agamben (2001:II) – intelecto e psique

sexta-feira 18 de março de 2022

Burigo

É nesta separação de experiência e ciência que devemos ver o sentido — nada abstruso, mas extremamente concreto — das disputas que dividiram os intérpretes do aristotelismo da antiguidade tardia e medieval a propósito da unicidade e da separação do intelecto e sua comunicação com os sujeitos da experiência. Inteligência (noûs) e alma (psyche  ) não são, de fato, para o pensamento antigo (e — pelo menos até São Tomás — também para o pensamento medieval), a mesma coisa, e o intelecto não é, como nós estamos acostumados a pensar, uma «faculdade» da alma: ele não lhe pertence de modo algum, mas «separado, impermisto, impassível», segundo a célebre fórmula aristotélica, comunica-se com ela para realizar o conhecimento. Consequentemente, o problema central do conhecimento não é, para a antiguidade, o da relação entre um sujeito e um objeto, mas o da relação entre o uno e o múltiplo. Por isso o pensamento clássico nao conhece um problema da experiência como tal; aquilo que se coloca, para nós, como problema da experiência, apresenta-se naturalmente, para ele, como problema da relação (da «participação», mas também da «diferença», como dirá Platão) entre o intelecto separado e os indivíduos em sua singularidade, entre o uno e o múltiplo, entre o inteligível e o sensível, entre o humano e o divino. E é esta diferença que o coro da Oréstia de Esquilo sublinha, caracterizando — contra a hybris de Agamenon — o saber humano como um pathei mathos, um aprender somente através de e após um sofrimento, que exclui toda possibilidade de prever, ou seja, de conhecer com certeza coisa alguma. [AgambenIH:27]

Original

È in questa separazione fra esperienza e scienza che noi dobbiamo vedere il senso - per nulla astruso, ma estremamente concreto - delle dispute che divisero gli interpreti dell’aristotelismo tardo-antico e medioevale circa l’unicità e la separazione dell’intelletto e la sua comunicazione coi soggetti dell’esperienza. Intelligenza (noùs) e anima (psychè) non sono, infatti, per il pensiero antico (e, almeno fino a san Tommaso - anche per il pensiero medioevale) la stessa cosa, e l’intelletto non è, come noi siamo abituati a pensare, una «facoltà» dell’anima: esso non le appartiene in alcun modo, ma « separato, incommisto, impassivo», secondo la celebre formula aristotelica, comunica con essa per attuare la conoscenza. Conseguentemente, il problema centrale della conoscenza non è, per l’antichità, quello del rapporto fra un soggetto e un oggetto, ma quello del rapporto fra l’uno e il molteplice. Per questo il pensiero classico non conosce un problema dell’esperienza come tale, ma ciò che si pone per noi come problema dell’esperienza, si presenta naturalmente ad esso come problema del rapporto (della «partecipazione», ma anche della «differenza», come dirà Platone) fra l’intelletto separato e i singoli individui, fra l’uno e il molteplice, fra l’intellegibile e il sensibile, fra l’umano e il divino. Ed è questa differenza che il coro dell’Orestea di Eschilo sottolinea, caratterizzando - contro l’hybris di Agamennone - il sapere umano come un pàthei màthos, un imparare solo attraverso e dopo un patire, che esclude ogni possibilità di prevedere, cioè di conoscere con certezza alcunché.


Ver online : Giorgio Agamben