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Bewandtnis / Bewandtnisart / Bewandtnisganzheit
Bewandtnis / tournure / conjointure / conjuntação / conjuntura / relevance / involvement / conformidad / condición respectiva
"O ser do utensílio tem a estrutura da referência – dizer isso significa: ele tem nele mesmo o caráter da referencialidade. O ente é descoberto com vistas ao fato de que ele, enquanto este ente que ele é, está referido a algo. Ele tem com ele junto a algo a sua conformidade (Bewandtnis). Na conformidade reside: deixar conformar-se com algo junto a algo. A ligação do ’com… junto a…’ deve ser indicada por meio do termo referência" [SZ :84].
Esta é uma passagem central de um dos parágrafos certamente mais importantes de Ser e tempo , o parágrafo 18. Nesta passagem, aparece pela primeira vez essa palavra que apresenta um sem número de dificuldades para a tradução: a palavra Bewandtnis. Em verdade, Bewandtnis é um termo que significa na linguagem comum o mesmo que característica, traço constitutivo, qualidade. Ao mesmo tempo, em certas expressões idiomáticas, ter uma Bewandtnis implica ter um encaixe, entrar em uma conexão. Esse contexto já por si só bastante complexo toma-se ainda pior, contudo, quando atentamos para a estrutura verbal da qual provém o substantivo. Bewandtnis é um termo que se deriva diretamente de bewenden, um verbo que só é utilizado na locução bewenden lassen, que significa literalmente satisfazer, dar-se por satisfeito, e que se constrói a partir do radical wenden: dirigir, voltar para. Desse verbo também se formam anwenden (aplicar) e Verwender (empregar). A questão que se nos impõe imediatamente, portanto, é: como coadunar as noções de traço constitutivo, qualidade, satisfação e emprego? E mais, como articular esse campo semântico com o problema da referencialidade e da dinâmica utensiliar? Para respondermos a essas perguntas, é preciso diferenciar dois tipos bem distintos de propriedades, que apontam respectivamente para a diferença originária entre presença à vista (Vorhandenkeit) e manualidade (Zuhandenheit). [CASANOVA , Marco Antonio. Mundo e historicidade. Leitura fenomenológica de Ser e tempo . Volume um: existência e mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017, p. 84]
Matérias
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Graham Harman (2002:44-46) – ferramenta e ferramenta quebrada
25 de outubro, por Cardoso de Castro
Os ser-ferramentas (ou seja, todos os entes) recolhem-se ao trabalho de um fundo despercebido; sua fachada sensível não é o que é primário. Na medida em que o contexto referencial domina, o ente não tem regiões. Dissolvidas em um efeito geral de utensílio, os entes desaparecem em um sistema único de referência, perdendo sua singularidade. A ferramenta-sistema é uma totalidade, a totalidade conhecida como mundo. Mas agora nos lembramos de que isso representa apenas metade da história. Apesar (…)
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Katherine Withy (2024:8-10) – conjuntura [Bewandtnis]
6 de novembro, por Cardoso de Castro
Comecemos com o fato de que as entidades são significativas. Dizer que as entidades são significativas é dizer que elas aparecem para nós de forma inteligível no contexto do que estamos fazendo. Antes de tudo, encontramos entidades não como objetos, mas como parafernálias com as quais “lidamos” , “manipulamos” e “colocamos em uso” (SZ: 66-7) quando estamos “trabalhando” (SZ: 70). Essas entidades estão “prontas para serem usadas” em nossos projetos. Estar pronto para ser usado é quando uma (…)
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Graham Harman (2002:§1) – utensílio e sua totalidade
25 de outubro, por Cardoso de Castro
A próxima característica importante do utensílio é sua totalidade. O utensílio nunca é encontrado isoladamente, mas pertence a um sistema: “Tomado estritamente, não existe algo como um utensílio. Para o ser de qualquer utensílio, há sempre uma totalidade de utensílios, na qual ele pode ser esse utensílio que é.” [BTMR:97] Aqui, novamente, há o perigo de se apressar em concordar facilmente com Heidegger. O cerne da questão não está na observação de que o utensílio é sempre encontrado em (…)
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Être et temps : § 40. L’affection fondamentale de l’angoisse comme ouverture privilégiée du Dasein.
16 de julho de 2011, por Cardoso de Castro
Vérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
C’est une possibilité d’être du Dasein qui doit nous donner une « révélation » ontique sur lui-même en tant qu’étant. Une révélation n’est possible que dans l’ouverture propre au Dasein, ouverture qui se fonde dans l’affection et le comprendre. Dans quelle mesure l’angoisse est-elle une (…)
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Richardson (2003:53-55) – instrumentalidade
27 de setembro, por Cardoso de Castro
Vamos examinar mais de perto o Ser desses instrumentos com os quais o Aí-ser se ocupa. Todo instrumento é essencialmente “com o propósito de” (um zu) fazer algo, ou seja, com propósito (por exemplo, a caneta para escrever), e esse propósito tem em sua própria estrutura uma referência (Verweisung) àquilo para o qual serve a um propósito. Referido além de si mesmo a uma tarefa a ser cumprida, o instrumento (p. ex., caneta), em conjunto com outros instrumentos (p. ex., papel, tinta, (…)
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Être et temps : §70. La temporalité de la spatialité propre au Dasein.
17 de julho de 2014, por Cardoso de Castro
Vérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Bien que l’expression « temporalité » ne signifie point ce que le discours sur « l’espace et le temps » comprend comme temps, il semble pourtant que la spatialité, elle aussi, constitue une déterminité fondamentale du Dasein, au même titre que la temporalité elle-même. Du coup, l’analyse (…)
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Être et temps : § 18. Tournure et significativité la mondanéité du monde.
10 de julho de 2011, por Cardoso de Castro
Vérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’à-portée-de-la-main fait encontre de manière intramondaine. L’être de cet étant - l’être-à-portée-de-la-main - se tient donc dans un certain rapport ontologique au monde et à la mondanéité. Le monde, en tout étant à-portée-de-la-main, est toujours déjà « là ». Le monde est préalablement (…)
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Courtine (1990:288-291) – Zuhandenheit e Vorhandenheit
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque
A "estratégia" de Sein und Zeit consiste aqui — como sabemos — em questionar o que é imediatamente dado ou encontrado à primeira vista, no comércio quotidiano. O que é que está presente "dentro do mundo"? O que é que se descobre em termos do ser que se dá como "natureza"? A análise que parte do que é encontrado "à primeira vista" — a matéria com que nos ocupamos, o ser "fenomenologicamente pré-temático" de que nos servimos ou que encontramos num processo de produção — descobre (…)
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Être et temps : § 26. L’être-Là-avec des autres et l’être-avec quotidien.
10 de julho de 2011, por Cardoso de Castro
Vérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La réponse à la question du qui du Dasein quotidien doit être conquise dans une analyse du mode d’être où le Dasein se tient de prime abord et le plus souvent. La recherche prendra donc son orientation sur l’être-au-monde en tant que constitution fondamentale du Dasein qui co-détermine (…)