Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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Sloterdijk (2012:11-12) – "saber é poder"

sexta-feira 7 de julho de 2017

O que é exposto aqui sob um título que faz alusão a grandes tradições é uma meditação sobre a sentença “saber é poder”. Foi ela que no [11] século XIX se tornou o coveiro da filosofia. Ela resume a filosofia e ao mesmo tempo sua primeira confissão, com a qual começa a sua agonia secular. Com ela termina a tradição de um saber que, como seu nome indica, era uma teoria erótica — amor à verdade e verdade do amor. Do cadáver da filosofia descendem no século XIX as ciências modernas e as teorias do poder — como politologia, como teoria das lutas de classe, como tecnocracia, como vitalismo — em cada figura armada até os dentes. “Saber é poder.” Essa sentença coloca seu foco por trás da politização inevitável do pensamento. Quem a enuncia, revela, por um lado, a verdade. Todavia, ao exprimi-la, quer alcançar ao mesmo tempo mais do que a verdade: ele quer intervir no jogo do poder.

[SLOTERDIJK  , P. Crítica da razão cínica. Marco Antônio Casanova  . 2a edição ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2016]


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