Na filosofia clássica "operação intelectual que se efetua por uma sequência de operações elementares e sucessivas". Um conhecimento discursivo se opõe a um conhecimento intuitivo ou imediato. Pode-se logo assimilar discursivo a racional e discurso a razão. Discurso é a tradução corrente admitida para o termo logos. A lógica é a ciência reflexiva do discurso. O discurso é portanto uma sequência ordenada de enunciados dos quais cada um tira seu valor daqueles que o precederam e donde é a conclusão. Um discurso verdadeiro tem sua verdade de sua coerência mas também da evidência de seu ponto de partida. Do mesmo modo o discurso matemático não pode evitar de partir de axiomas ou decisões sem jamais se revelar capaz de demonstrá-las.
(Em Saussure) o discurso é assim percebido como um terceiro termo, entre a língua e a linguagem, tendo uma função de subversão das dicotomias. Pode-se presumir a mesma posição do discurso em face das dicotomias de sistema e processo (em Hjelmslev) e de competência e desempenho (em Chomsky). Em breve, o discurso é qualificável como sendo objeto de uma teoria linguística e como gramaticalmente estruturado? Os estruturalistas não aportaram respostas. Na maior parte dos casos, o discurso é identificado com a linguagem, ou simplesmente, com a manifestação (em superfície) da língua; o linguista Martinet chega a dizer… que o discurso nada tem que não se encontre na frase.
Permanece assim esta incerteza a respeito do estatuto epistemológico do discurso. Lembremos a tensão entre as noções de discurso e de texto. De cara, deve-se notar que o discurso é ao mesmo tempo o ato e o resultado deste ato, A ação de produção verbal e o resultado concreto, visível ou audível. A seguir e adicionando-se a esta primeira ambiguidade, um discurso é um enunciado que tem propriedade textuais mas é ao mesmo tempo uma atividade que deve ser caracterizada a partir de certas condições de produção contextualizadas. O discurso, consequentemente, é um « texto contextualizado ». (LES NOTIONS PHILOLOSOPHIQUES, 1990, pg 665)