Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA89:5-7 – Annahme - admissão

GA89:5-7 – Annahme - admissão

segunda-feira 10 de julho de 2017

Arnhold & Almeida Prado

Segundo Kant  , é, pois, evidente que ser não é um predicado real no sentido de que este “não-ser-predicado-real”, deve ser simplesmente aceito, admitido.

Mas admissão [Annahme  ] tem nada menos que três significados diferentes:

1. Supor [Annehmen  ]: Esperar, presumir, pensar, achar algo.

2. Na hipótese de [Angenommen]: no caso de, colocar algo como condição, se…, então …, algo que não é dado por si, colocar algo por baixo de um objeto, suposição, admissão [Annahme], como hipótese, como suppositio.

3. Aceitação [Annahme]: aceitar um presente, manter-se aberto para uma coisa, acceptio.

No nosso caso os significados 2 e 3 de “Annahme” são especialmente importantes:

a) Admissão como suppositio, hipótese, “subordinação”. No texto de Freud   sobre atos falhos, por exemplo, tais suposições são as aspirações e as forças. Estas supostas aspirações e forças provocam e efetivam os fenômenos. Então os atos falhos podem ser explicados de uma ou de oulra forma, isto é, podem ser provados em sua origem.

b) Admissão como aceitar, como perceber aquilo que se mostra de si mesmo, o evidente, por exemplo, a existência da mesa que está à nossa frente, que não pode ser provada por suposições. Ou você pode “provar” a sua existência como tal? Aquilo que é percebido na aceitação não necessita de prova. Ele se identifica por si. O assim percebido é ele mesmo o chão e o fundamento em que o que é dito sobre ele está fundado e colocado. Trata-se aqui de um mero identificar o que é dito. Chegamos a isso com uma simples indicação. Nenhuma necessidade de argumentos.

Deve-se diferenciar rigorosamente onde precisamos exigir e procurar provas e onde elas não são necessárias e onde, apesar disto, exista a forma mais elevada de fundamentação. Nem toda fundamentação pode e deve ser um provar, pelo contrário, todo provar é uma espécie de fundamento.

Aristóteles   já dizia: “É ignorância não reconhecer em relação a que é necessário procurar provas e em relação a que isto não é necessário”. [Aristóteles, Metaphysik  , Livro IV, cap. 4, 1006 a 6f.] Se houver a compreensão desta diferença é sinal de que somos criados e formados para o pensar. Quem não tem esta compreensão não é criado nem formado para a ciência.

As duas maneiras de “admitir” (do supor e do aceitar) não têm o mesmo valor, de forma que se possa escolher uma ou outra à vontade, mas toda suposição é sempre fundamentada em alguma forma de aceitação. Só quando a presença de algo é aceita, podem-se-lhe subordinar suposições. [GA89AAP  :34-35]

Xolocotzi Yáñez

Evidente es, pues, según Kant, que el ser no es un predicado real, en el sentido de que este «no-ser-un-predicado-real» simplemente debe ser admitido, aceptado.

Aceptación [Annahme], sin embargo, tiene en total tres significados diferentes:

1.– Asumir [Annehmen]: esperar, suponer, figurarse algo.

2.– Supuesto [Angenommen]: suponiendo que…; si…, entonces…; suponer algo como condición, algo que no es dado y que no puede darse a sí mismo; «sub-poner» algo bajo un objeto [Gegenstand  ]; aceptación [Annahme] como hipótesis, como suppositio.

3.– Aceptación [Annahme]: aceptación de un don, mantener-se-abierto para una cosa, acceptio.

En nuestro contexto son de particular importancia los significados 2 y 3 de «aceptación»:

a) Aceptación como suppositio, hipótesis, «sub-posición». Por ejemplo, en el tratado de Freud acerca de los actos fallidos, tales suposiciones son las tendencias y fuerzas. Estas supuestas tendencias y fuerzas causan y provocan los fenómenos. Entonces, los actos fallidos pueden ser explicados de una u otra forma, es decir, comprobados en su origen.

b) Aceptación como admitir, como el percibir llanamente aquello que se muestra a partir de sí mismo, lo patente, por ejemplo la existencia de la mesa que está ante nosotros, que no puede ser comprobada mediante suposiciones. O, ¿pueden ustedes «comprobar» su propia existencia como tal? Aquello que es percibido en el admitir no requiere prueba alguna. Se muestra por sí mismo. Lo así percibido es ello mismo la base y el fundamento sobre lo cual se funda y soporta cualquier enunciación acerca de él. Aquí se trata de un simple mostrar-se de aquello que es dicho. Logramos esto mediante un simple indicar. No es necesario un despliegue de argumentos.

Hay que distinguir estrictamente dónde debemos exigir pruebas y buscarlas, y dónde no se requiere ninguna prueba y, sin embargo, se halla la forma más elevada de fundamenta-ción. No toda fundamentación debe y puede ser una prueba; por el contrario, toda prueba es una especie de fundamento.

Ya dijo Aristóteles: «En efecto, es falta de cultura no conocer respecto de qué cosas debemos buscar pruebas y de cuáles no». [Aristóteles, Metaphysik, IV, 4, 1006 a 6 s.] Si se ha obtenido discernimiento en esta distinción, eso es un signo de que estamos educados y tenemos formación para el pensar. A quien le falte este discernimiento no está educado y no tiene formación para la ciencia.

Ambos modos del aceptar [Annehmen] (el suponer y el aceptar) no están en un mismo nivel, de modo que uno pudiera elegir uno u otro arbitrariamente, sino que cada suposición se fundamenta ya siempre   en un determinado modo de la acceptio. Solamente cuando la presencia de algo es aceptada, puede uno subordinarle suposiciones. [GA89AXY:5-7]

Mayr & Askay

Therefore, according to Kant, it is obvious that being is not   a real predicate. This means that this “not-being-a-real-predicate” simply has to be taken for granted, that is, accepted.

On the whole, “acceptance” has three different meanings.

1. To assume: to expect, to guess, to think of something

2. To be supposed: suppose that. . ., if. . ., then . . .; to suppose something as a condition, that is, as something which actually is not and cannot be given in itself; acceptance as hypothesis  , as suppositio, literally, something to be “put under” an object

3. Acceptance: accepting something that has been given; to keep oneself open for a thing, acceptio

In our context, the second and third meanings of “acceptance” are of 6 special importance.

a. “Acceptance” can be taken to mean suppositio, hypothesis, “placing under.” For example, in Freud’s treatise on the parapraxes, [1] drives and forces are such suppositions. These supposed drives and forces cause and produce the phenomena. The parapraxes can be explained in such and such a way, that is, their origin can be proved.

b. Acceptance can be taken as accepting something, as a pure and simple receiving-perceiving [Vernehmen  ] of what shows itself from itself, as the manifest, for instance, the existence of the table in front of us, accepted as that which cannot be proved by suppositions. Or, can you “prove” your own existence as such? That which is accepted by simple receiving-perceiving does not need to be proved. It shows itself. That which is received-perceived is itself the base and the ground [Grund  ], which founds and supports any assertion about it Here we are dealing with a plain and simple showing of what is asserted. We get there by simply pointing it out. There is no further need for arguments here.

A strict distinction has to be made between those cases where we must demand and seek proofs and those cases where no proof is needed but where, nevertheless, the highest kind of grounding [Begründung] can be found. Not every grounding must nor can be a proof, whereas every proof is a kind of grounding.

Aristotle had already said: “For not to know of what things one may demand proof, and of what one may not, argues simply want of education.” [Aristotle, Metaphysics IV.4.1006a6 f.] If we have gained insight into this distinction, it is a sign that we are trained and educated for thinking. Whoever lacks this insight is not trained, nor educated for science. The two ways of acceptance, supposition and accepting, are not on the same level in rank so that one or the o ther could be chosen arbitrarily. Rather, each supposition is always already grounded in a certain kind of acceptio. Only when the presence [2] of something is accepted, can one have suppositions about it. [3] [GA89MA]

Original

Offenbar   ist also nach Kant, daß   Sein   kein reales Prädikat   ist in dem Sinne, daß dieses »Kein-reales-Prädikat-sein« rein hingenommen, angenommen werden   muß.

Annahme hat aber insgesamt drei verschiedene Bedeutungen:

1. Annehmen: erwarten  , vermuten, sich etwas denken  .

2. Angenommen: gesetzt, daß …; wenn …, so …; etwas ansetzen als Bedingung, etwas, was nicht   selbst   gegeben   und gebbar ist; etwas »unterstellen« unter einen Gegenstand; Annahme als Hypothese, als suppositio.

3. Annahme: Hinnahme einer Gabe, Sich-offen-halten   für eine Sache  , acceptio.

In unserem Zusammenhang   sind von besonderer Wichtigkeit die 2. und 3. Bedeutung   von Annahme:

a) Annahme als suppositio, Hypothese, »Unterstellung«. Zum Beispiel in Freuds Abhandlung über die Fehlhandlungen sind solche Suppositionen die Strebungen und Kräfte. Diese angenommenen Strebungen und Kräfte verursachen und bewirken die Phänomene. Dann   lassen   sich die Fehlhandlungen so und so erklären  , d. h. in ihrer Entstehung beweisen.

b) Annahme als Hinnehmen, als schlechthinniges Vernehmen dessen, was sich von ihm selbst her zeigt, das Offenkundige, zum Beispiel die Existenz   des vor uns stehenden Tisches, die nicht durch Suppositionen bewiesen werden kann. Oder können Sie Ihre eigene Existenz als solche »beweisen«? Das im Hinnehmen Vernommene bedarf keines Beweises. Es weist sich selber aus. Das so Vernommene ist selbst der Boden und der Grund, worauf   die Aussage   über es gründet und steht. Hier handelt es sich um ein schlichtes Sich-ausweisen   des Gesagten. Dahin gelangen wir durch ein schlichtes Hinweisen. Kein Aufwand von Argumenten nötig.

Es ist streng zu unterscheiden, wo wir Beweise   fordern müssen und suchen   und wo es keiner Beweise bedarf und wo gleichwohl die höchste Art der Begründung vorhegt. Nicht jede Begründung muß und kann ein Beweisen sein, dagegen ist jedes Beweisen eine Art von Grund.

Aristoteles sagte schon: »Es ist nämlich Unerzogenheit, nicht einzusehen, mit Bezug   worauf es nötig ist, nach Beweisen zu suchen, und in bezug worauf dies nicht nötig ist.« [Aristoteles, Metaphysik, IV. Buch, 4. Kapitel, 1006 a 6 f.] Ist die Einsicht in diese Unterscheidung   gewonnen, so ist dies ein Zeichen  , daß wir für das Denken erzogen und gebildet sind. Wem diese Einsicht fehlt, der ist für die Wissenschaft   unerzogen und ungebildet.

Die beiden Weisen des Annehmens (des Supponierens und des Akzeptierens) stehen   nicht gleichrangig nebeneinander, so daß man beliebig die eine oder andere   Wahl   treffen könnte, sondern jede Supposition gründet immer schon in einer bestimmten Weise   der acceptio. Nur wenn die Anwesenheit   von etwas akzeptiert ist, kann man ihm Suppositionen unterstellen. [GA89:5-7]


Ver online : SEMINÁRIOS DE ZOLLIKON


[1Heidegger refers to Freud’s Psychopathology of Everyday Life, vol. 6, The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Freud (London: Hogarth Press, 1960). — TRANSLATORS

[2We translate Anwesenheit as “presence,” Anwesen as “presencing,” and das Anwesende as “that which comes to presence.” — translators

[3Acceptio [Annahme], as the pure acceptance of phenomena, is the ground for scientific supposition, i.e., a hypothesis and theory. According to Heidegger, acceptio is rooted in the projecting [Entwurf] of Da-sein’s existential possibilities. By means of this existential projecting, a domain of things is always already opened up in advance, as for instance in the projecting of Galileo’s scientific worldview. See M. Heidegger, Being and Time, trans. J. Macquarrie and E. Robinson (New York: Harper and Row, 1962), p. 145 ff.; originally published as Sein und Zeit (Tübingen: Max Niemeyer, 1927). All subsequent citations are to the Macquarrie and Robinson translation. — translators