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GA27:10-11 – filosofia demonstra a ex-centricidade do homem
sexta-feira 19 de junho de 2020
Casanova
Dissemos: o ser-aí nunca se encontra fora da filosofia, mas a própria filosofia pertence à essência da existência do ser-aí. Portanto, precisamos colocá-la em curso no próprio ser-aí: ou seja, é preciso penetrar no ser-aí que nós mesmos respectivamente somos. Assim, parece que caímos em uma auto-investigação psicológica, como se o filosofar acabasse por se tornar uma ocupação egoísta consigo mesmo, uma dissecação da própria vida anímica.
Formulado inicialmente de maneira apenas negativa, a liberação do filosofar no ser-aí não tem nenhuma relação com um olhar psicológico embasbacado e mesmo egoísta de si mesmo. Todavia, deixar o filosofar liberar-se em nós tampouco se confunde com urna contemplação moralmente edificante do próprio eu.
Nossas reflexões não têm nenhuma relação com tudo isso. Não se trata nem de psicologia nem de moral. É certo que com essas reflexões o ser-aí chega a um centro [Zentrum] próprio, mas esse assim chamado ponto de vista antropocêntrico tem algo de curioso. A partir dessa consideração antropocêntrica chegamos à seguinte intelecção [Einsicht]: quando esse ser chamado homem [Wesen Mensch], supostamente apaixonado por si mesmo, se encontra no centro, ele se mostra, de acordo com sua mais profunda interioridade, como ex-cêntrico. Ou seja: justamente devido à essência de sua existência, o homem nunca pode estar objetivamente no centro do ente [Zentrum des Seienden]. Pois é justamente isso que o filosofar tornará manifesto: o fato de que, por conta dessa sua essência, o homem é expelido para fora de si mesmo e para além de si, não sendo de maneira alguma uma propriedade de si mesmo. Para que essa intelecção [Einsicht] de que o ser-aí jamais se tem como um centro possa ser conquistada, é preciso que, de uma certa maneira, ele chegue justamente ao centro. [GA27MAC:11-12]
Original
Wir sagten: Das Dasein steht nicht und nie außerhalb der Philosophie, sondern diese gehört zum Wesen der Existenz des Daseins. Also müssen wir sie im Dasein selbst in Gang bringen; also bedarf es eines Eingehens auf das Dasein, das wir jeweils selbst sind. So scheint es, als gerieten wir in eine psychologische Selbstbetrachtung, als käme das Philosophieren darauf hinaus, eine egoistische Beschäftigung mit sich selbst, eine Zergliederung des eigenen Seelenlebens zu werden.
Zunächst nur so viel negativ: Das Freimachen des Philosophierens im Dasein hat mit einer psychologischen und gar egoistischen Selbstbegaffung nichts zu tun. Aber ebensowenig ist das Freiwerdenlassen des Philosophierens in uns eine moralisch-erbauliche Betulichkeit um das eigene Ich.
Mit all dem haben diese Überlegungen aber nichts zu tun. Weder um Psychologie noch um Moral handelt es sich. Wohl kommt das Dasein bei diesen Überlegungen in ein eigenes Zentrum, aber dieser sogenannte anthropozentrische Standpunkt hat etwas Merkwürdiges. In dieser anthropozentrischen Betrachtung werden wir zur Einsicht kommen, daß dieses Wesen Mensch, das da angeblich in sich selbst verliebt im Zentrum steht, seinem Innersten nach ex-zentrisch ist, das heißt gerade dem Wesen seiner Existenz nach nie objektiv im Zentrum des Seienden stehen kann. Denn das wird gerade das Philosophieren offenbar machen, daß darin der Mensch aus sich selbst und über sich selbst hinausgeworfen wird und ganz und gar nicht das Eigentum seiner selbst ist. Damit diese Einsicht, daß das Dasein sich nicht als Zentrum hat, wirklich gewonnen wird, muß es gerade in gewisser Weise ins Zentrum kommen. [GA27 :10-11]
Ver online : INTRODUÇÃO À FILOSOFIA